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Escândalo derruba Rebekah Brooks, rainha dos tabloides britânicos

Ela era uma das mulheres mais influentes do mundo das comunicações graças a uma mistura de ambição, charme e habilidade para lidar com o poder

Rebekah posa com Rupert Murdoch, com quem tinha uma relação quase familiar (AFP)

Rebekah posa com Rupert Murdoch, com quem tinha uma relação quase familiar (AFP)

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Da Redação

Publicado em 15 de julho de 2011 às 20h29.

Londres - Rebekah Brooks, a rainha dos tablóides britânicos, era até hoje uma das mulheres mais influentes do mundo da comunicação graças a uma mistura infalível de ambição, encantamento e habilidade para lidar com o poder.

A jornalista de 43 anos, que renunciou nesta sexta-feira ao cargo de conselheira delegada da News Internacional pelo escândalo das escutas ilegais, mantém há anos uma estreita relação, quase familiar, com o magnata Rupert Murdoch, para quem trabalhou por mais de metade de sua vida.

Sua carreira foi meteórica. Em 1989 começou a trabalhar no dominical sensacionalista "News of the World" como secretária, e em 2000, com 32 anos, chegou a ser sua diretora, se tornando a mulher mais jovem à frente de um periódico de âmbito nacional no Reino Unido.

Nos três anos que permaneceu à frente do "News of the World", o jornal fez numerosas escutas ilegais a fim de obter informações sobre políticos, famosos, atletas e até vítimas de crimes, como Milly Dowler, o que desencadeou o escândalo e a renúncia da poderosa Rebekah.

A ambiciosa jornalista chegou ao mundo dos tablóides britânicos com pulso firme e demonstrando desde o início a falta de escrúpulos na hora de conseguir uma boa matéria.

Sua promoção ao comando do tablóide dominical coincidiu com a época em que a menina Sarah Payne, de 8 anos, foi assassinada por um pedófilo, fato que comoveu o Reino Unido.

A diretora do "News of the World" iniciou então uma campanha através da qual encorajava os leitores a identificar pedófilos, iniciativa que a Polícia considerou altamente irresponsável.


A voracidade por conseguir furos levou Rebekah Brooks a utilizar métodos pouco ortodoxos durante toda sua carreira.

O jornalista Piers Morgan, que trabalhou com Rebekah, revela em seu livro de memórias "The Insider: the Private Diaries of a Scandalous Decade" que ela não hesitou em realizar escutas ilegais em um quarto de hotel que era ocupado por James Hewitt para provar que ele mantinha uma relação com a princesa Diana.

Após três anos no "News of the World", Rebekah passou a dirigir o "The Sun", outro jornal do grupo e o mais lido do Reino Unido, no qual permaneceu até 2009, quando foi nomeada conselheira delegada da News Internacional.

Assim se pôs à frente da divisão britânica do império midiático de Rupert Murdoch, que inclui ainda o "The Times" e 39% da plataforma de televisão por satélite BSkyB, com 10 milhões de assinantes no Reino Unido.

Tanto à frente dos tablóides quanto em sua posição de alta executiva, Brooks sempre esteve perto do poder: manteve boas relações com o ex-primeiro-ministro Tony Blair e com o atual premier David Cameron.

A imprensa britânica noticiou que Rebekah convidou Cameron a sua festa de Natal no ano passado e que eles montaram juntos a cavalo no condado de Oxfordshire, onde ambos têm casas de campo.

Em 2009, a executiva se casou, pela segunda vez, com o escritor e treinador de cavalos Charlie Brooks, assumindo seu sobrenome, e o casal convidou tanto o então primeiro-ministro trabalhista Gordon Brown quanto Cameron para o casamento.

De acordo com o jornal "The Guardian", foi Rebekah que convenceu Murdoch para que apoiasse abertamente Cameron nas eleições de maio de 2010, uma verdadeira mudança para um império midiático que durante 13 anos tinha apoiado o Partido Trabalhista.

Segundo seus conhecidos, seu sucesso se deveu a uma mistura perfeita de frieza para os negócios, encantamento e ambição sem limites, que agora a levaram ao fundo do poço.

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