Engenheiros da Petrobras pedem mudanças na política de preços
"População quer que a Petrobras atue em favor dos seus legítimos interesses, enquanto especuladores do mercado querem maximizar seus lucros", diz entidade.
Estadão Conteúdo
Publicado em 27 de maio de 2018 às 12h22.
Última atualização em 27 de maio de 2018 às 13h26.
A Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet) publicou nota em defesa de mudanças na atual política de preços adota pela empresa. "A Petrobras é uma empresa estatal e existe para contribuir com o desenvolvimento do País e para abastecer nosso mercado aos menores custos possíveis. A maioria da população quer que a Petrobras atue em favor dos seus legítimos interesses, enquanto especuladores do mercado querem maximizar seus lucros de curto prazo", traz o comunicado.
O argumento da entidade se baseia na perda de mercado interno para importadores, desde que a Petrobras passou a acompanhar os preços praticados no mercado internacional, em outubro de 2016. "A partir de então foram praticados preços mais altos que viabilizaram a importação por concorrentes. A estatal perdeu mercado e a ociosidade de suas refinarias chegou a um quarto da capacidade instalada", afirma.
Segundo a Aepet, a exportação de petróleo cru disparou, enquanto a importação de derivados bateu recordes. A importação de diesel se multiplicou por 1,8 desde 2015, dos EUA por 3,6. O diesel importado dos EUA , que em 2015 respondia por 41% do total, em 2017 superou 80% do total importado pelo Brasil, de acordo com a entidade.
"A atual direção da Petrobras divulgou que foram realizados ajustes na política de preços com o objetivo de recuperar mercado, mas até aqui não foram efetivos. A própria companhia reconhece nos seus balanços trimestrais o prejuízo na geração de caixa decorrente da política adotada", informa a Aepet, que contraria o argumento da atual gestão da empresa, de que, durante o governo petista, a empresa perdeu dinheiro, principalmente, com a retenção dos preços nas refinarias.
"A verdade é que a geração de caixa da companhia neste período foi pujante, sempre superior aos US$ 25 bilhões, e compatível ao desempenho empresarial histórico", complementa.