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Energisa quer concluir compra do Grupo Rede em 2013

Diretor presidente da companhia acredita que a operação será aprovada com bastante tranquilidade tanto no Cade quanto na Aneel


	Cabos de rede de energia elétrica: compra do Grupo Rede torna a Energisa um dos principais grupos de distribuição do Brasil
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Cabos de rede de energia elétrica: compra do Grupo Rede torna a Energisa um dos principais grupos de distribuição do Brasil (Dado Galdieri/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 9 de setembro de 2013 às 21h27.

Rio - Com a homologação nesta segunda-feira, 9, pela Justiça paulista, do plano de recuperação judicial do Grupo Rede formulado pela Energisa, a empresa trabalha com a possibilidade de concluir a operação de compra do Rede ainda este ano. "Acreditamos que a operação será aprovada com bastante tranquilidade tanto no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) quanto na Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica)", afirmou o diretor presidente da Energisa, Ricardo Botelho, em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

A compra do Grupo Rede torna a Energisa um dos principais grupos de distribuição do Brasil. Com o negócio, o número de distribuidoras sob o guarda-chuva da empresa salta de cinco para 13, localizadas nos Estados do Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Paraíba e Sergipe. Deste modo, a Energisa se consolida como o único grupo de energia com distribuidoras em todas as cinco regiões do País.

Ao adquirir o Grupo Rede, a Energisa mais que duplica o número de unidades consumidoras, passando de 2,5 milhões para 5,7 milhões, tornando-se o quinto maior grupo do País sob este critério. Em termos de receita líquida, considerando os dados de 2012, a empresa salta de R$ 2,92 bilhões para R$ 8,5 bilhões, a sétima maior do País. O Grupo Rede também adiciona quase R$ 1 bilhão ao Ebitda da Energisa, que foi de R$ 640,2 milhões no ano passado.

"Mas esse número não demonstra o real potencial do Grupo Rede porque o Ebitda de 2012 foi contaminado por provisões e pelas dificuldades operacionais da empresa", ponderou o diretor-financeiro e de Relações com Investidores da Energisa, Maurício Botelho. Apesar de admitir os grandes desafios que a reestruturação do Grupo Rede irá impor à companhia, Ricardo Botelho se mostrou bastante otimista quanto ao futuro da Energisa. "O Grupo Rede é uma oportunidade única de crescimento no setor elétrico", comemorou o executivo.

Dívidas

Os credores do Grupo Rede terão agora 60 dias para decidir em quais condições irão receber o pagamento dos seus créditos da Energisa. Só a partir dessa manifestação que a Energisa irá saber exatamente o valor da dívida que irá incorporar com a compra do Grupo Rede.


"O endividamento vai depender do que os credores definirem como condição de recebimento", afirmou o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Energisa, Maurício Botelho. No plano de recuperação judicial, a Energisa se comprometeu a pagar até R$ 1,95 bilhão parar encerrar a dívida do Rede com os seus credores, sendo R$ 850 milhões aos credores com garantia real e outros R$ 1,1 bilhão aos credores quirografários (ou seja, sem garantia real).

A proposta da Energisa aprovada pelos credores e pela Justiça de São Paulo prevê diferentes formas de pagamentos. Os credores, por exemplo, poderão escolher receber mais rapidamente o dinheiro, mas terão que amargar um desconto de 75% no valor de face. Outra possibilidade é a de receber o valor integral, mas ao longo de 22 anos. As condições de correção dos valores também variam conforme a hipótese escolhida pelo credor.

Botelho explicou que, antes do plano de recuperação judicial, a dívida total do Grupo Rede girava em torno de R$ 6 bilhões. Deste montante, em torno de R$ 3,7 bilhões se referem ao saldo das dívidas das holdings do Rede. Foi justamente esse passivo que foi reestruturado no processo de recuperação judicial e que irá somar, na pior das hipóteses, R$ 1,9 bilhão aos cofres da Energisa. "Agora, o valor presente disso é muito menor", ponderou o executivo.

O valor restante de R$ 2,3 bilhões se refere às dividas das distribuidoras do Grupo Rede, que não foram objeto da reestruturação até por estarem sob a intervenção da Aneel. Com isso, esse valor será incorporado ao endividamento da Energisa. Em torno de R$ 450 milhões são relativos aos mútuos intracompanhias, firmado entre as concessionárias do Rede, o qual a Energisa pretende eliminar o mais rapidamente. "A Aneel determinou que os mútuos precisam ser liquidados", disse o executivo.

Ao final do primeiro semestre de 2013, a Energisa tinha uma dívida líquida de R$ 2,038 bilhões e uma dívida bruta de R$ 3,301 bilhões. Com isso, a relação dívida líquida/Ebitda era 3,1 vezes.

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