Os funcionários da fábrica da Volkswagen de Taubaté, interior de São Paulo, aceitaram o acordo que prevê demissão de até 700 empregados da unidade até 2008. A aprovação foi decidida em assembléia realizada na tarde desta terça-feira (18/07), e fica condicionada à aprovação de novos investimentos na fábrica, cujo valor a montadora se recusou a divulgar.

Segundo o acordo, a Volks escolherá aqueles que serão desligados, "considerando-se critérios de nível de desempenho, função a ser descontinuada, qualificação técnica necessária e aspectos sociais, com possibilidade de substituição dos indicados por outros empregados interessados em ser desligados, desde que apresentem condições compatíveis". Os demitidos receberão um "incentivo financeiro", de acordo com a Volks, de 60% do salário por ano de casa.

O plano de reestruturação da Volks no Brasil prevê o desligamento de um contingente entre 4 mil e 6 mil funcionários até 2008 em quatro fábricas: São José dos Pinhais (Paraná), São Bernardo do Campo (São Paulo), São Carlos (São Paulo) e Taubaté, a primeira a negociar individualmente um acordo com a montadora depois de fracassadas as conversas coletivas. A empresa acredita que agora, após firmado o primeiro acordo, as três outras unidades se apressarão para tentar aliviar o efeito da reestruturação em suas plantas de forma individual.

Os funcionários da primeira unidade da Volks a aceitar as demissões concordaram ainda em aumentar a contribuição que fazem para pagamento de plano médico de 1% para 2% do salário mensal, assim como em se responsabilizar por um terço do custo das consultas médicas realizadas. Os novos contratados terão de contribuir com 3% do salário.

Os empregados também se comprometeram a atingir metas de produtividade, não reveladas, estabelecidas pela empresa até 2008. O cumprimento dos objetivos influenciará diretamente a participação nos lucros ganha pelos funcionários. Além disso, a Volkswagen implementará uma nova tabela salarial para os novos contratados e ampliará o tempo que cada empregado leva para atingir o mais alto grau salarial dentro de sua carreira na empresa.

"Conforme tratado durante as negociações, as partes somente estarão obrigadas ao cumprimento das ações acordadas caso os investimentos sejam aprovados, em decisão que deverá ser tomada nas próximas horas pela matriz na Alemanha.", afirmou, em nota, Nilton Junior, gerente corporativo de Relações Trabalhistas da Volkswagen do Brasil.