Elizabeth Holmes, da Theranos, é condenada a mais de 11 anos de prisão em caso de fraude
O juiz distrital da Califórnia, Edward Davila, sentenciou a antiga estrela do Vale do Silício a 135 meses de prisão e decidiu que ela terá que se entregar até 27 de abril
Da Redação
Publicado em 18 de novembro de 2022 às 19h59.
Última atualização em 18 de novembro de 2022 às 20h12.
A fundadora da Theranos, Elizabeth Holmes, foi condenada nesta sexta-feira, 18, a mais de 11 anos por fraudar investidores. O juiz distrital da Califórnia, Edward Davila, sentenciou a antiga estrela do Vale do Silício a 135 meses de prisão e decidiu que ela terá que se entregar até 27 de abril.
Holmes, de 38 anos, tem 14 dias para recorrer da condenação. A recomendação das diretrizes americanas para fraude foi de 20 anos de prisão. Os advogados de Holmes pediram 18 meses de prisão domiciliar, enquanto os promotores pediram 15 anos e US$ 804 milhões em restituição para 29 investidores.
No tribunal, o juiz Davila concluiu que o cálculo adequado para as perdas era de US$ 121 milhões para 10 investidores. Ele incluiu alguns investidores da Theranos que não testemunharam no julgamento de Holmes, como Rupert Murdoch, o magnata da mídia, e Richard Kovacevich, ex-presidente-executivo da Wells Fargo que fazia parte do conselho da start-up.
Em janeiro deste ano, u m júri condenou Holmes por quatro acusações de que ela deturpou a tecnologia, as finanças e as perspectivas de negócios da startup para os investidores.
A Theranos, fundada por Holmes quando ela tinha apenas 19 anos, prometia revolucionar os exames laboratoriais com máquinas que deviam apresentar diagnósticos mais rápido do que os laboratórios convencionais com gotas de sangue, atraindo investidores poderosos. O empreendimento a deixou milionária aos 30 anos.
De acordo com informações divulgadas pelo Business Insider, o departamento de Justiça afirmou que Holmes e Ramesh Balwani, ex-COO da Theranos, planejaram cometer fraude contra investidores, médicos e pacientes a partir de falsas alegações sobre a capacidade tecnológica da empresa e ocultando informações sobre as máquinas de teste.
Holmes levantou US$ 945 milhões de investidores de alto perfil, incluindo Rupert Murdoch e a família Walton, que fundou o Walmart. No auge, a empresa foi avaliada em 9 bilhões de dólares.
O império começou a ruir depois que o jornal Wall Street Journal publicou que as máquinas de diagnóstico, o coração da empresa, não funcionavam como prometido.