Nivaldo Junior, da Vitabe: queremos atingir um valuation de US$ 1 bilhão em dois anos (Vitabe Group/Divulgação)
A foto que ilustra a matéria mostra o momento atual na vida de Nivaldo Junior, fundador e CEO da Vitabe. O empreendedor, no entanto, enfrentou vários percalços, alguns dos quais comuns a quem decide se enveredar pelo universo dos negócios.
A Vitabe nasceu, por exemplo, em um momento em que a esposa enfrentava depressão e, logo depois, após estratégias erradas e sem capital, ele teve em risco o próprio casamento: vender a casa para manter o que tinha desenhado para a empresa.
O interesse por empreender começou cedo na vida de Junior, emancipado aos 16 anos. Primeiro, importou produtos da China e depois partiu para fábrica de sapatos e roupas e a abertura de lojas em shoppings. Os resultados, porém, estavam aquém dos objetivos do empreendedor.
A virada veio em 2018, quando lançou a Vitabe, empresa de produtos de beleza e bem-estar que faturou 211 milhões de reais em 2022. A criação do negócio surgiu a partir de uma experiência crítica pela qual passava a sua esposa, Regiane de Freitas, também sócia.
Em depressão, ela sofria com queda de cabelo e uma prima de Junior, morando na Austrália, disse que tinha um produto muito usado no país da Oceania. Em viagem ao Brasil, trouxe algumas unidades e o resultado impressionou.
Daí, surgiu a ideia de desenvolver uma fórmula, com um blend de vitaminas, para o mercado brasileiro e que fosse em conta. “Eu sempre tive o viés de criar produtos com preços acessíveis”, afirma.
O produto chegou ao mercado no fim de 2018 como “New Hair Caps”. No novo mercado, o empreendedor replicou a mesma estratégia de promoções, usada no varejo de calçados e roupas.
“Foi horrível, a gente não vendeu. Como eu estava acostumado a vender moda, com viés de promoção, quando a pessoa ia comprar uma vitamina, ela não entendia [o apelo] e não deu certo”, afirma.
Enquanto tentava entender o mercado, queimou bastante caixa e quase quebrou. “Eu tinha tirado o pé das operações de moda e estava 100% concentrado nesse negócio”, diz. Sem recursos, o plano de marketing, com projeção de investimentos de R$ 1 milhão, não parava de pé. A primeira saída foi procurar capital no mercado, mas as portas estavam fechadas.
A segunda: vender a casa. “Uma loucura”, segundo a esposa quase pedindo divórcio; “só pode estar doente”, disseram os pais. Apesar das desaprovações, Junior fechou negócio por 1.050.000,00 de reais.
A primeira ação com o dinheiro nas mãos foi fazer um contrato com a influenciadora Juju Salimeni para a divulgação dos produtos nas redes sociais. “Os três primeiros meses foram péssimos”, diz sobre a parceria para a qual tinha investido cerca de R$ 450 mil. Daí, do nada, veio um post da influenciadora que “virou a chave”, e a empresa fez R$ 180 mil em 24 horas – no mês, costumava faturar R$ 20 mil.
De lá para cá, a empresa cresceu e investiu na criação de novas marcas, entre elas:
A mais relevante é a Renova Be, responsável por 60% do faturamento de toda a companhia.
A curta trajetória da empresa também tem sido marcada também por aquisições:
Para manter todo o ecossistema de pé e faturando, a empresa trabalha com investimentos robustos em marketing digital. Em 2022, a Vitabe destinou mais de R$ 85 milhões para impulsionar os seus produtos, feitos por empresas terceirizadas em Extrema, Minas Gerais, Vitória, Espírito Santo, e São Paulo capital.
A estratégia começa com posts orgânicos de influenciadores digitais como Andressa Suita, Paola Oliveira e Virgínia Fonseca, e de microinfluenciadores, movimentação que é acompanhada com posts patrocinados para os usuários impactados pelas mensagens iniciais.
O ataque final é descarregar todo o arsenal de promoções e brindes para conquistar os clientes.
Para este ano, a empresa pretende acelerar os investimentos em marketing e chegar a R$ 120 milhões, incluindo gastos com TV aberta para ampliar o reconhecimento de marca. No plano, estão ainda outros 30 milhões, dedicados à área de tecnologia.
Segundo Junior, os esforços devem contribuir para que a Vitabe feche o ano com faturamento de R$ 350 milhões. O aumento representaria uma variação positiva de 66%.
Todos os investimentos têm como pano de fundo uma meta traçada pelo executivo: alcançar um valuation de 1 bilhão de dólares no intervalo de dois anos. Atualmente, segundo o IGC, a empresa vale atualmente 1,3 bilhão de reais. Mantido o plano – e a cotação atual -, a Vitabe tem um belo desafio pela frente.
Um dos caminhos estruturados para alcançar o objetivo é a internacionalização. A empresa, com sede administrativa em Valinhos, interior de São Paulo, está começando o processo pelos Estados Unidos, com investimentos de US$ 500 mil. Os próximos destinos devem ser o Chile, a partir de um distribuidor, e o México.
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