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Editores se reúnem para discutir futuro de Saraiva e Livraria Cultura

Situação de duas das maiores redes de livrarias do país é retrato de dificuldades do mercado livreiro. Medo dos editores é ficar na mão da Amazon

A Saraiva está em recuperação judicial desde 2019 e tenta aprovar novo plano com credores (./Divulgação)
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Da Redação

Publicado em 7 de novembro de 2018 às 06h04.

Última atualização em 12 de novembro de 2018 às 14h51.

Está marcada para esta quarta-feira uma reunião que pode determinar o futuro da venda de livros em lojas físicas no Brasil. O Sindicato Nacional das Editoras de Livros (Snel) se reúne para discutir maneiras de evitar que a Saraiva e a Livraria Cultura , duas das mais tradicionais redes de livrarias do país, vão para o buraco. A medida é uma forma das editoras de evitar que o mercado de venda de livros em lojas físicas entre em colapso, uma vez que a Saraiva é a maior livraria do país e está em dificuldades financeiras e a livraria Cultura vai iniciar sua recuperação judicial em dezembro.

Estima-se que a Saraiva tenha uma dívida de mais de 485 milhões de reais, além de 120 milhões de reais em linhas de créditos com bancos como Banco do Brasil, BNDES e Itaú. Com isso, a companhia fechou 20 lojas na semana passada. Segundo o jornal O Estado de São Paulo, há um consenso por parte das editoras em evitar que a empresa entre em Recuperação Judicial, uma vez que a rede é considerada “grande demais para quebrar”.

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A Justiça já aceitou o pedido de Recuperação Judicial da livraria Cultura, que deve ter início em no mês que vem. Dona da Fnac – que fechou todas as suas 15 lojas nos últimos 15 meses – a Cultura afirma ter uma dívida vencida de 92 milhões de reais, além de somar 285 milhões de reais em dívidas ainda vigentes.

Juntas, Saraiva e Cultura têm 95 lojas em pontos estratégicos das grandes capitais brasileiras, sendo canais fundamentais de vendas, que chegam a representar quase 40% do faturamento de algumas editoras.

Perder as lojas físicas é um problema para as editoras. Grandes varejistas no e-commerce não têm garantido o lucro desejado. Segundo o portal Terra, as editoras se preocupam especialmente com a Amazon, conhecida por comprar grandes lotes de livros no lugar de pegar consignados, mas de negociar descontos agressivos com as editoras.

O consumo de livros no país voltou a crescer em 2018, registrando um aumento de 3,65%, com livros vendidos a preço médio de 43,24 reais (aumento de 5,37%). Mas é apenas uma pequena alta que não compensa, segundo os editores, anos de queda.

Durante o encontro de hoje, será proposta uma Assembleia Geral Extraordinária para os  associados do SNEL, em que o Sindicato emitirá um pronunciamento com a posição do setor sobre quais deverão ser os rumos das negociações com a Cultura e com a Saraiva durante os próximos meses. “Nenhuma decisão individual das editoras conseguirá salvar as empresas. Mais do que nunca, as editoras devem agir em conjunto para conseguirmos reverter este quadro”, afirmou em nota Marcos da Veiga Pereira, presidente do Sindicato.

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