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Editoras buscam tática para "salvar" a Saraiva

A companhia acumula dívida com fornecedores de R$ 485 milhões no fechamento do segundo trimestre

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Imagem de arquivo da livraria Saraiva: Mesmo após o fechamento de mais de 20 lojas na semana passada, a companhia ainda é a maior rede do País (Saraiva/Divulgação)

Imagem de arquivo da livraria Saraiva: Mesmo após o fechamento de mais de 20 lojas na semana passada, a companhia ainda é a maior rede do País (Saraiva/Divulgação)

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Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de novembro de 2018, 11h46.

Última atualização em 6 de novembro de 2018, 11h52.

São Paulo - Depois de verem a Livraria Cultura sucumbir à recuperação judicial, por conta de seu alto endividamento, as editoras estão empenhadas em evitar que a Livraria Saraiva siga o mesmo destino, afirmam fontes do setor. O Sindicato Nacional das Editoras de Livros (Snel) convocou para terça-feira, 6, uma reunião para definir estratégias para negociar com a Saraiva, que acumulava dívida com fornecedores da ordem de R$ 485 milhões no fechamento do segundo trimestre.

O entendimento do setor, segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, é que a Saraiva seria "grande demais para quebrar". Mesmo após o fechamento de mais de 20 lojas na semana passada, a companhia ainda é a maior rede do País, com 84 unidades, e também tem uma venda forte pelo e-commerce. Hoje, a participação da Saraiva nas vendas de livros estaria em cerca de 30%. Logo, perder uma cadeia de distribuição deste porte poderia afetar o fluxo de caixa de curto prazo do segmento.

O problema agora seria definir uma forma de negociar os débitos sem necessidade de recorrer à recuperação judicial - que garante ao devedor um período "sabático" de seis meses nos pagamentos aos credores. Para evitar a recuperação judicial, no entanto, a Saraiva estaria pedindo cortes de quase 50% nos valores devidos e também um prazo longo para pagamento. Apesar da disposição das editoras em conversar - tanto para recuperar dívidas que se estendem por até dois anos quanto para evitar a falência de pequenos selos de livros -, esse não é o tipo de negociação que se resolva facilmente.

Além de questões internas - como a malfadada aposta em produtos de tecnologia -, fontes ligadas à empresa dizem que a rede brasileira sofre também com a concorrência da Amazon, que hoje já representa cerca de 10% das vendas de livros no País. Embora a varejista online compre livros - em vez de pegá-los em consignação -, existe a preocupação de o mercado se concentrar demais nas mãos da gigante americana, que é conhecida por vender livros com descontos agressivos.

Apesar das dificuldades das livrarias, dados do Snel mostram que o consumo de livros no País voltou a crescer em 2018. De janeiro a outubro de 2018, as vendas em volume tiveram uma alta de 3,65%, em relação ao mesmo período do ano passado. Na mesma comparação, houve uma alta de 5,37% no faturamento total. O valor médio por exemplar vendido também subiu, atingindo R$ 43,24.

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