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Dia das Mães: 6 habilidades que a maternidade trouxe para estas executivas

Neste Dia das Mães, EXAME perguntou a seis executivas quais habilidades elas desenvolveram com a maternidade e levaram para a carreira

Marina Demant, mãe do Victor e head of growth marketing do Distrito: "Ser mãe é o maior papel de liderança que eu poderia exercer". (Distrito/Divulgação)
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Luciana Lima

Publicado em 8 de maio de 2022 às 10h00.

Última atualização em 8 de maio de 2022 às 11h19.

Segundo uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), publicada em 2018, metade das profissionais brasileiras deixava o mercado de trabalho um ano após engravidarem. Seja por preconceito, sobrecarga ou falta de rede de apoio, equilibrar carreira e família nunca foi uma tarefa fácil para as mulheres.

Porém, o debate sobre a necessidade de que carreira e maternidade não sejam escolhas antagônicas está avançando nas empresas. E, para algumas executivas, a criação de um filho, inclusive, despertou novas habilidades que elas levaram para suas carreiras.

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Neste Dia das Mães, EXAME perguntou a seis executivas quais habilidades elas desenvolveram com a maternidade.

1. Aptidão para liderança - Marina Demant, mãe do Victor e head of growth marketing do Distrito

“Ser mãe é o maior papel de liderança que eu poderia exercer. Temos que educar, ter paciência, estar no momento presente, cuidar da saúde física e mental, ajudar a ver caminhos (sem poder caminhar por eles), dar a mão para levantar quando há quedas e deixar que façam suas próprias escolhas e sejam protagonistas das suas histórias. Quando traduzo para o mundo corporativo, não vejo nenhuma diferença no papel de um bom líder. Como mães, treinamos e aprendemos liderança a cada minuto, algo que nenhum workshop, livro ou teoria poderia chegar em profundidade. São coisas simples do dia a dia. Por exemplo: quando meu filho fala sobre a briga com o coleguinha, ensino sobre empatia, respeito ao espaço e corpo do outro e a necessidade de se comunicar. Qual é a diferença para os problemas que enfrentamos corporativamente?"

2. Capacidade de educar times - Daniela Marchiori, mãe de Rafaela, Eduarda e Fernanda e sócia da Frente Corretora

“A mulher já carrega por natureza a capacidade de ser multitarefas e desempenhar com maestria diversas atividades, todas com o mesmo empenho e garra. Porém, ao se tornar mãe, fica mais latente a habilidade de priorizar escolhas e entender a relevância de cada decisão tomada. Toda mãe precisa educar, por isso somos aptas a gerir equipes e formar times de forma mais natural, já que treinamos isso com nossos próprios filhos. Toda mãe também carrega consigo a sensibilidade de entender o momento de cada funcionário, um ponto essencial para a atividade de um gestor. Ser mãe te deixa alerta, atenta e nada passa despercebido. Quando pensamos em características fundamentais à liderança, não há como não se espelhar em mães”.

3. Flexibilidade e adaptação - Priscila Lima de Charbonnières, mãe de quatro filhos, fundadora da Soulloop

“Mães executivas têm flexibilidade, confiança, presença de espírito, intuição, rapidez na tomada de decisão, liderança, sensibilidade, criatividade, força, receptividade, multisensorialidade (a capacidade holística de perceber diversos ângulos em uma mesma situação), poder pessoal que se acende e a divindade própria que existe na mulher. A maternidade faz com que a mulher acolha mais as pessoas, os filhos e, consequentemente, as informações. Essa habilidade de acolher diferentes perspectivas, por sua vez, ativa a capacidade de desenvolver um pensamento holístico muito mais apurado, especialmente pelo exercício de ter que lidar com questões novas no dia a dia, na criação de uma criança ou várias crianças. Não existe um manual, a mãe precisa ter presença de espírito e flexibilidade para perceber como ela pode contribuir para a evolução do filho. E esse comportamento se repete no trabalho, já que no mundo corporativo também não há uma fórmula pronta”.

4. Cultura de sonhos grandes - Roberta Antunes, mãe do Hyan e chief of growth da Hashdex

“Eu acredito que o limite do que uma pessoa consegue alcançar na vida (pessoal ou profissional) é o limite do que ela consegue sonhar. Acredito que só conseguimos sonhar com o que conhecemos – é difícil sonhar com algo que nunca se teve acesso. Desde que meu filho nasceu, uma preocupação que eu tenho é garantir que o limite dos sonhos dele não esteja limitado às coisas que eu conheço. Então, me preocupo em estimular o contato dele com viagens, culturas, línguas, tecnologias e pessoas diferentes. Quando penso em liderança, enxergo da mesma maneira: meu papel é incentivar a camada de sonhos de cada um. Então, busco sempre apresentar um mundo maior do que as pessoas conhecem por meio de tecnologia, eventos, histórias e discussões que elevam. Tudo para que as pessoas possam sonhar mais alto. Quando temos um time que está sonhando grande, a capacidade da empresa de sonhar e realizar é muito maior.”

5. Amor em tudo - Mariana Collares Chaves, mãe do Joaquim e sócia da Legend Wealth Management

“Comecei na Legend quando estava com nove meses de gravidez – era um mundo muito desconhecido e que eu precisava desbravar. Logo depois que o Joaquim nasceu, percebi que tudo tinha aflorado em mim: um amor muito maior, que eu não sabia que existia, e um amor por tudo que eu fazia, tanto pela família quanto pelo trabalho. Tive muito mais clareza dos meus objetivos de carreira. Sempre fui muito focada, mas passei a ser muito mais assertiva. Precisei dividir ainda mais meu tempo entre filho, carreira, marido e família. Para o dia a dia, principalmente para o meu trabalho, acredito que preciso entender muito essa relação da família como um todo. A maternidade me trouxe um entendimento da família e uma sensibilidade maior e, com isso, passei a ter uma produtividade e uma assertividade melhor também.”

6. Inteligência emocional - Mariana Filizola, mãe de Rafael e Gabriela é chief experience officer na StartSe

“Sem dúvida a maternidade desenvolve habilidades relevantes que refletem na vida executiva da mulher. A relação com os filhos exige muita inteligência emocional e empatia por parte das mães, que são  habilidades muito raras no meio executivo. Quando usamos isso no mundo corporativo, vira um grande trunfo. Outro ponto forte é a gestão de crise: aprendemos a aceitar que as pessoas cometerão erros (inclusive nós) e que é necessário falar sobre eles, gerar lições aprendidas e seguir adiante sem sofrer, pois é assim que se constroem as relações de confiança tanto pessoal quanto profissionalmente.”

 

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