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Dez sinais de que uma empresa pode pedir recuperação judicial

Advogado especializado aponta os sinais que, segundo ele, valem para empresas de todos os portes e setores

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Oi: companhia tenta acordo para pagamento de dívida bilionária (Nacho Doce/Reuters)

Oi: companhia tenta acordo para pagamento de dívida bilionária (Nacho Doce/Reuters)

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Tatiana Vaz

Publicado em 19 de agosto de 2017, 12h16.

São Paulo – Nesta semana, o Grupo Weber, da família Bertin, um dos maiores conglomerados empresariais do país, entrou com pedido de recuperação judicial. Oi, UTC e PDG foram outras grandes companhias que recorreram a mesma alternativa para pagar dívidas bilionárias, casos que preocupam.

“Esse é um sinal de que a crise chegou em negócios sólidos e pode irradiar para toda a imensa cadeia de fornecedores, empresas de portes diversos”, explica o advogado Edemílson Wirthmann Vicente, da WVADV.

De acordo com ele, a lei de recuperação judicial dá hoje uma segurança bem maior aos empresários que no passado e, aliado à crise econômica, é um dos fatores que explica porque há tantas companhias recorrendo a iniciativa nestes dois últimos anos.

Para Wirthmann Vicente, os indícios de que uma companhia está prestes a entrar com pedido de recuperação judicial são basicamente os mesmos, independentemente do porte e setor de atuação. A seguir, ele lista dez desses sinais.

“Apresentar de um a três destes sinais já é motivo de preocupação”, diz ele. “Identificar os problemas financeiros em fases iniciais facilita a busca de soluções”.

1)    Rolagem de dívidas – O sinal mais preocupante é quando a empresa começa a ter dificuldades em honrar suas dívidas, rolando em vencimentos com frequência sem amortizar.

2)    Taxas de juros mais altas - O cenário começa a se deteriorar, com um abismo muito grande entre as taxas de juros oferecidas a empresas saudáveis e aquelas que sua empresa está sendo obrigada a pagar. Esse é um sinal de que as instituições já consideram sensivelmente os riscos de crédito à sua empresa.

3)    Dificuldade em captar crédito – As principais instituições já não concedem crédito à sua empresa, que é obrigada a recorrer a players menores e variados, com taxas maiores.

4)    Inadimplência – Contas começam a atrasar e diversos títulos da empresa começam a ser protestados. O atraso no pagamento de impostos também pode empurrar uma empresa para uma situação de risco. A constante repactuação e não cumprimento dos termos negociados é fatal para a credibilidade da empresa.

5)    Capital de giro em frentes não usuais – Despesas operacionais básicas começam a ter seus pagamentos atrasados para compensar a falta do capital de giro. Um exemplo é a conta de luz, que passa a atrasar, sendo paga apenas no limite para o corte.

6)    Demissões sem pagamento de rescisão – As dívidas começam a chegar no âmbito trabalhista, com demissões sendo realizadas sem o pleno pagamento dos direitos aos funcionários e colaboradores dispensados.

7)    Oneração de patrimônio – Ativos da empresa começam a ser vendidos ou hipotecados em condições muito inferiores ao valor de face.

8)    Fornecedores precificam riscos – As empresas parceiras começam a reagir diante dos atrasos nos pagamentos com reduções nos prazos de pagamento e preços maiores que os praticados com outros clientes. As notas que antes tinham pagamentos com vencimentos em 60 dias começam a ter pagamentos exigidos em 30, 15 dias ou mesmo à vista em casos extremos.

9)    Fragilização das relações com os clientes – O sucessivo não comprimento de prazos nas entregas pode gerar a utilização de mecanismos não usuais no relacionamento, como clientes optarem pela compra de matéria prima para a empresa em vez de fazerem o pagamento convencional.

10) Danos de imagem – A crise da empresa já é conhecida por toda o mercado e concorrentes e a situação começa a vazar pra mídia. A exposição pública agrava a situação com clientes, fornecedores, funcionários, acionistas e público final.

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