Depois de faturar R$ 300 milhões no Brasil, a Asper quer combater crimes digitais nos Estados Unidos
A empresa está investindo US$ 3 milhões para a abertura da sede em Nova York, no complexo comercial Rockefeller Center
Repórter de Negócios
Publicado em 14 de junho de 2024 às 11h45.
A brasiliense Asper está fincando os pés nos Estados Unidos e escolheu um endereço no Rockefeller Center, em Nova York, para ser a sua sede no país e o ponto de relacionamento com os clientes americanos. O desembarque vai consumir em torno de US$ 3 milhões nos próximos meses.
O espaço será um posto avançado para a empresa de cibersegurança atender tanto empresas americanas como de outros países, como México, Inglaterra e Austrália. Tanto o time de tecnologia quanto comercial será todo local, apoiado pela operação que a empresa mantém aqui, com SOCs (centros de segurança) em São Paulo e Rio de Janeiro e ainda escritórios Florianópolis e Brasília.
Criada em 2015, a Asper vem imprimindo um novo ritmo desde que pivotou o modelo de negócios entre 2019 e 2020. Da gestão de dados, migrou para o universo da cibersegurança e começou a construir uma carteira de clientes que inclui grandes empresas privadas, como Bradesco, Rede D’Or, Claro e JBS. Na origem, órgãos públicos prevaleciam. No ano passado, eles representaram apenas 20% da receita.
Nos Estados Unidos, a estratégia de entrada será focada em empresas de menor porte, com faturamento entre US$ 100 e US$ 500 milhões por ano.“A nossa ideia é focar um pouco mais lá no mercado médio do que nas grandes empresas neste primeiro momento”, afirma Arthur Gonçalves, fundador e CEO da Asper.
O executivo empreende desde os 18 anos, idade em que largou a faculdade de marketing e, junto a amigos, decidiu migrar para o mercado de tecnologia, ocupando posições mais comerciais.
Como será a atuação da Asper nos Estados Unidos
A empresa pretende usar o nome das companhias com as quais trabalha por aqui, algumas delas globais, como referência para ampliar o conhecimento de marca. Além disso, as parcerias com gigantes de tecnologia como Tenable, IBM, Gigamon e Harness.
Assim como outras empresas no mercado, a Asper pega os softwares fabricados por essas companhias internacionais e adiciona camadas de serviços, como a oferta de consultorias e projetos de cibersegurança. Na lista de procedimentos, entram soluções de criptografia, tokenização de dados e identidade de usuários.
Segundo a brasiliense, as demandas mais fortes dos clientes são relacionadas à violação de credenciais. Isto é, o ‘roubo de identidade’ por hackers dos acessos dos funcionários dessas companhias.
Com a entrada nos Estados Unidos, a Asper se expõe a um mercado mais competitivo, mas também com cifras bem mais elevadas.
“No Brasil, o mercado de cibersegurança para 2024 é de aproximadamente 3 bilhões de dólares. Enquanto isso, nos Estados Unidos, é estimado em 70 bilhões de dólares para 2024”, diz Gonçalves. ”E nós entramos numa janela muito boa, porque já temos clientes que serão atendidos lá”.Hoje, a empresa conta com cerca de 10 clientes no país.
A projeção para este ano é de que a empresa supere a barreira dos R$ 400 milhões, com expansão acima dos 30%.