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Dentro da Mastercard: por que o Brasil é peça-chave na revolução dos dados?

O diretor de dados global Andrew Reiskind acredita que um público adepto e o ecossistema de fintechs tornam o país um terreno fértil para a inovação

Andrew Reiskind, Chief Data Officer da Mastercard

Andrew Reiskind, Chief Data Officer da Mastercard

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 28 de maio de 2025 às 11h25.

Última atualização em 30 de maio de 2025 às 11h53.

O americano Andrew Reiskind acompanha o trabalho com dados há quase duas décadas — muito antes de eles serem considerados o “novo petróleo” da economia. Chief Data Officer global da Mastercard, ele lembra que, quando começou, o cenário era “feio”: a qualidade e a disponibilidade dos dados eram precárias, e a tecnologia ainda engatinhava.

Hoje, as expectativas são muito maiores e a capacidade de extrair insights avançados a partir dos dados só cresce,” diz Reiskind. Para acompanhar essa evolução, a Mastercard investiu em ferramentas como inteligência artificial generativa e bancos de dados gráficos — tecnologias que nem existiam quando ele começou — e criou um ciclo contínuo de melhoria.

No Brasil, essa transformação encontra terreno fértil. “Desde o primeiro contato com o mercado brasileiro, percebi que são usuários e consumidores de dados altamente sofisticados,” afirma o executivo. “Essa maturidade permite um diálogo diferente, mais exigente, que impulsiona a inovação e a criação de soluções personalizadas.”

“Sem esforço não há crescimento”, diz Marcelo Tangioni, que hoje é CEO da Mastercard Brasil

Um mercado estratégico

O Brasil é um dos mercados mais relevantes para a Mastercard na transformação digital global, por sua escala e maturidade. Em 2024, o país realizou cerca de 125 milhões de pagamentos por cartões por dia, movimentando R$ 4,1 trilhões — um volume que reforça a capacidade de absorver inovações em dados e inteligência artificial. A digitalização é ampla: 85% das transações comerciais já são eletrônicas, e a Mastercard domina o mercado com cerca de 52% do volume transacionado, sendo líder no segmento de crédito (59,5%) e com forte presença em débito e pré-pagos (45%).

No segmento de pagamentos por aproximação, o Brasil já registra 70% das transações com Mastercard via NFC, totalizando 6,5 bilhões de operações no primeiro trimestre de 2025 — o equivalente a cerca de 3 milhões de pagamentos por hora. O ecossistema de fintechs brasileiras é um dos mais ativos da América Latina, com mais de 100 startups parceiras e mais de 100 milhões de cartões digitais emitidos na região, grande parte concentrada no Brasil. Essa rede amplia a diversidade e o volume de dados disponíveis para a Mastercard.

A operação global reúne cerca de 250 especialistas em dados e serviços. “O Brasil é mais que um consumidor: é um parceiro estratégico para o futuro dos pagamentos digitais,” conclui.

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