São Paulo – O ano de 2015 foi marcado por acordos empresariais grandiosos, alguns tidos como emblemáticos em suas áreas, como o da compra da Kraft pela Heinz e do HSBC pelo Bradesco. Relembre na retrospectiva, a seguir, os negócios bilionários fechados por grandes empresas dentro e fora do país em 2015.
Depois de quase um mês de negociações, a Anheuser-Busch InBev comprar a rival SABMiller, por US$ 109 bilhões, um dos maiores negócios já fechados na história. A AB InBev é dona de marcas de cerveja como Budweiser, Stella Artois e Corona e controla também a brasileira Ambev, fabricante de rótulos como Skol e Brahma. Já a SABMiller produz marcas como Castle, 2M, Aguila e Alpha e abrirá mercado para AB InBev no continente africano, onde foi fundada há 120 anos.
No dia 15 de abril, a companhia finlandesa Nokia comprou todas as ações da rival francesa Alcatel-Lucent por 15,6 bilhões de euros. O negócio, considerado o maior do setor em mais de uma década, acabou por criar um gigante de tecnologia com faturamento bilionário e mais de 100.000 funcionários, entre outros números impressionantes.
O fundo 3G Capital, dos empresários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, e a Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, anunciaram a fusão da Heinz com a Kraft Foods. A operação dará origem a quinta maior empresa de alimentos do mundo. A nova companhia, batizada de Kraft Heinz, terá faturamento combinado de 28 bilhões de dólares.
A aquisição do HSBC Brasil pelo Bradesco, também fechada neste ano, foi a maior já feita na história do banco brasileiro. O Bradesco pagou R$ 17,6 bilhões para assumir todas as operações do HSBC no país, incluindo o banco de varejo, seguros e gestão de ativos, além de agências e carteira de clientes. Ao adquirir o HSBC no Brasil, os ativos do Bradesco crescem 16% com a operação, para R$ 1,192 trilhão.
O Grupo J&F comprou a Alpargatas, cuja acionista majoritária era a Camargo Corrêa, por 2,667 bilhões de reais, informação antecipada pelo blog Primeiro Lugar, de EXAME. A holding da Camargo Corrêa precisava levantar recursos depois da empreiteira ter sido uma das 23 envolvidas na Operação Lava Jato. Antes de ser vendida, a Alpargatas vendeu as marcas Rainha e Tooper a um grupo de investidores liderados pelo empresário Carlos Wizard por R$ 48,7 milhões.
A petroleira Shell anunciou, em 8 de abril, a compra da britânica BG em um negócio que soma aproximadamente 47 bilhões de libras - quase US$ 69 bilhões. A operação envolve o pagamento em dinheiro e entrega de ações da companhia anglo-holandesa aos acionistas da BG. A união das duas empresas é avaliada como o maior negócio entre empresas do setor de energia e gás da década e criará um novo gigante mundial do segmento.
O dono da Azul, David Neeleman, levou a melhor na companhia aérea portuguesa TAP, que se arrastava por anos. O acordo englobou uma injeção de capital entre 300 e 350 milhões de euros em troca de 61% da empresa, que acumula um prejuízo estimado de 85 milhões de euros e uma dívida estimada em 1 bilhão de euros.
Protagonista do maior IPO da história, o Alibaba comprou o Youku Tudou, considerado o YouTube da China, por US$ 4,35 bilhões, em uma tentativa de ampliar sua divisão de entretenimento. Meses depois, o alvo passou a ser a varejista chinesa de eletrônicos Suning, comprada pelo gigantes chinês por US$ 4,6 bilhões.
O grupo de hotéis Marriott Internacional virou a maior empresa de hotéis do mundo em número de acomodações depois de comprar a concorrente Starwood Hotels & Resorts Worldwide por US$ 12,2 bilhões. Juntas, as empresas terão mais de 1,1 milhão de quartos em mais de 5.500 empreendimentos, com presença em mais de 100 países.
A P&G, dona da Pantene e do Ariel, vendeu 43 de suas marcas de beleza para a Coty por US$ 12,5 bilhões de dólares. A transação inclui rótulos da linha de produtos profissionais para salões e de tinturas, cosméticos e fragrâncias para varejo.
Reguladores da União Europeia aprovaram, em abril, a compra dos ativos portugueses da Oi pelo grupo de telecomunicações Altice por US$ 7,9 bilhões. A condição para o negócio foi a da Altive vender seus demais negócios em Portugal. A transação fez parte de um grande imbróglio entre acionistas. A brasileira Oi, dona de parte operacional da PT, defendia que a venda de ativos fortaleceria os negócios de ambas nos países em que operam. Alguns sócios discordavam tanto da venda quanto do valor em jogo. A aprovação em assembleia da venda aconteceu em janeiro, depois de concluída a fusão “jurídica” entre as duas empresas de telecom.
O fundador do Cirque du Soleil, Guy Laliberté, vendeu um dos circos mais famosos do mundo por US$ 1,5 bilhão, em abril. O negócio foi comprado por um grupo de investidores formado pelo fundo de private equity norte-americano TPG, o fundo de pensão canadense Caisse de dépôt et placement du Québec e o empresário Mitch Garber. A chinesa Fosun Capital também faz parte do consórcio e promete ajudar a expandir o Cirque du Soleil no país asiático.
O Cade aprovou a compra do negócio de laticínios da BRF pela Lactalis do Brasil, controlada pela Parmalat, transação aprovada pelo valor de R$ 1,8 bilhão. A operação abrange ainda a aquisição indireta, pela Lactalis Brasil, de metade do capital social da empresa que eram da BRF.
A Hypermarcas se desfez de sua operação de cosméticos para a empresa francesa Coty, por R$ 3,8 bilhões. O negócio incluiu as marcas de renome no setor, como Bozzano, Monange, Paixão, Biocolor, Risqué, Cenoura & Bronze.
16. Dona do Candy Crush pela Activisionzoom_out_map
16/19(Divulgação)
A Activision Blizzard comprou a dona do jogo Candy Crush, King Digital Entertainment PLC, por 5,9 bilhões de dólares. A operação combina duas gigantes do ramo de videogames, que juntas terão mais de 550 milhões de usuários ativos mensais.
A JBS comprou da Marfrig a Moy Park, unidade de frango e alimentos processados na Europa, por US$ 1,5 bilhão. Pelo acordo, a JBS assumirá dívida líquida da Moy Park de 200 milhões de libras.
A seguradora Aetna comprou a rival Humana por US$ 37 bilhões, quase US$ 230 por ação. O negócio envolveu algumas das maiores empresas dos Estados Unidos e forma uma gigante do setor.
O pernambucano Juliano Dias fundou a Meetz, uma plataforma para reuniões entre vendedores e potenciais clientes, nos primeiros dias da pandemia, um período em que ele e a família tentavam recomeçar a vida em Portugal