Negócios

Cumprir a palavra é essencial para bons negócios na China

Para presidente da Câmara Brasil-China de Desenvolvimento Econômico, o empresário brasileiro precisa entender que impontualidade é constrangedora

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 14h52.

Com tempo e disposição, é possível compreender a cultura de um país tão distante e diferente do Brasil como a China. É claro que é difícil apreciar pratos típicos e memorizar protocolos de comportamento já num primeiro contato. Mas os chineses encaram o mau jeito brasileiro com boa vontade. "O chinês está muito mais compreensivo do que há dez anos", diz Paul Liu, engenheiro civil que preside a Câmara Brasil-China de Desenvolvimento Econômico (CBCDE). Mas é bom não relaxar demais, porque certos deslizes continuam intoleráveis.

"O problema é prometer e não cumprir", diz Liu. "Aconteceu comigo. Uma delegação brasileira pediu insistentemente para conhecer uma fábrica, assegurando que desejava fechar a compra de uma parte da produção. Visita feita, foram embora, sem falar em negócio." Raramente se reverte a imagem de falta de seriedade resultante de molecagens como essa, explica Liu, que recorda um caso ainda mais escandaloso. "Negociamos por três anos uma parceria, já estava tudo assinado, com todos os pontos exigidos pelos brasileiros contemplados nos contratos. Na hora, os brasileiros voltaram atrás sem mais nem menos." Liu repete um conselho singelo para evitar desastres como os descritos acima: "Nunca prometa mais do que pode fazer", afirma o engenheiro. "É melhor começar modestamente, e ganhar confiança, aos poucos."

A falta de pontualidade também entra no rol de reclamações formuladas pelos parceiros chineses. "Fui convidado para um jantar aqui no Brasil. Perguntei o horário e me responderam que era sete horas, mas eu podia chegar às oito", diz Liu. "O evento começou às dez e meia. O brasileiro precisa entender que isso é constrangedor. Se isso tivesse ocorrido na China, muito antes das 22h, já não haveria mais ninguém no evento."

Curso

Já existem cursos voltados especificamente para aplicados brasileiros preparando-se para sua primeira jornada ao maior mercado do mundo. A CBCDE, por exemplo, oferece semana que vem para um grupo de 20 pessoas, entre jornalistas, consultores e executivos, um curso rápido com o objetivo de "evitar gafes que possam resultar em perda de negócios". O curso será ministrado novamente em junho, em duas turmas.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Negócios

Como o Grupo L’Oréal quer se tornar a beauty tech número 1 do mundo a partir do mercado brasileiro?

De olho em cães e gatos: Nestlé Purina abre nova edição de programa de aceleração para startups pets

ICQ, MSN, Orkut, Fotolog: por que essas redes sociais que bombavam nos anos 2000 acabaram

Franquias crescem 15,8% e faturam R$ 121 bilhões no primeiro semestre

Mais na Exame