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Copersucar vê moagem de cana em 595 mi t, com viés de baixa

A estimativa da Copersucar ainda é levemente superior à da Unica, entidade que representa o setor, que em abril estimou uma safra recorde de cerca de 590 mi t


	A Copersucar prevê que seu mix nesta temporada deva ficar em 42,5 % de açúcar e o remanescente para etanol
 (Tadeu Fessel/Divulgação)

A Copersucar prevê que seu mix nesta temporada deva ficar em 42,5 % de açúcar e o remanescente para etanol (Tadeu Fessel/Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 5 de junho de 2013 às 16h23.

Santos - A Copersucar, maior comercializadora de açúcar e etanol do mundo, estimou nesta quarta-feira a moagem de cana do centro-sul do Brasil na temporada 2013/14 em 595 milhões de toneladas, com viés de baixa, após chuvas afetarem os trabalhos no fim de maio e início de junho.

"Nossa previsão ficou estável, mas antes tinha viés de alta, agora é de baixa. Perdeu um pouco de produção no início da safra (por conta das chuvas), com a seca avançou bem, mas aí as chuvas voltaram...", disse o presidente do Conselho de Administração da empresa, Luís Roberto Pogetti, em entrevista a jornalistas, após evento para inauguração da expansão de um terminal no porto de Santos.

A estimativa da Copersucar ainda é levemente superior à da Unica, entidade que representa o setor, que em abril estimou uma safra recorde de cerca de 590 milhões de toneladas.

Nesta quarta-feira, no evento da Copersucar, o diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Antonio de Padua Rodrigues, afirmou que as usinas do centro-sul do Brasil, principal região produtora de cana-de-açúcar, poderão não atingir as metas de moagem para a temporada 2013/14, devido a chuvas.

Segundo Pogetti, a estimativa da Copersucar para a produção de açúcar do centro-sul é de 35 milhões de toneladas, enquanto a de etanol foi vista em 27 bilhões de litros.

A Copersucar estima a exportação de etanol do centro-sul em 13/14 em 2,7 bilhões de litros, queda de 500 milhões de litros ante a safra anterior.

Já as exportações de etanol da própria Copersucar, que representa 47 usinas brasileiras, foram estimadas pelo executivo entre 1 bilhão e 1,2 bilhão de litros, praticamente estável ante o ano anterior.

A empresa prevê a exportação de açúcar do centro-sul do Brasil em 26 milhões de toneladas em 13/14, ante 24 mi t no ano anterior.

As vendas de açúcar da Copersucar (mercado interno e externo) foram estimadas em 9 milhões de toneladas, ante 7,5 milhões no ciclo anterior.


Incentivos

Na avaliação de Pogetti, a alteração nos tributos PIS/Cofins do etanol, estabelecida recentemente pelo governo para incentivar o setor sucroenergético, não altera a projeção de mix na produção atual, uma vez que diante do ciclo de baixa, a estimativa do setor já apontava para uma temporada mais "alcooleira".

Pogetti lembra que o mix estimado para a produção do centro-sul nesta temporada indica que 45 % da cana deverá ser destinada para a produção de açúcar, menor que o percentual visto na temporada anterior.

A Copersucar prevê que seu mix nesta temporada deva ficar em 42,5 % de açúcar e o remanescente para etanol.

A empresa também está de olho na safra de milho dos EUA, onde o cereal é a principal matéria-prima para o etanol.

O diretor-presidente da Copersucar, Paulo Roberto de Souza, disse que se confirmada uma safra abundante de milho nos Estados Unidos e o preço da commodity recuar para perto de 4 dólares o bushel, o Brasil perderia a vantagem que favoreceu o incremento dos embarques do biocombustível na temporada anterior.

"Se for confirmada a supersafra nos EUA, não terá mais arbitragem para o Brasil exportar", explicou o executivo em conferência com a imprensa em Santos.

Paridade com gasolina

O diretor-presidente da Copersucar estima uma melhora na paridade entre o etanol e a gasolina, o que deve favorecer um aumento no consumo do etanol hidratado.

A relação de preço do hidratado ante a gasolina, que estava em torno de 70 % anteriormente já começou a cair, e a Copersucar estima que recue para 62 a 63 %, o que elevaria o consumo de etanol hidratado mensal no país da atual 1 bilhão de litros, para 1,8 bilhão de litros.

"Mas para isso depende do preço na bomba, precisa recuar mais", disse Souza.

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