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Conergy visa leilões para crescer em energia solar no Brasil

O grupo alemão de energia solar quer estar entre os líderes em geração fotovoltaica no Brasil


	Painéis de energia solar
 (Yuzuru Yoshikawa/Bloomberg)

Painéis de energia solar (Yuzuru Yoshikawa/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2015 às 21h13.

São Paulo - O grupo alemão de energia solar Conergy quer estar entre os líderes em geração fotovoltaica no Brasil, onde pretende investir tanto em usinas de grande porte como em sistemas para serem instalados em prédios comerciais e industriais, afirmou um executivo à Reuters.

A empresa, que está em busca de expansão em mercados emergentes, ganhou os primeiros contratos no país em leilão de energia solar realizado em agosto deste ano e investirá entre 250 e 300 milhões de reais em duas usinas na Paraíba que somarão cerca de 60 megawatts em potência.

O diretor da Conergy para o Brasil, Eduardo Abreu, afirmou em entrevista que a companhia estuda inscrever projetos do mesmo porte, ou até maiores, em leilões que acontecerão em 2016, para continuar com a expansão no país.

"No Brasil temos um interesse muito forte, tanto na geração centralizada, com grandes usinas, como na geração distribuída, em telhados. Comparando o que já tem instalado (de energia solar no Brasil) com o tamanho potencial do mercado e os retornos que podem ser alcançados, achamos interessante", disse o executivo.

Segundo ele, as primeiras duas usinas foram projetos comprados de investidores locais, uma alternativa que pode ser buscada novamente enquanto a empresa desenvolve projetos próprios, na região Nordeste. "Agora que já sabemos que podemos ser competitivos, estamos desenvolvendo aos poucos um 'pipeline'... mas não sabemos se até o ano que vem vamos participar (dos leilões) com projeto nosso ou comprado de desenvolvedores. Depende de como vai estar a maturação", afirmou.

Segundo Abreu, além do Brasil, Chile e México são exemplos de outros mercados em que a Conergy buscará uma expansão nos próximos anos.

Ele disse que os planos se mantêm mesmo com o atual momento de crise econômica no Brasil, que tem aumentado os custos de financiamento e de equipamentos importados, ao mesmo tempo em que desacelera a demanda por energia.

"Claro que existe um impacto para o negócio, negativo, mas a gente acredita no Brasil no longo prazo e vamos continuar com nossos esforços independente disso. O mercado é sólido e vai continuar crescendo", apontou Abreu.

Ele disse ainda que os projetos solares que a empresa viabilizou no leilão deste ano têm um retorno "atraente", de "dois dígitos" que se mantém mesmo com a disparada do dólar, que em parte estava precificada.

"A alta do dólar não é interessante para quem está nesse mercado, claro, mas se você já prevê isso, toma medidas. A gente tem uma proteção que mantém o retorno bom", disse o executivo, que preferiu não entrar em detalhes sobre qual seria esse mecanismo de proteção.

FORNECEDORES E PARCEIROS

Segundo Abreu, a Conergy chegou a participar do leilão de energia solar do ano passado, mas "parou no meio do caminho" devido aos altos deságios apresentados pelos investidores na ocasião. Agora, com energia já vendida e a necessidade de colocar duas usinas em operação em 2017, a Conergy trabalha para fechar contratos com fornecedores e eventuais parceiros para os projetos.

"Queremos fechar o fornecedor do paineis solares ainda este ano", disse Abreu, destacando que as negociações estão avançadas, mas sem abrir nomes.

Ele afirmou que a Conergy trabalha com a hipótese de comprar paineis fabricados localmente para poder ter acesso a financiamentos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), mas não descartou outras alternativas.

"Fizemos uma engenharia financeira para não ficar dependendo só do BNDES", garantiu Abreu, que não descartou a emissão de debêntures como forma de captar recursos.

Ele também afirmou que a empresa não descarta fechar parcerias para desenvolver as usinas no Brasil. "Vamos atuar como desenvolvedora e EPCista (empresa que fecha contratos para construir usinas para outros investidores). Em alguns projetos vamos ser donos, em outros vamos desenvolver e vender", explicou.

Quanto ao negócio de geração distribuída, Abreu disse que a Conergy ainda não fechou nenhum contrato, mas está próxima de anunciar os primeiros negócios.

O plano da empresa envolve uma alternativa em que a própria Conergy banca o custo de instalação das placas solares, sendo depois remunerada por pagamentos mensais pelo cliente, que consegue quitar as obrigações apenas com a economia proporcionada pelo sistema fotovoltaico.

"A demanda por energia solar está aí, independente da crise. A crise, aliás, com aumento das tarifas, deve tornar a geração solar ainda mais vantajosa para os clientes", destacou Abreu.

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