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Compra da Varig não será barrada pelo Cade, garante Gol

Manutenção de estruturas independentes e concorrência de rotas são os principais argumentos para evitar veto do órgão de fiscalização da concorrência

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

O presidente da Gol, Constantino de Oliveira Junior, afirma que a compra da Varig será aprovada sem problemas pela Agência Nacional da Aviação Civil (Anac) e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Anunciada nesta quarta-feira (28/3), a compra eleva a participação de mercado da Gol para 44,83% do mercado doméstico, segundo dados da Anac referentes a fevereiro. A líder nas rotas domésticas, TAM, detém 47,33% de participação. Já nas rotas internacionais, a soma de Gol e Varig é de 34%.

Segundo o executivo, o principal argumento para aprovar a operação é de que a Gol Transportes Aéreos e a Varig, embora controladas agora por uma única holding - a Gol Linhas Aéreas Inteligentes -, continuarão concorrentes e manterão estruturas administrativas e operacionais separadas. "A independência da Varig já mostra que os clientes continuarão a ter duas opções no mercado", diz.

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Os planos são de manter a Gol no nicho de baixo custo, baixa tarifa, com vôos domésticos de classe única e mais escalas em cada rota. Já a Varig deve operar com vôos diretos e apostar em serviços. "A Varig tem a sua política comercial, que será preservada, a princípio", afirma Constantino Junior.

A concorrência entre as companhias também será mantida. Nas rotas operadas pelas duas empresas, valerá o perfil de preço e serviço que o cliente buscar. Pelo menos duas rotas internacionais contarão com vôos das duas: para Montevidéu, no Uruguai, e para Buenos Aires, na Argentina.

O executivo negou que a segurança na condução do acordo seja baseada em alguma garantia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que os órgãos reguladores aprovarão a compra sem ressalvas. "Não estamos em posição de pedir nada ao governo. E o governo também não pode nos garantir nada", afirmou.

Constantino Junior também demonstrou tranqüilidade quanto à investigação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre um possível vazamento de informações durante a operação. A suspeita foi despertada pela forte alta dos papéis da Varig ontem, antes mesmo de o negócio ser anunciado. "A Gol é uma empresa transparente e aberta a esclarecimentos. Não temos preocupação quanto às investigações. A CVM está cumprindo o seu papel", disse.

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