Projeto polêmico de Eike Batista no Chile é aprovado
A construção da central de Castela, de 2.350 megawatts (MW) de potência, foi aprovada de forma unânime pela Comissão de Avaliação Ambiental de Atacama
Da Redação
Publicado em 25 de fevereiro de 2011 às 21h16.
Santiago - Um polêmico projeto de geração térmica a carvão da empresa CGX, de Eike Batista, foi aprovado nesta sexta-feira na região chilena de Atacama em meio a manifestações de grupos contrários à iniciativa.
Segundo informaram as autoridades regionais, a construção da central de Castela, de 2.350 megawatts (MW) de potência, foi aprovada de forma unânime pela Comissão de Avaliação Ambiental de Atacama, integrada por autoridades da região.
A sessão foi finalizada com polêmica na cidade de Copiapó, a capital regional, visto que ambientalistas invadiram a sala e lançaram moedas aos funcionários, chamando-os de "vendidos".
Enquanto isso, a governadora do Atacama e presidente da comissão, Ximena Matas, discutia energicamente com o deputado Alberto Robles, que se opunha ao projeto.
Os incidentes terminaram quando a Polícia expulsou os manifestantes.
Com um investimento de US$ 4,4 bilhões, a central de Castela será construída no setor litorâneo de Punta de Cachos, a cerca de 800 quilômetros de Santiago, e contará com seis unidades geradoras a carvão, de 350 MW cada, além de outras duas unidades de apoio, a diesel, de 254 MW.
Nos arredores do local há colônias de tartarugas marinhas, pinguins e lobos marinhos. Estas condições e o uso do carvão como combustível ocasionaram uma oposição ao projeto, materializada através da "Mesa Social de Defesa do Atacama", integrada por organizações ambientalistas e sociais da região.
O processo de aprovação havia sido suspenso em novembro, quando a Justiça o considerou "poluente", mas foi retomado na semana passada quando o secretário regional de Saúde, Nicolás Baeza, mudou a qualificação para "que causa moléstias".
A CGX garantiu que o projeto "cumprirá os mais altos padrões ambientais de acordo com a nova regra de emissões que será implementada no Chile, que está dentro das mais exigentes do mundo".
Segundo os ecologistas, o projeto é ainda mais poluente do que a central Barrancones, que o grupo franco-belga Suez projetava na região de Coquimbo e que foi cancelado no ano passado após uma intervenção do presidente Sebastián Piñera.