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Como as empresas administram seus programas de trainee

Estudo do Hay Group mostra que aumentaram as companhias que adotam políticas formais para gerir trainees e que a formação técnica tem crescido dentro dos programas

Trainees: média de efetivação dos jovens ficou em 85% (Getty Images)

Luísa Melo

Publicado em 22 de outubro de 2014 às 14h51.

São Paulo - Na tentativa de atrair talentos e moldá-los conforme sua própria cultura, cada vez mais empresas apostam em programas de trainee estruturados. A estratégia usada para formar esses profissionais, porém, tem sido modificada de um ano para cá. É o que aponta uma pesquisa recente do Hay Group.

De 169 companhias ouvidas pela consultoria, 44 disseram adotar esses programas, sendo que 86% têm políticas formais para administrar os trainees. O índice é 10% maior do que o encontrado no ano passado.

Na maioria (62%) das empresas pesquisadas os programas de trainee têm duração de dois anos. Em outras 26% eles duram um ano e em 7%, três anos.

Diferentemente do registrado em outras edições do estudo, neste ano, o job rotation não foi o principal instrumento utilizado para formar os jovens. Enquanto a atuação em projetos específicos e os treinamentos foram citados por 40% dos respondentes, o "rodízio" entre áreas ficou com 20% das menções.

Para Carlos Silva, gerente do Hay Group, essa mudança se deu porque as companhias estão deixando de preparar os trainees para cargos gerenciais (que precisam de uma visão mais geral da organização) para transformá-los em especialistas técnicos.

"Elas precisam de profissionais para atuar em funções específicas para as quais, muitas vezes, não se encontra formação nas faculdades ou nos cursos de especialização", afirma.

Das empresas que participaram do levantamento, só 23% disseram que seus programas de trainee contam com um módulo internacional e 23% reportaram visitas à matriz.

Além das experiências práticas, 73% das pesquisadas investem em treinamentos focados, 41% em seminários sobre áreas específicas e 36% em treinamentos gerais e seminários gerais.

Já os cursos de MBA só são oferecidos por 11% delas, ainda que esse número seja 3% maior do que o registrado no ano passado.

Avaliação

De acordo com o material, os trainees são avaliados principalmente por fatores comportamentais, citados por 64% das empresas. Em seguida aparecem a entrega de resultados em projetos (mencionada por 48%), o cumprimento de metas (45%) e a dominação de conhecimentos técnicos (39%).

Em 70% das companhias, o gestor é o principal responsável por essas avaliações, que ocorrem principalmente no final de cada ano do programa.


Remuneração

Na grande maioria das empresas (90%), os trainees recebem 13,33 salários por ano. Metade delas administra esses jovens de forma diferenciada, com uma tabela de remuneração específica. A outra metade os trata como os demais funcionários. Destas, 72% os equiparam a trabalhadores do nível de "profissionais".

Para reajustes, o principal critério ainda é o mérito, citado por 59% das empresas. As competências ficam em segundo lugar (com 32% das menções), seguidas pelas habilidades (11%).

Em geral, essas alterações de salário ocorrem a cada semestre (em 57% das companhias). Outras 27% concedem aumentos a cada dois anos e 9%, anualmente.

Veja a média dos salários oferecidos:

1º quartilMediana3º quartil
EntradaR$ 4.544R$ 5.100R$ 5.343
EfetivaçãoR$ 5.167R$ 6.100R$ 6.559

Agora veja os benefícios mais concedidos:

BenefícioConcessãoSubsídio médio
Assistência médica95%87%
Assistência odontológica77%82%
Auxílio moradia20%-
Estacionamento39%96%
Ônibus fretado36%96%
Previdência privada77%-
Reembolso de cursos de idiomas23%63%
Refeição em restaurante55%92%
Voucher para refeição52%94%
Seguro de vida82%82%
Vale alimentação (cesta básica/ voucher)34%97%

Trainees que viram funcionários

Em 90% das companhias ouvidas, os trainees não precisam ser contratados após o programa. Apesar disso, a média de efetivação desses jovens ficou em 85%, número 3% maior do que o registrado em 2013.

O Hay Group não investigou a fundo por que 15% dos participantes deixam as empresas depois que o projeto termina. Mas, na avaliação de Silva, o índice é baixo e natural. "Às vezes o trainee é bem-sucedido em todas as avaliações, mas não se adapta ao trabalho, ou mesmo acaba recebendo convites para sair", diz.

Na maioria (36%) das organizações existe um salário pré-definido para a contratação de ex-trainees. Na maior parte (36%) dos casos, eles são aproveitados como analistas.

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São Paulo - Na tentativa de atrair talentos e moldá-los conforme sua própria cultura, cada vez mais empresas apostam em programas de trainee estruturados. A estratégia usada para formar esses profissionais, porém, tem sido modificada de um ano para cá. É o que aponta uma pesquisa recente do Hay Group.

De 169 companhias ouvidas pela consultoria, 44 disseram adotar esses programas, sendo que 86% têm políticas formais para administrar os trainees. O índice é 10% maior do que o encontrado no ano passado.

Na maioria (62%) das empresas pesquisadas os programas de trainee têm duração de dois anos. Em outras 26% eles duram um ano e em 7%, três anos.

Diferentemente do registrado em outras edições do estudo, neste ano, o job rotation não foi o principal instrumento utilizado para formar os jovens. Enquanto a atuação em projetos específicos e os treinamentos foram citados por 40% dos respondentes, o "rodízio" entre áreas ficou com 20% das menções.

Para Carlos Silva, gerente do Hay Group, essa mudança se deu porque as companhias estão deixando de preparar os trainees para cargos gerenciais (que precisam de uma visão mais geral da organização) para transformá-los em especialistas técnicos.

"Elas precisam de profissionais para atuar em funções específicas para as quais, muitas vezes, não se encontra formação nas faculdades ou nos cursos de especialização", afirma.

Das empresas que participaram do levantamento, só 23% disseram que seus programas de trainee contam com um módulo internacional e 23% reportaram visitas à matriz.

Além das experiências práticas, 73% das pesquisadas investem em treinamentos focados, 41% em seminários sobre áreas específicas e 36% em treinamentos gerais e seminários gerais.

Já os cursos de MBA só são oferecidos por 11% delas, ainda que esse número seja 3% maior do que o registrado no ano passado.

Avaliação

De acordo com o material, os trainees são avaliados principalmente por fatores comportamentais, citados por 64% das empresas. Em seguida aparecem a entrega de resultados em projetos (mencionada por 48%), o cumprimento de metas (45%) e a dominação de conhecimentos técnicos (39%).

Em 70% das companhias, o gestor é o principal responsável por essas avaliações, que ocorrem principalmente no final de cada ano do programa.


Remuneração

Na grande maioria das empresas (90%), os trainees recebem 13,33 salários por ano. Metade delas administra esses jovens de forma diferenciada, com uma tabela de remuneração específica. A outra metade os trata como os demais funcionários. Destas, 72% os equiparam a trabalhadores do nível de "profissionais".

Para reajustes, o principal critério ainda é o mérito, citado por 59% das empresas. As competências ficam em segundo lugar (com 32% das menções), seguidas pelas habilidades (11%).

Em geral, essas alterações de salário ocorrem a cada semestre (em 57% das companhias). Outras 27% concedem aumentos a cada dois anos e 9%, anualmente.

Veja a média dos salários oferecidos:

1º quartilMediana3º quartil
EntradaR$ 4.544R$ 5.100R$ 5.343
EfetivaçãoR$ 5.167R$ 6.100R$ 6.559

Agora veja os benefícios mais concedidos:

BenefícioConcessãoSubsídio médio
Assistência médica95%87%
Assistência odontológica77%82%
Auxílio moradia20%-
Estacionamento39%96%
Ônibus fretado36%96%
Previdência privada77%-
Reembolso de cursos de idiomas23%63%
Refeição em restaurante55%92%
Voucher para refeição52%94%
Seguro de vida82%82%
Vale alimentação (cesta básica/ voucher)34%97%

Trainees que viram funcionários

Em 90% das companhias ouvidas, os trainees não precisam ser contratados após o programa. Apesar disso, a média de efetivação desses jovens ficou em 85%, número 3% maior do que o registrado em 2013.

O Hay Group não investigou a fundo por que 15% dos participantes deixam as empresas depois que o projeto termina. Mas, na avaliação de Silva, o índice é baixo e natural. "Às vezes o trainee é bem-sucedido em todas as avaliações, mas não se adapta ao trabalho, ou mesmo acaba recebendo convites para sair", diz.

Na maioria (36%) das organizações existe um salário pré-definido para a contratação de ex-trainees. Na maior parte (36%) dos casos, eles são aproveitados como analistas.

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