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Com Lava Jato, petroleira norueguesa cresce no Brasil

Statoil comprou participação em bloco da Queiroz Galvão, envolvida na operação; ela já havia comprado participação da Petrobras no mesmo bloco

Plataforma de petróleo: Statoil prometeu investir bilhões no Brasil (Oscar Cabral/Reprodução)

Plataforma de petróleo: Statoil prometeu investir bilhões no Brasil (Oscar Cabral/Reprodução)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 12 de julho de 2017 às 15h05.

Última atualização em 12 de julho de 2017 às 19h04.

São Paulo - A Queiroz Galvão anunciou a venda de uma fatia de 10% no Bloco BM-S-8, na Bacia de Santos. A venda foi feita para a Statoil por 379 milhões de dólares, de acordo com fato relevante divulgado na terça-feira, e marca a saída do grupo do campo.

A QGEP Participações, braço do grupo Queiroz Galvão, pagou 175 milhões de dólares por essa fatia em 2011. Operação faz parte de um plano de venda de ativos do grupo para se recuperar depois de estar entre as empresas citadas na Operação Lava Jato.

Outra empresa envolvida na operação da Polícia Federal, a Petrobras já havia vendido sua participação de 66% no mesmo bloco para a Statoil, que agora fica com 76%. A operação com a estatal, fechada em julho do ano passado, teve valor de 2,5 bilhões de dólares. Para a Petrobras, a transação foi uma estratégia para recuperar a confiança do mercado e é parte de seu plano bilionário de desinvestimentos.

Crescimento em águas brasileiras

Enquanto as brasileiras envolvidas na Lava Jato se esforçam para vender ativos e levantar dinheiro para pagar dívidas, multas e acordos, a Statoil vê o movimento como uma oportunidade para crescer no Brasil.

A Statoil é 67% controlada pelo Estado norueguês e prevê novos investimentos no Brasil. O país já é seu segundo maior mercado e o que receberá a maior parte de seus investimentos internacionais.

A empresa atualmente tem capacidade de produção de 90.000 barris por dia e mais de 700 funcionários em plataformas. Ela tem plataformas nas bacias de Espírito Santo, Campos, Jequitinhonha e Santos.

Os principais investimentos da companhia foram no campo de Peregrino, na Bacia de Campos, no qual tem 60% de participação. Os 40% restantes estão na mão da companhia chinesa Sinochem.

A empresa prometeu investir bilhões no Brasil, para triplicar a produção local de barris até 2030. O CEO global da companhia norueguesa de energia, Eldar Sætre, disse que o país está entre as áreas consideradas chaves para a priorização de investimentos nos próximos anos.

“É aqui que temos atividades em toda a cadeia de valor, da exploração à produção, e onde está o maior campo que operamos fora da Noruega, o Peregrino”, disse ele ao jornal O Globo. A norueguesa afirmou que está interessada em avaliar todos os ativos que irão a leilão nos próximos anos.

A Statoil já é a segunda maior empresa estrangeira no setor do petróleo no Brasil, superada apenas pela Shell. “Investimos já US$ 10 bilhões e isso terá de aumentar. Vamos investir todos os anos no Brasil pelos próximos tempos”, o gerente das operações da Statoil no Brasil, Anders Opedal, ao Estadão.

Com tantas brasileiras tentando vender ativos, não irão faltar oportunidades.

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