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Com exceção de bancos, empresas têm pior retorno em 13 anos

A mediana da rentabilidade sobre patrimônio (ROE) das empresas não financeiras de capital aberto no Brasil foi de 4,14% no trimestre

Dinheiro: o ROE mede quanto uma empresa gera de lucro a partir do capital imvestido por seus acionistas (Thinkstock/denphumi)

Luísa Melo

Publicado em 23 de maio de 2016 às 16h13.

São Paulo - Com exceção dos bancos, as empresas de capital aberto no Brasil registraram no primeiro trimestre a pior rentabilidade sobre patrimônio dos últimos 13 anos, segundo dados da Economatica .

O indicador mede o quanto de lucro um negócio gera a partir do capital investido por seus acionistas.

Para as companhias não financeiras, a mediana do retorno sobre patrimônio ficou em 4,14% de janeiro a março, patamar que não era atingido desde o primeiro trimestre de 2003.

Já para os bancos brasileiros, o cenário foi diferente, mas também houve queda. A mediana do ROE foi de 9,74% no período, recuo de 1,55 pontos percentuais ante os três primeiros meses de 2015. Veja no gráfico:

(Reprodução/Economatica)

As maiores rentabilidades

A Economatica também analisou a rentabilidade sobre o patrimônio das empresas que compõem o Ibovespa.

Entre as 20 que tiveram os maiores indicadores no trimestre, três são do setor de energia elétrica, duas são bancos e outras duas são da indústria química.

Os demais segmentos da economia aparecem diluídos na lista, com um representante cada. Veja na tabela:

Empresas da carteira teórica do Ibovespa com maiores ROEs em março de 2016 - 12 meses

EmpresaSetorROE em março de 2016
BraskemIndústria química96,39%
SmilesOutros serviços de apoio76,75%
BB SeguridadeSeguros51,78%
CieloServiços de processamento de dados38,43%
NaturaComércio de bens não duráveis29,52%
CetipOutras atividades relacionadas a investimentos financeiros27,98%
Lojas RennerVarejo de moda27,16%
AmbevIndústria de bebidas26,93%
EquatorialGeração, transmissão e distribuição de energia elétrica24,81%
TractebelGeração, transmissão e distribuição de energia elétrica23,17%
EDPGeração, transmissão e distribuição de energia elétrica22,62%
Itaú UnibancoBancos22,33%
CCRAtividades auxiliares ao transporte rodoviário21,96%
LocalizaLocação de automóveis21,63%
WEGIndústria de motores, turbinas e transmissores de energia21,08%
ItaúsaAdmnistração de empreendimentos19,69%
BradescoBancos19,17%
UltraparIndústria química18,94%
BRFAbatedouros18,82%
Estácio ParticipaçõesEducação18,44%

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São Paulo – De janeiro a março, as 300 empresas de capital aberto do país tiveram lucro líquido somado de R$ 23,16 bilhões, 33,99% abaixo do acumulado no mesmo período de 2015. Os dados são da Economática e não leva em conta o resultado da Vale porque, por ter tudo um resultado alto demais, “distorceria o valor consolidado das empresas”, diz o estudo. O resultado, considerando a mineradora , salta para R$ 29,47 bilhões, crescimento de R$ 3,92 bilhões ou 15,34% na mesma comparação com o primeiro trimestre de um ano atrás. Dos setores avaliados, 19 lucraram e seis tiveram prejuízo – o de energia lidera entre os piores resultados. O setor bancário segue como o mais lucrativo. Somados os resultados, os 21 bancos de capital aberto do país fecharam o primeiro trimestre com R$ 14,3 bilhões, queda de 19,98%. Dos 25 setores avaliados 13 apresentam crescimento e 12 queda de lucratividade no primeiro trimestre de 2016 com relação ao mesmo período de 2015. Veja, a seguir, o levantamento com os 20 maiores lucros do país de janeiro a março.
  • 2. Vale

    2 /22(Pilar Olivares / Reuters)

  • Setor:Mineração
    Lucro líquido 1º tri 2016:R$ 6,31 bilhões
    Prejuízo líquido 1º tri 2015:R$ 9,54 bilhões
    Variação em $:R$ 15,85 bilhões
  • 3. Itaú

    3 /22(Dado Galdieri/Bloomberg)

    Setor:Bancos
    Lucro líquido 1º tri 2016:R$ 5,18 bilhões
    Lucro líquido 1º tri 2015:R$ 5,73 bilhões
    Queda em $:R$ 549 milhões
  • 4. Bradesco

    4 /22(Bloomberg News/Pedro Lobo)

    Setor:Bancos
    Lucro líquido 1º tri 2016:R$ 4,12 bilhões
    Lucro líquido 1º tri 2015:R$ 4,24 bilhões
    Queda em $:R$ 122,5 milhões
  • 5. Ambev

    5 /22(EXAME)

    Setor:Alimentos e Bebidas
    Lucro líquido 1º tri 2016:R$ 2,76 bilhões
    Lucro líquido 1º tri 2015:R$ 2,81 bilhões
    Queda em $:R$ 43,8 milhões
  • 6. Banco do Brasil

    6 /22(Pilar Olivares/Reuters)

    Setor:Bancos
    Lucro líquido 1º tri 2016:R$ 2,35 bilhões
    Lucro líquido 1º tri 2015:R$ 5,82 bilhões
    Queda em $:R$ 3,46 bilhões
  • 7. Telefônica

    7 /22(Dominique Faget/AFP)

    Setor:Telecomunicações
    Lucro líquido 1º tri 2016:R$ 1,21 bilhão
    Lucro líquido 1º tri 2015:R$ 579,7 milhões
    Variação em $:R$ 638,5 milhões
  • 8. Santander

    8 /22(Thinkstock/Oliver Hoffmann)

    Setor:Bancos
    Lucro líquido 1º tri 2016:R$ 1,21 bilhão
    Lucro líquido 1º tri 2015:R$ 638,7 milhões
    Variação em $:R$ 529 milhões
  • 9. Suzano

    9 /22(Germano Lüders/EXAME.com)

    Setor:Papel e Celulose
    Lucro líquido 1º tri 2016:R$ 1,12 bilhão
    Prejuízo líquido 1º tri 2015:R$ 762,5 milhões
    Variação em $:R$ 1,88 bilhão
  • 10. Klabin

    10 /22(Divulgação)

    Setor:Papel e Celulose
    Lucro líquido 1º tri 2016:R$ 1,07 bilhão
    Prejuízo líquido 1º tri 2015:R$ 728,6 milhões
    Variação em $:R$ 1,8 bilhão
  • 11. BTG

    11 /22(Germano Luders)

    Setor:Bancos
    Lucro líquido 1º tri 2016:R$ 1 bilhão
    Lucro líquido 1º tri 2015:R$ 937 milhões
    Variação em $:R$ 71,2 milhões
  • 12. Hypermarcas

    12 /22(Divulgação)

    Setor:Outros
    Lucro líquido 1º tri 2016:R$ 1 bilhão
    Lucro líquido 1º tri 2015:R$ 90,7 milhões
    Variação em $:R$ 917,4 milhões
  • 13. Cielo

    13 /22(Divulgação/Cielo)

    Setor:Software e Dados
    Lucro líquido 1º tri 2016:R$ 995 milhões
    Lucro líquido 1º tri 2015:R$ 911,8 milhões
    Variação em $:R$ 83,5 milhões
  • 14. Fibria

    14 /22(Ricardo Teles/Fibria)

    Setor:Papel e Celulose
    Lucro líquido 1º tri 2016:R$ 975,2 milhões
    Prejuízo líquido 1º tri 2015:R$ 569,3 milhões
    Variação em $:R$ 1,54 bilhão
  • 15. BB Seguridade

    15 /22(Bovespa)

    Setor:Seguradora
    Lucro líquido 1º tri 2016:R$ 957,6 milhões
    Lucro líquido 1º tri 2015:R$ 949,1 milhões
    Variação em $:R$ 8,56 milhões
  • 16. Braskem

    16 /22(Divulgação)

    Setor:Químicas
    Lucro líquido 1º tri 2016:R$ 774,7 milhões
    Lucro líquido 1º tri 2015:R$ 251,4 milhões
    Variação em $:R$ 523,3 milhões
  • 17. Gol

    17 /22(Germano Luders/Exame)

    Setor:Transporte
    Lucro líquido 1º tri 2016:R$ 703 milhões
    Prejuízo líquido 1º tri 2015:R$ 704,5 milhões
    Variação em $:R$ 1,4 bilhão
  • 18. Sabesp

    18 /22(Divulgação)

    Setor:Água e esgoto
    Lucro líquido 1º tri 2016:R$ 628,8 milhões
    Lucro líquido 1º tri 2015:R$ 318,1 milhões
    Variação em $:R$ 310,6 milhões
  • 19. Kroton

    19 /22(Germano Lüders/EXAME)

    Setor:Educação
    Lucro líquido 1º tri 2016:R$ 599,3 milhões
    Lucro líquido 1º tri 2015:R$ 371,7 milhões
    Variação em $:R$ 227,6 milhões
  • 20. Embraer

    20 /22(Divulgação/Embraer)

    Setor:Veículos e peças
    Lucro líquido 1º tri 2016:R$ 385,7 milhões
    Prejuízo líquido 1º tri 2015:R$ 196,1 milhões
    Variação em $:R$ 582 milhões
  • 21. Ultrapar

    21 /22(Divulgação)

    Setor:Química
    Lucro líquido 1º tri 2016:R$ 385,2 milhões
    Lucro líquido 1º tri 2015:R$ 384,8 milhões
    Variação em $:R$ 347 mil
  • 22. Veja também:

    22 /22(Adriano Machado/Reuters)

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