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Cogna: Com prejuízo de R$ 39 milhões, acionistas ficam sem dividendos

Resultado foi pressionado pela divisão de ensino superior, que vive tempos difíceis com a crise do novo coronavírus

Sala de aula da Cogna: companhia tem prejuízo e não paga dividendos no trimestre (Germano Lüders/Exame)

Sala de aula da Cogna: companhia tem prejuízo e não paga dividendos no trimestre (Germano Lüders/Exame)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 22 de maio de 2020 às 10h30.

Última atualização em 22 de maio de 2020 às 10h36.

A companhia de educação Cogna teve prejuízo líquido 39,1 milhões de reais no primeiro trimestre, revertendo lucro de 250,4 milhões de reais no mesmo período do ano anterior, considerando análise gerencial do grupo de educação, resultado da piora no desempenho operacional e maior alavancagem financeira. Em termos ajustados, a companhia teve lucro de 46,8 milhões de reais, um tombo de 85,3% ano a ano.

De acordo com o balanço divulgado no final da quinta-feira, o lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) caiu 32,8%, para 504,8 milhões, com a margem Ebitda recuando 9,9 pontos percentuais, para 31%. A receita líquida somou 1,627 bilhão de reais, um declínio de 11,4% ano a ano.

A Cogna afirmou que, em razão do prejuízo líquido verificado no período e das circunstancias impostas pela covid-19, não será efetuada a distribuição de dividendos neste trimestre.

A companhia atribuiu o recuo no Ebitda à menor diluição de custos e despesas, maior nível de provisões para créditos de liquidação duvidosa (PCLD) - que subiram a 213,9 milhões de reais, de 210,5 milhões de reais um ano antes - para fazer frente ao cenário de covid-19 e aumento nas despesas de marketing.

A Cogna disse que seu resultado foi pressionado pela divisão de ensino superior, ofuscando assim a melhoria no resultado das outras divisões de negócio e a redução de 20% nas despesas corporativas, fruto das restrições orçamentárias impostas pela companhia.

De janeiro a março, a Cogna registrou um consumo de caixa após capex e investimentos de 146,7 milhões de reais, 46,7% menor do que no primeiro trimestre de 2019, em razão do menor consumo de capital de giro com estabilização do prazo médio de recebimento (PMR).

Na análise proforma, o lucro líquido ajustado somou 126,476 milhões de reais no primeiro trimestre, queda de 58,5% em relação ao mesmo período do anterior, com declínio de 19,4% no Ebitda e recuo de 11,9% na receita líquida ano a ano.

A empresa explica que alguns eventos no período afetaram a contabilidade entre os trimestres, e que para permitir uma análise mais correta foram incluídos nessa análise 75 milhões de reais em receita não capturada de janeiro a março de curva de rematrículas tardia e exclusão de aumento de 25 milhões de reais em provisões, entre outros.

A Cogna afirmou que o ano de 2020 já se mostrava desafiador para a Kroton, devido ao impacto na receita esperado da última grande safra de formaturas de alunos do programa de financiamento estudantil Fies, mas o desempenho no primeiro trimestre também acabou sendo afetado pela pandemia de Covid-19.

A companhia destaca redução do volume de captação de alunos do ensino presencial, embora parcialmente compensado pela recuperação de ticket dos calouros, atraso no reconhecimento de receitas relacionado à demora na assinatura dos contratos de aditamento do Fies e provável aumento na inadimplência futura.

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