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Clara: fintech mexicana que quer o fim da papelada no reembolso mira sede no Brasil e mais produtos

Cerca de 50% da liderança da empresa ficará no Brasil. Empresa quer que o país seja o seu maior mercado até 2024

Gerry Giacomán Colyer e Diego García, fundadores da Clara: startup mexicana está de mudança para uma nova sede, o Brasil (Caco Parise/Clara/Divulgação)
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 9 de agosto de 2023 às 12h56.

Última atualização em 9 de agosto de 2023 às 13h16.

A América Latina e principalmente o Brasil são as grandes apostas da Clara, uma plataforma para gestão de gastos corporativos nascida no México. A empresa acaba de anunciar a mudança de sua sede para São Paulo, mirando o público local. Além disso, o Banco Central concedeu, nesta quarta-feira, 9, autorização para que a startup opere como Instituição de Pagamento.

Com a novidade, a Clara estará habilitada para oferecer novos produtos financeiros, como pagamento de boletos e por Pix. Essas tecnologias não passarão a valer imediatamente, mas serão desenvolvidas a partir de agora pela empresa.

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O objetivo da fintech é que o Brasil seja o maior mercado da companhia até 2024. Atualmente, ainda é o México. Para isso, cerca de 50% da liderença do negócio passa a atuar de São Paulo.

"A autorização do Banco Central será fundamental para isso, mas contar com nossa liderança atuando daqui também contribuirá muito para que consigamos atingir nossos objetivos até o próximo ano", diz Gerry Giacomán Colyer, CEO e cofundador da Clara.

Hoje, cerca de 100 funcionários da Clara são brasileiros. O número deve aumentar com a aposta de expansão da fintech focada no Brasil.

"Estamos investindo em pessoas, mas também em tecnologia", diz Colyer. "Vamos lançar mais produtos, crescer aqui e, naturalmente, contratar mais pessoas".

O que faz a Clara

Fundada pelos ex-funcionários da empresa de mobilidade urbana Grow (das marcas Grin e Yellow) Diego García e Gerry Giacomán Colyer, a Clara vende assinaturas a um serviço que mistura aplicativo e cartão de crédito corporativo. Por meio do app, empresas podem controlar gastos autorizados a seus funcionários e emitir cartões físicos a quem está chegando ao time ou mudar o limite de acordo com as necessidades.

"Nós damos um limite para a empresa, e ela faz a gestão como quiser entre os funcionários", afirma Colyer.

O objetivo é facilitar o dia a dia de quem faz viagens corporativas, compras de equipamentos ou precisa arcar com algum custo da empresa. Usando o cartão da Clara, a empresa vai recebendo os gastos dos funcionários e fazendo a gestão em tempo real.

O capital para conceder o crédito às empresas vem dos aportes que está recebendo. Os cheques também estão sendo utilizados para ampliar o time e em tecnologia.

Como a Clara cresce

De acordo com a fintech, a Clara tem dobrado o volume transacionado no Brasil a cada semestre. A velocidade está alinhada à ambição de transacionar cerca de 2 bilhões em cartões de crédito por ano no país no próximo ano. O lançamento de novos produtos financeiros ajudará, segundo o fundador.

Além do Brasil e do México, a Clara também atua na Colômbia. Como multinacional latino-americana, a Clara conseguiu captar investimentos com ventures capitals como Monashees, Kaszek e Canary, além de investidores globais como GGV, Coatue, DST Global Partners, General Catalyst e Goldman Sachs.

Quem é o novo country manager da Clara no Brasil

O novo country manager da Clara no Brasil também vem de uma empresa de mobilidade, assim como os fundadores. O executivo Francisco Simon trabalhou na Uber em 2019 e foi responsável pela operação de delivery, o Uber Eats. Também teve atuação em outras grandes multinacionais, como Microsoft e Meta (ex-Facebook).

Argentino, mas morando já há décadas no Brasil, Simon está atuando na Clara desde julho. Ele que ajudará a empresa no lançamento dos novos produtos, agora que ela recebeu a certificação de Instituição de Pagamento (IP).

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