A investigação da Suprema Corte do México referente ao acordo que permitiu o aumento da participação do governo dos Estados Unidos no capital do Citigroup pode forçar o banco americano a vender a sua subsidiária mexicana Banamex. Segundo reportagem do jornal Finacial Times (FT), um grupo de senadores da oposição afirmou que as leis do México proíbem a participação de um governo estrangeiro nos bancos nacionais.

Em março, o governo mexicano aprovou a injeção de recursos públicos no Citi porque os Estados Unidos alegaram que a capitalização era em caráter circunstancial e transitório devido à crise econômica.

Especialistas dizem que se o ministério avaliar que a medida não está de acordo com as leis do país, o Citi poderia ser obrigado a vender o controle do Banamex em última instância. Segundo um especialista do setor financeiro ouvido pelo Portal EXAME, nesse cenário um dos mais prováveis candidatos à compra do Banamex seria o Itaú Unibanco.

O Banamex é uma dos ativos mais importantes do banco americano, responsável hoje por cerca de 15% do lucro global da instituição financeira. As estimativas apontam que o valor gira em torno de 20 bilhões de dólares

O caso também pode afetar outros bancos estrangeiros que operam no México e que, depois da crise, possuem participações acionárias de seus governos. Entre eles estão os americanos AIG, Bank of America e Bank of New York Mellon, além do britânico Royal Bank of Scotland.

A atenção especial está voltada para o Banamex porque trata-se do segundo maior banco do país, cujo nome completo é Banco Nacional do México. De acordo com o FT, a instituição, que foi estatal por muitos anos, continua sendo um símbolo poderoso do nacionalismo mexicano.

O Citi disse ao FT que está em conformidade com as leis mexicanas. Com o mesmo discurso, o Banamex disse que era muito cedo para comentar a petição dos senadores, uma vez que ainda tem de ser apresentada. Porém, a instituição alegou que suas ações nunca foram irregulares e acrescentiu que o Banamex não está à venda.