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Para Cielo, novas empresas de cartões terão custo maior

Por Ana Paula Ribeiro São Paulo - O diretor-presidente da Cielo (ex-VisaNet), Rômulo de Mello Dias, descartou hoje a possibilidade de novos entrantes no mercado de cartões conseguirem um custo operacional menor que as duas credenciadoras já estabelecidas no setor - a própria Cielo e a Redecard. "Acho pouco provável que outra empresa consiga custo […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.

Por Ana Paula Ribeiro

São Paulo - O diretor-presidente da Cielo (ex-VisaNet), Rômulo de Mello Dias, descartou hoje a possibilidade de novos entrantes no mercado de cartões conseguirem um custo operacional menor que as duas credenciadoras já estabelecidas no setor - a própria Cielo e a Redecard. "Acho pouco provável que outra empresa consiga custo menor que o nosso ou de nosso concorrente. É um negócio que precisa de escala", afirmou, em teleconferência com analistas.

Juntas, as duas empresas possuem mais de 80% do mercado de credenciamento de estabelecimentos comerciais e captura das transações com cartões de débito e crédito. O governo federal, que prepara mudanças na regulamentação do setor para torná-lo mais competitivo, espera a entrada de novos participantes.

A Cielo possui um custo total de R$ 0,46 por transação. Excluindo taxas pagas à bandeira do cartão e emissores, o custo é de R$ 0,34. Na avaliação de Dias, um novo entrante precisaria estar preparado para processar volumes elevados e atender às exigências das bandeiras. O executivo não teme nem mesmo a concorrência do Santander, que negocia com a Getnet um acordo para capturar e processar transações de cartões. "Se o Santander entrar, acredito que não fará grandes loucuras (para ganhar mercado)", disse. O grupo Santander possui 7,20% do capital da Cielo.

A teleconferência de hoje foi convocada após mais de uma semana de queda nas ações da Cielo e da Redecard. Na visão de Dias, não há nenhum fator que altere o mercado hoje, e a empresa está tranquila para a maior abertura do mercado esperada para 2010. "Quem já está no mercado tem uma vantagem bastante significativa", disse. O executivo afirmou ainda não acreditar que o projeto de lei que equipara credenciadoras de cartões a instituições financeiras seja aprovado.

O executivo disse ainda que a Cielo buscará a maior rentabilidade de suas operações, e não market share (participação no mercado). Para isso, irá oferecer novos produtos e serviços, ter uma rede de comunicação estável e atender aos padrões das bandeiras de cartões. No cenário de maior concorrência, o executivo espera que os novos entrantes não desejem trabalhar com os grandes varejistas, que embora ofereçam elevado volume de transações, representam baixo retorno financeiro. "É pouco provável que novos entrantes enveredem por esse caminho. Além disso, há determinados clientes que eu não estaria preocupado em perder por conta da rentabilidade que eles nos trazem", disse.

O executivo não anunciou as projeções de crescimento da companhia para o ano que vem, mas reforçou que o mercado de cartões continuará com forte crescimento. Ele lembrou também que a expansão das concessões de crédito por parte dos bancos contribui para o negócio de meios eletrônicos de pagamento. Os grandes bancos esperam que o total de empréstimos em 2010 cresça, no mínimo, 20%.

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