FedEx: Companhia de logística está sendo acusada pela China de reter pacotes com produtos Huawei (Getty Images/Getty Images)
AFP
Publicado em 26 de julho de 2019 às 10h40.
A China suspeita que o grupo americano de logística FedEx "reteve" mais de 100 pacotes relacionados com a gigante das telecomunicações chinesa Huawei, atualmente na mira dos Estados Unidos.
O caso ocorre em meio a tensões entre Pequim e Washington, que travam uma guerra comercial com tarifas punitivas de centenas de bilhões de dólares em comércio anual.
A Huawei está sujeita a várias medidas nos Estados Unidos, tomadas em nome da segurança nacional, e destinadas a combater as atividades do gigante global de smartphones em solo americano e internacionalmente.
No final de maio, FedEx pediu desculpas pelo desvio "equivocado" de um "pequeno número" de pacotes da líder mundial do 5G, assegurando que nenhum terceiro havia exigido sua transferência.
A Huawei anunciou que iria rever seus laços com o grupo americano após este incidente.
Mas uma investigação lançada no mês passado pelas autoridades chinesas acusa a FedEx de ter "retido" um total de "mais de 100 pacotes" relacionados à empresa chinesa, segundo a agência de notícias Xinhua.
"As investigações também revelaram outros indícios de violações das leis e regulamentos" pela empresa de entrega expressa, de acordo com a mesma fonte.
Em junho, outro pacote da Huawei destinado aos Estados Unidos não foi entregue, um incidente chamado de "erro operacional" pela FedEx.
Mas os investigadores consideram essa explicação "não consistente com os fatos", de acordo com a Xinhua.
Washington colocou em maio a Huawei em sua lista negra, uma decisão que proíbe a fabricante de smartphones de se beneficiar das tecnologias americanas que necessita para seus produtos.
Pequim, reagiu anunciando sua própria lista negra de empresas estrangeiras "não confiáveis", que poderiam ter como alvo as companhias americanas culpadas de interromper suas entregas para a Huawei.
Os principais negociadores comerciais americanos e chineses retomarão suas conversas em Xangai na próxima terça-feira.