Chegada da BMW no País acirra disputa pelo luxo
Montadora confirmou a construção de uma fábrica com o objetivo de triplicar as vendas de seus carros de luxo no país
Da Redação
Publicado em 23 de outubro de 2012 às 10h18.
Brasília - A confirmação, na segunda-feira (22), da primeira fábrica da marca de luxo BMW no País, que será construída em Santa Catarina, desencadeou interesse de outras marcas premium que já atuaram no Brasil, mas suspenderam a produção local, na época porque as vendas não deslancharam. Audi e Mercedes-Benz - que com a BMW formam o trio das maiores marcas de carros de luxo do mundo - podem voltar ao mercado brasileiro com produção local.
O presidente mundial da Volkswagen, Martin Winterkorn, disse na segunda-feira (22) que a Audi pode retomar a parceria com a Volkswagen na fábrica do grupo na Grande Curitiba (PR), onde já produziu o Audi A3. "Se o mercado brasileiro continuar a crescer e atingir 5 milhões de unidades ao ano, vamos ter de considerar uma nova fábrica", disse o executivo alemão.
A Mercedes-Benz, que produziu o Classe A em Juiz de Fora (MG), também pode voltar a ter fábrica local, não necessariamente em Minas. Uma possibilidade a ser avaliada é a de uma operação conjunta com a Nissan, sua parceira globalmente.
Potencial para o luxo
Na segunda-feira (22), a montadora alemã BMW confirmou que vai construir uma fábrica em Araquari, na região metropolitana de Joinville (SC), com o objetivo de triplicar as vendas de seus carros de luxo no mercado brasileiro nos próximos anos. De início, não há planos para exportar os veículos, mas a fábrica será instalada próxima a dois importantes portos da Região Sul.
Segundo o vice-presidente mundial da BMW, Ian Robertson, o mercado brasileiro tem potencial para absorver 30 mil veículos da marca no médio prazo, algo em torno de dois a três anos. "Vemos potencial para as vendas, à medida que o mercado se desenvolve para 30 mil unidades. É este o número que temos em mente na construção da fábrica", afirmou o executivo, após reunião com a presidente Dilma Rousseff.
Segundo Robertson, o potencial do mercado nacional se justifica pela pequena fatia ocupada por veículos de luxo hoje, em torno de 1% das vendas totais. Como exemplo, citou a Alemanha, onde 25% das compras dos consumidores são voltadas para o segmento de luxo.
Ao custo de R$ 528 milhões, a fábrica começará a ser construída no segundo trimestre de 2013 e deve produzir o primeiro BMW até o fim de 2014. Há previsão de 1.000 empregos diretos, que serão distribuídos entre trabalhadores alemães e brasileiros.
O investimento confirmado pela BMW é bem menor do que o anunciado pelo governo de Santa Catarina, no sábado, que chegou a falar em R$ 1 bilhão. O Estado abriu mão de impostos para atrair a montadora alemã, mas não divulgou o valor de sua renúncia fiscal. O anúncio da nova fábrica estava previsto inicialmente para o fim de 2011, mas foi adiado à espera do novo regime automotivo. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.