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Casa de salgados? Sodiê investe 20 milhões em nova fábrica e mira diversificação do negócio

Recém-inaugurada, a unidade tem capacidade produtiva de 5 mil toneladas de salgados por ano, mais do que o dobro da anterior

A unidade de salgados, criada em 2017, representa 15% do negócio atualmente e a expectativa é de que chegue a 40% em cinco anos (Sodiê/Divulgação)
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 18 de julho de 2023 às 08h01.

Última atualização em 16 de janeiro de 2024 às 18h02.

À base de pão de ló. Assim cresceu a Sodiê, conhecida como uma das mais famosas casas de bolo do país. Fundada no interior de São Paulo em 1997, a empresa conta com mais de 110 sabores diferentes de bolos, vendidos nas mais de 360 lojas franqueadas espalhadas pelo país e por canais digitais.

O cardápio com opções como o bolo de leite moça com morango, leite ninho, abacaxi com coco caiu no gosto do gosto do consumidor brasileiro, principalmente em aniversários, a ocasião de consumo que mais mexe com os ponteiros do negócio.

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Desde 2017, no entanto, a empresa olha com mais atenção para outros produtos que não podem faltar em festas – e no dia a dia dos brasileiros – os salgadinhos. Diferentemente dos bolos, produzidos nas próprias lojas, os salgados são feitos em uma fábrica própria no interior de São Paulo e distribuídos pelas lojas.

A nova unidade de negócios representa atualmente 15% do faturamento e é liderada por Diego Rabaneda, filho da fundadora da marca, Cleusa Maria da Silva. As coxinhas e as quiches são os carros-chefes do portfólio, com 40 produtos entre empadas, pasteis, kibes e tortas. E o objetivo é que seja cada dia mais relevante na composição da receita.

Qual é o potencial de faturamento da unidade de salgados no longo prazo

A operação acaba de ganhar uma nova fábrica, com investimentos de R$ 20 milhões. Recém-inaugurada, a unidade tem capacidade produtiva de 5 mil toneladas de salgados por ano, mais do que o dobro da anterior, 2 mil toneladas. A fábrica fica em Boituva, município onde a empresa mantém a sua sede.

“A fábrica antiga não atendia mais às necessidades”, afirma Fabio Araujo, diretor-geral da Sodiê. O executivo assumiu a operação há aproximadamente um ano e tem na bagagem mais de 20 anos em multinacionais como Unilever e Nestlé.

Ele é o primeiro a substituir a fundadora, hoje na cadeira de conselheira, posição que ocupa ao lado do filho Diego. No negócio, Araujo quer usar a experiência em áreas como vendas e trade marketing para posicionar a marca Sodiê em mais ocasiões de consumo.

Para os salgados, esse movimento de estabelecer novas conexões pode render um crescimento de 10 pontos percentuais na representatividade do faturamento, chegando a 25%, acredita o executivo. Outro caminho perseguido pela empresa é a entrada no varejo supermercadista, a partir da segunda metade do ano que vem. Ao longo dos próximos meses, a empresa pretende organizar todos os pormenores na nova fábrica para criar a oferta para a distribuição no canal.

A ideia é chegar com uma proposta mais premium e com porções menores, estratégia para evitar que o varejo  dispute espaço com as franquias. Somadas, as iniciativas podem representar uma nova realidade para a Sodiê, com menor dependência das compras de bolos. Nas contas de Araujo, a unidade de salgados tem o potencial de representar 40% do faturamento no prazo de cinco anos.

Qual é o tamanho do negócio da Sodiê

A empresa movimentou 560 milhões de reais em 2022, alta de 20% em relação ao ano anterior. Para este ano, a expectativa é avançar com um pouco mais de força, 25%, e fechar com R$ 700 milhões.

O ritmo de crescimento tem sido tracionado por um conjunto de elementos:

Há ainda um projeto que ainda não conseguiu decolar, o do internacionalização, mas que é uma das apostas da empresa. A Sodiê tem duas unidades na Flórida, nos Estados Unidos, abertas em meio à pandemia como um piloto para levar a marca a novos destinos. No momento, a iniciativa passa por novos estudos.

“A ideia dessa reformulação é que a gente consiga manter a nossa tradição, primeiro, mas comece a agregar também um portfólio americano porque a gente tem a ideia de sair de Orlando e ter um público ainda maior de americanos”, afirma Araujo. Em termos de produtos, a mudança significa incorporar mais chantilly nas receitas, base importante para doces nos Estados Unidos, e entrar em linhas de cheesecakes, brownies e donuts. O novo modelo de negócios deve sair no prazo de até três meses.

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