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Carlsberg estaria matando sede com chinesa Tsingtao

Busca por um crescimento mais rápido na Ásia pode transformar a Tsingtao Brewery e a Beijing Yanjing Brewery em alvos para aquisição

Carlsberg: acionista controladora sinalizou no mês passado que dará mais liberdade à fabricante para buscar negócios (Nigel Roddis/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 11 de novembro de 2013 às 22h26.

Londres/Estocolmo - A busca da Carlsberg A/S por um crescimento mais rápido na Ásia pode transformar a Tsingtao Brewery Co. e a Beijing Yanjing Brewery Co. em alvos para aquisição .

A acionista controladora da fabricante de cervejas dinamarquesa sinalizou no mês passado que dará mais liberdade à Carlsberg para buscar negócios. A empresa de US$ 15 bilhões está estudando meia dúzia de candidatos potenciais, especialmente na Ásia, incluindo a Tsingtao e a Yanjing, para uma possível aquisição, disse uma fonte com conhecimento do assunto, que pediu para não ser identificada porque as discussões são privadas. As duas empresas chinesas produzem algumas das mais populares marcas de cerveja da China, o maior mercado da bebida no mundo.

A Carlsberg mantém um distante quarto lugar em volume no mercado global de cervejas depois de uma onda de consolidações liderada pela Anheuser-Busch InBev NV, a SABMiller Plc e a Heineken NV. Nos últimos cinco anos, a Carlsberg se manteve estagnada enquanto suas maiores concorrentes participaram de negócios avaliados em um total de US$ 110 bilhões, segundo dados compilados pela Bloomberg. Agora, a Carlsberg está entre as fabricantes de cerveja que buscam expandir-se na Ásia, uma das regiões de mais rápido crescimento no setor.

“Eles desejam aumentar seu tamanho e também querem maior crescimento dentro do setor”, disse Casper Blom, analista da Svenska Handelsbanken AB, sobre a Carlsberg, em entrevista por telefone. “A Ásia estaria no topo da agenda”.

Liberdade para negócios

A fabricante da cerveja Tuborg e da cidra Somersby terá maior flexibilidade para entrar em uma onda de compras por sua conta depois que a controladora Carlsberg Foundation disse que renunciará à exigência de manter pelo menos 25 por cento do capital social da empresa cervejeira. A fundação, estabelecida em 1876 pelo fundador da Carlsberg, J.C. Jacobsen, para preservar a independência da fabricante de cerveja com sede em Copenhaguem, continuará controlando pelo menos 51 por cento dos direitos de voto.


As consolidações deixaram a Carlsberg em quarto lugar, atrás das três maiores cervejeiras por volume, no ano passado, segundo dados compilados pela Bloomberg. A receita da empresa, de 67 bilhões de coroas dinamarquesas (US$ 12 bilhões) no ano passado, representou cerca de metade da receita da concorrente mais próxima, a Heineken.

“A Ásia continua sendo parte importante de nossa agenda de fusões e aquisições”, disse o porta-voz da Carlsberg, Ben Morton, em uma resposta por e-mail a perguntas a respeito dos planos de negócios futuros da empresa. A companhia fez uma oferta em março para comprar ações da Chongqing Brewery Co. para aumentar sua participação em até 60 por cento.

A Carlsberg está estudando também a San Miguel Brewery Inc., nas Filipinas, disse a fonte familiar ao assunto. A fabricante de cerveja, que vende nove de cada 10 cervejas nas Filipinas, está atraindo interessados em expandir sua presença em mercados emergentes.

Avaliações altas

A aquisição da Yanjing pode ser complicada pela participação do governo chinês na empresa, enquanto a Tsingtao, com um valor de mercado de US$ 10 bilhões, poderia ser “grande demais para a Carlsberg gerenciar”, disse Morten Imsgard, analista da Sydbank A/S, por telefone. Além disso, com o crescimento no mercado asiático de cervejas aumentando as avaliações das empresas cervejeiras da região, há um risco de pagar mais que o devido, disse ele.

“Eles precisam ter certeza de que não estão entrando em pânico e pagando muito para assumir o controle de alguns dos players mais interessantes da região”, disse Imsgard.

As ações da Tsingtao subiram para um recorde no mês passado, enquanto as da Yanjing atingiram o nível mais alto em mais de um ano. Mesmo assim, para ajudar a diminuir a diferença com seus concorrentes e expandir-se em mercados em crescimento, esse pode ser um preço que vale a pena pagar.

“A Carlsberg neste momento está ficando para trás”, disse Imsgard. “É importante acompanhar os maiores concorrentes”.

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A acionista controladora da fabricante de cervejas dinamarquesa sinalizou no mês passado que dará mais liberdade à Carlsberg para buscar negócios. A empresa de US$ 15 bilhões está estudando meia dúzia de candidatos potenciais, especialmente na Ásia, incluindo a Tsingtao e a Yanjing, para uma possível aquisição, disse uma fonte com conhecimento do assunto, que pediu para não ser identificada porque as discussões são privadas. As duas empresas chinesas produzem algumas das mais populares marcas de cerveja da China, o maior mercado da bebida no mundo.

A Carlsberg mantém um distante quarto lugar em volume no mercado global de cervejas depois de uma onda de consolidações liderada pela Anheuser-Busch InBev NV, a SABMiller Plc e a Heineken NV. Nos últimos cinco anos, a Carlsberg se manteve estagnada enquanto suas maiores concorrentes participaram de negócios avaliados em um total de US$ 110 bilhões, segundo dados compilados pela Bloomberg. Agora, a Carlsberg está entre as fabricantes de cerveja que buscam expandir-se na Ásia, uma das regiões de mais rápido crescimento no setor.

“Eles desejam aumentar seu tamanho e também querem maior crescimento dentro do setor”, disse Casper Blom, analista da Svenska Handelsbanken AB, sobre a Carlsberg, em entrevista por telefone. “A Ásia estaria no topo da agenda”.

Liberdade para negócios

A fabricante da cerveja Tuborg e da cidra Somersby terá maior flexibilidade para entrar em uma onda de compras por sua conta depois que a controladora Carlsberg Foundation disse que renunciará à exigência de manter pelo menos 25 por cento do capital social da empresa cervejeira. A fundação, estabelecida em 1876 pelo fundador da Carlsberg, J.C. Jacobsen, para preservar a independência da fabricante de cerveja com sede em Copenhaguem, continuará controlando pelo menos 51 por cento dos direitos de voto.


As consolidações deixaram a Carlsberg em quarto lugar, atrás das três maiores cervejeiras por volume, no ano passado, segundo dados compilados pela Bloomberg. A receita da empresa, de 67 bilhões de coroas dinamarquesas (US$ 12 bilhões) no ano passado, representou cerca de metade da receita da concorrente mais próxima, a Heineken.

“A Ásia continua sendo parte importante de nossa agenda de fusões e aquisições”, disse o porta-voz da Carlsberg, Ben Morton, em uma resposta por e-mail a perguntas a respeito dos planos de negócios futuros da empresa. A companhia fez uma oferta em março para comprar ações da Chongqing Brewery Co. para aumentar sua participação em até 60 por cento.

A Carlsberg está estudando também a San Miguel Brewery Inc., nas Filipinas, disse a fonte familiar ao assunto. A fabricante de cerveja, que vende nove de cada 10 cervejas nas Filipinas, está atraindo interessados em expandir sua presença em mercados emergentes.

Avaliações altas

A aquisição da Yanjing pode ser complicada pela participação do governo chinês na empresa, enquanto a Tsingtao, com um valor de mercado de US$ 10 bilhões, poderia ser “grande demais para a Carlsberg gerenciar”, disse Morten Imsgard, analista da Sydbank A/S, por telefone. Além disso, com o crescimento no mercado asiático de cervejas aumentando as avaliações das empresas cervejeiras da região, há um risco de pagar mais que o devido, disse ele.

“Eles precisam ter certeza de que não estão entrando em pânico e pagando muito para assumir o controle de alguns dos players mais interessantes da região”, disse Imsgard.

As ações da Tsingtao subiram para um recorde no mês passado, enquanto as da Yanjing atingiram o nível mais alto em mais de um ano. Mesmo assim, para ajudar a diminuir a diferença com seus concorrentes e expandir-se em mercados em crescimento, esse pode ser um preço que vale a pena pagar.

“A Carlsberg neste momento está ficando para trás”, disse Imsgard. “É importante acompanhar os maiores concorrentes”.

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