Exame Logo

Cambuhy fica com fatia da OGPar na Parnaíba Gás Natural

pregão, em segunda convocação, foi realizado no Tribunal de Justiça do Rio. Não houve outros interessados

OGX, agora OGPar: pagamento só ocorrerá após cumpridas algumas condições (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de agosto de 2014 às 16h24.

Rio - A Cambuhy Investimentos fez lance mínimo e arrematou a participação remanescente (36,36%) da OGX, petroleira de Eike Batista, rebatizada como Óleo e Gás Participações ( OGPar ) na Parnaíba Gás Natural.

O pagamento, no entanto, só ocorrerá após cumpridas algumas condições.

Veja também

O pregão, em segunda convocação, foi realizado no Tribunal de Justiça do Rio. Não houve outros interessados.

Foi estipulado o prazo até outubro de 2015 para que essas condições sejam cumpridas. Caso isso não ocorra, a Cambuhy pode desistir do negócio.

"Foi tudo dentro do esperado. Acreditamos que será possível atender às condições estabelecidas dentro do prazo determinado", afirmou o advogado Marcelo Carpenter, do Escritório de Advocacia Sergio Bermudes, que representa a OGX em seu processo de recuperação judicial .

Um acordo entre os grupos previa que a Cambuhy desse o lance mínimo, o que não ocorreu na primeira convocação.

O lance foi de R$ 200 milhões, a serem pagos em uma única parcela e ajustados de acordo com a variação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) a partir de outubro de 2013 até a data do efetivo pagamento.

No leilão de hoje, acompanhado pelo Broadcast, serviço de informações em tempo real da Agência Estado, o valor subiu para R$ 210,6 milhões.

Os representantes da Cambuhy informaram durante o leilão que o efetivo desembolso do pagamento só ocorrerá após cumpridas as condições.

A principal delas é o trânsito em julgado da decisão que homologou o plano de recuperação judicial da companhia.

Ou seja, após terem sido avaliados todos os recursos apresentados contra o plano, que foi aprovado em assembleia de credores no início de junho.

O objetivo da Cambuhy é se proteger de uma eventual reviravolta no processo de recuperação.

Atualmente, há três agravos contra o plano, um apresentado pelo fundo Autonomy Master, que alega tratamento diferenciado entre os credores.

Há ainda um da Petrobras, que questiona o fato da dívida ser convertida em participação acionária, o que a obrigaria a ficar com ações da petroleira.

Por último, o Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro questiona os dois pontos apresentados pelos outros credores: tratamento diferente que está sendo dado aos credores e a obrigatoriedade de eles se tornarem sócios da empresa reestruturada.

As melhores condições foram oferecidas para os credores que injetaram novos recursos na companhia.

Antes do leilão a Cambuhy chegou a encaminhar uma petição ao juízo da 4ª Vara Empresarial afirmando que não tinha obrigação de dar o lance mínimo enquanto a decisão que homologou o plano de recuperação judicial não transitasse em julgado.

O leilão foi referente à Unidade Produtiva Parnaíba, que corresponde a 245,7 milhões de ações ordinárias da Parnaíba Gás Natural (antiga OGX Maranhão) em posse da OGX.

Com a compra dos 36,36% restantes, a Cambuhy passará a ser a principal acionista da Parnaíba, com mais de 70% das ações.

A Cambuhy é uma empresa de investimento criada em dezembro de 2011 por Pedro Moreira Salles, Pedro Bodin, Marcelo Barbará e Marcelo Medeiros.

Com o plano de recuperação homologado pela Justiça a unidade seria adquirida como Unidade de Proteção Isolada (UPI). Dessa forma, o comprador fica livre de assumir dívidas fiscais e trabalhistas do antigo dono, isto é, a OGpar.

Negócio

O leilão é uma segunda etapa da operação aprovada pelos acionistas em novembro de 2013, como parte da reestruturação da petroleira de Eike Batista.

Em fevereiro a OGpar informou que a Cambuhy Investimentos e a E.ON concluíram o aporte de R$ 250 milhões na Parnaíba Gás Natural.

Em nota, a companhia explicava que o aporte garantia à Parnaíba Gás Natural os recursos necessários para a continuidade de suas operações.

No negócio, Cambuhy e E.ON subscreveram novas ações da Parnaíba Gás Natural com um aporte respectivo de R$ 200 milhões e R$ 50 milhões. Como resultado, a OGX Petróleo e Gás passou a deter 36,36% da empresa, a Cambuhy 36,37%, Eneva 18,18% e E.ON 9,09%.

Ficou acertado que a OGX realizaria um leilão para vender sua participação remanescente na Parnaíba Gás Natural, como prevê a Lei de Falências e Recuperação Judicial.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasFusões e AquisiçõesGás e combustíveisIndústria do petróleoOGpar (ex-OGX)OGXP3PetróleoRecuperações judiciais

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Negócios

Mais na Exame