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Café por aluguel? Startup mineira fecha com a Nestlé para oferecer cafeteiras por assinatura

Criada em 2016, a Allu cresceu no mercado com plano de assinatura de iPhones; o acordo com a Nestlé é o primeiro com uma empresa de alimentos

O acordo para o aluguel de máquinas Nescafé Dolce Gusto Neo inclui três planos, de três a doze meses (Nestlé/Divulgação)
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 19 de janeiro de 2024 às 09h43.

Última atualização em 26 de janeiro de 2024 às 15h54.

Conhecida por oferecer iPhones por assinatura, a startup mineira Allu fechou um acordo com a Nestlé. A gigante de alimentos, em um movimento inédito, está adotando o modelo de aluguel como uma das formas de ofertar um produto do portfólio. No caso, as máquinas Nescafé Dolce Gusto Neo.

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No mercado há um ano, a cafeteira chegou com cápsulas compostáveis, buscando conexão com as novas demandas de sustentabilidade. Na Nestlé, é vista como uma segunda geração da divisão de cápsulas, mais avançada.

As máquinas são feitas com material reciclado, apresentam baixo consumo de energia, e as cápsulas são produzidas na primeira unidade da companhia no mundo a receber certificação de “Impacto Ambiental Neutro” em todas as etapas industriais.

“Este foi um projeto concebido para que tudo fizéssemos tivesse a sustentabilidade em primeiro lugar”, afirma Thiago Buischi, diretor de marketing de cafés Nestlé. “O aluguel funciona muito bem porque diminuímos a barreira de entrada do consumidor e, se ele não gostar, é maravilhoso porque a máquina continua útil”.

Como funciona a parceria

Atualmente, as máquinas Neo chegam às lojas com valores em torno de R$ 700,00. Neste primeiro teste  acordo com a Allu, estão previstos três planos:

Além de facilitar o acesso, o acordo procura fazer com que os consumidores conheçam e testem as 10 opções de cápsulas, produzidas exclusivamente para a máquina usando cafés de fazendas no Cerrado Mineiro, Sul de Minas e Espírito Santo.

“Nós temos outros sistemas dentro de casa, como a Nespresso, e sabemos que o começo é sempre muito duro. E as discussões caíram justamente aí: o consumidor não quer uma máquina, ele quer um café”, afirma Buischi. A provocação foi lançada para a Panela Nestlé, a plataforma de inovação aberta da companhia.

Foi o ecossistema quem cuidou de fazer a conexão com Allu, a startup de Belo Horizonte, Minas Gerais, criada pelos amigos de infância Cadu Guerra e Pedro Sant’Anna em 2016.

Qual é o modelo de negócio da Allu

O objetivo dos dois era popularizar o acesso a itens eletrônicos a baixo custo e expandir o conhecimento sobre a economia circular. No início, a startup funcionava como um marketplace para aluguel de equipamentos no curtíssimo prazo, como câmeras fotográficas e videogames.

“Nós éramos meio um OLX de aluguel. Se você tivesse uma coisa parada na sua casa, poderia anunciar e nós faríamos conexão com quem tivesse interesse neste produto”, diz. O modelo não andou. A falta de padronização na entrega gerava experiências ruins para os usuários.

O caminho foi repaginar a proposta. A startup começou a comprar os produtos e disponibilizá-los, criando um fluxo logístico mais adequado. O sistema evoluiu, mas não na medida esperava. O problema, segundo os sócios, estava na oferta, e a startup pivotou mais uma vez em 2020.

“Os produtos eram legais, mas não necessários. Nós decidimos que tínhamos que substituir a compra das coisas”, afirma Guerra. A escolha foi por criar planos de assinaturas para iPhones, um produto com valor elevado e no topo dos desejos dos brasileiros.

No primeiro ano, a Allu fechou com 1.000 clientes, número que subiu para 21.000 ao final de 2023. Para este ano, a expectativa é que 51.000 entrem para os planos de assinatura da startup.

Os valores vão de R$ 1.600,00 por ano, para modelos como o iPhone 11, a R$ 6.000,00, para o iPhone 15 Max Pro. Nos últimos meses, a empresa introduziu novas categorias, como macbooks, iPads, PlayStation 5 e Xbox.

“A NEO é a nossa primeira aventura fora dos games, PCs e smartphones”, afirma o sócio-fundador. A entrada nos novos mercados deve levar a empresa ao faturamento de R$ 130 milhões, crescimento de R$ 160 em relação aos R$ 50 milhões registrados em 2023.

No acordo com a Nestlé, a Allu adquire as máquinas em condições especiais de negociação. “Nós cuidamos de toda a experiência do consumidor. Durante o período de assinatura, ele tem todo esse suporte, por exemplo, logístico e de manutenção”.

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