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Cadeirante se arrasta por escada para entrar em avião da GOL

Por falta de um equipamento adequado, a executiva Katya Hemelrijk da Silva, que não aceitou ser carregada, teve de se arrastar pelos degraus para entrar na aeronave

Problema: por falta de equipamento adequado, Katya se arrastou por escada para entrar em avião (Reprodução/Facebook/Katya Hemelrijk da Silva)

Luísa Melo

Publicado em 2 de dezembro de 2014 às 14h10.

São Paulo - A executiva Katya Hemelrijk da Silva precisou se arrastar por uma escada para conseguir embarcar em um avião da GOL , na madrugada de segunda-feira (1), em Foz do Iguaçu.

Conforme ela mesma relatou em sua página no Facebook, na hora da partida de seu voo, o equipamento que permite o acesso de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida às aeronaves não estava disponível.

Katya é cadeirante e tem osteogênese  imperfeita, doença conhecida como síndrome dos "ossos de cristal", e por isso precisava do transporte especial.

Na postagem, ela se disse decepcionada com a companhia aérea e contou que a situação só não foi pior porque os demais passageiros e funcionários da empresa "estavam tão indignados" quanto ela.

Segundo a executiva, os empregados da GOL até mesmo permitiram que ela resgatasse uma mala que já estava despachada para pegar uma calça.

Em nota, a GOL informou que o stair trac (elevador portátil para cadeira de rodas capaz de “escalar” degraus) da base de Foz do Iguaçu não estava disponível para uso na manhã do dia 1º de dezembro e "por isso não pôde ser utilizado durante o embarque do voo 1076”.

A empresa disse ainda que tentou sem sucesso conseguir o aparelho com outras companhias aéreas e que "ofereceu outras alternativas para a cliente, que optou por seguir sem a ajuda dos colaboradores".

A GOL disse ainda que lamenta o ocorrido e que "tomará todas as medidas necessárias para evitar que casos como esse voltem a acontecer".

Em entrevista à Folha, Katya relatou que a empresa sugeriu que ela fosse carregada no colo, o que não aceitou com medo de se machucar. Foi dada ainda a opção de aguardar por quatro horas até que o equipamento pudesse ser usado, com a qual ela também não concordou por ter compromissos.

Em outra mensagem no Facebook, a executiva explicou que não permite que ninguém a carregue porque, por conta da osteogênese imperfeita, seus ossos se quebram com facilidade se ela for segurada de forma errada.

Ela contou também que preferiu subir a escada "de bumbum", porque dessa forma não havia risco de queda e os movimentos estariam sob seu controle. "Só eu conheço meus limites físicos", escreveu.

Katya afirmou ainda que não pretende processar a GOL e que a companhia foi "extremamente atenciosa" com ela durante e após o ocorrido. "O que eu quero é que as pessoas tenham uma consciência e conhecimento maior sobre como lidar com pessoas com necessidades especiais, seja ela qual for", disse na rede social.

Responsabilidade

Segundo a Infraero (que administra o aeroporto de Foz do Iguaçu) informou em nota, conforme resolução da Anac, atualmente os procedimentos de embarque e desembarque são de responsabilidade das empresas áreas.

Porém, o mesmo documento estabelece que, a partir do ano que vem, a administração dos aeroportos é que deverá oferecer o equipamento que permite o acesso de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida aos aviões.

A estatal afirma que, por conta da mudança em 2015, já adquiriu 15 ambulifts (espécie de carro com elevador que transporta cadeiras de rodas), num investimento de 9,68 milhões de reais. O aeroporto de Foz do Iguaçu, entretanto, ainda não possui nenhum deles.

Texto atualizado às 15h03.

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São Paulo - A executiva Katya Hemelrijk da Silva precisou se arrastar por uma escada para conseguir embarcar em um avião da GOL , na madrugada de segunda-feira (1), em Foz do Iguaçu.

Conforme ela mesma relatou em sua página no Facebook, na hora da partida de seu voo, o equipamento que permite o acesso de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida às aeronaves não estava disponível.

Katya é cadeirante e tem osteogênese  imperfeita, doença conhecida como síndrome dos "ossos de cristal", e por isso precisava do transporte especial.

Na postagem, ela se disse decepcionada com a companhia aérea e contou que a situação só não foi pior porque os demais passageiros e funcionários da empresa "estavam tão indignados" quanto ela.

Segundo a executiva, os empregados da GOL até mesmo permitiram que ela resgatasse uma mala que já estava despachada para pegar uma calça.

Em nota, a GOL informou que o stair trac (elevador portátil para cadeira de rodas capaz de “escalar” degraus) da base de Foz do Iguaçu não estava disponível para uso na manhã do dia 1º de dezembro e "por isso não pôde ser utilizado durante o embarque do voo 1076”.

A empresa disse ainda que tentou sem sucesso conseguir o aparelho com outras companhias aéreas e que "ofereceu outras alternativas para a cliente, que optou por seguir sem a ajuda dos colaboradores".

A GOL disse ainda que lamenta o ocorrido e que "tomará todas as medidas necessárias para evitar que casos como esse voltem a acontecer".

Em entrevista à Folha, Katya relatou que a empresa sugeriu que ela fosse carregada no colo, o que não aceitou com medo de se machucar. Foi dada ainda a opção de aguardar por quatro horas até que o equipamento pudesse ser usado, com a qual ela também não concordou por ter compromissos.

Em outra mensagem no Facebook, a executiva explicou que não permite que ninguém a carregue porque, por conta da osteogênese imperfeita, seus ossos se quebram com facilidade se ela for segurada de forma errada.

Ela contou também que preferiu subir a escada "de bumbum", porque dessa forma não havia risco de queda e os movimentos estariam sob seu controle. "Só eu conheço meus limites físicos", escreveu.

Katya afirmou ainda que não pretende processar a GOL e que a companhia foi "extremamente atenciosa" com ela durante e após o ocorrido. "O que eu quero é que as pessoas tenham uma consciência e conhecimento maior sobre como lidar com pessoas com necessidades especiais, seja ela qual for", disse na rede social.

Responsabilidade

Segundo a Infraero (que administra o aeroporto de Foz do Iguaçu) informou em nota, conforme resolução da Anac, atualmente os procedimentos de embarque e desembarque são de responsabilidade das empresas áreas.

Porém, o mesmo documento estabelece que, a partir do ano que vem, a administração dos aeroportos é que deverá oferecer o equipamento que permite o acesso de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida aos aviões.

A estatal afirma que, por conta da mudança em 2015, já adquiriu 15 ambulifts (espécie de carro com elevador que transporta cadeiras de rodas), num investimento de 9,68 milhões de reais. O aeroporto de Foz do Iguaçu, entretanto, ainda não possui nenhum deles.

Texto atualizado às 15h03.

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