Cade pede condenação de Toshiba e Mitsubishi por cartel
Em seu voto, a conselheira relatora pediu que a Mitsubishi seja multada em R$ 4,6 milhões e a Toshiba R$ 455 mil
Estadão Conteúdo
Publicado em 23 de maio de 2018 às 13h36.
Brasília - A conselheira relatora Polyanna Vilanova, do Conselho Administrativo de Defesa Econômica ( Cade ), votou nesta quarta-feira, 23, pela condenação da Mitsubishi Eletric Corporation e da Toshiba Cooporation por formação de cartel para fornecimento de equipamentos eletroeletrônicos.
Em seu voto, a conselheira pediu que a Mitsubishi seja multada em R$ 4,6 milhões e a Toshiba R$ 455 mil.
O julgamento foi suspenso após um pedido de vista do conselheiro Maurício Maia. O conselheiro João Paulo de Resende também votou pela condenação das empresas, mas pediu que sejam aplicadas multas de cerca de R$ 3 milhões para cada empresa.
No mesmo processo, eram investigadas as empresas Alstom e Siemens, que firmaram acordos e não serão condenadas.
O conluio atuou mundialmente e foi condenado em outros seis países, como Nova Zelândia, Hungria e pela União Europeia.
No Brasil, o processo foi instaurado em 2006 para apurar combinação de preços e divisão de mercado para fornecimento de aparelhos eletroeletrônicos de direcionamento de fluxo de energia elétrica utilizados em subestações de energia. O esquema teria prejudicado concessionárias de energia elétrica e grandes empresas que adquirem o produto para construir suas próprias subestações.
Em seu voto, a conselheira Polyanna Vilanova citou reuniões e combinados para divisão de licitações como da Companhia Paranaense de Energia (Copel) e Light. De acordo com a superitendência do conselho, pelo menos 90 projetos no Brasil foram discutidos pelo esquema. "Há provas de que o cartel não apenas tinha potencial, como gerou efeitos anticompetitivos no mercado brasileira", afirmou Polyanna.
No julgamento, tanto o advogado da Mitsubishi quanto da Toshiba afirmaram não haver provas contra as empresas. "Sustento a falta de indícios suficientes para a condenação. As provas são absolutamente precárias e os depoimentos contraditórios", afirmou o advogado da Mitsubish, Ubiratan Matos.