Exame Logo

Buffett lamenta falta de bons investimentos em carta ao investidores

O bilionário de 91 ano também sinalizou que terá cautela em sua estratégia para dirigir a Berkshire Hathaway, avaliada em mais de US$ 690 bilhões

Warren Buffett: carta anual mostrou falta de ânimo com ativos, e nada comentou da tacada deste começo de ano (Christopher Goodney/Bloomberg via/Getty Images)
AL

André Lopes

Publicado em 26 de fevereiro de 2022 às 15h48.

Última atualização em 26 de fevereiro de 2022 às 15h51.

Warren Buffett sinalizou neste sábado, 26, que vai manter uma estratégia mais contida de investimentos, lamentando a falta de boas oportunidades para aplicar o dinheiro da Berkshire Hathaway, que hoje está avaliada em US$ 690 bilhões.

Em sua carta anual lida aos acionistas da Berkshire, o bilionário de 91 anos também expressou forte confiança nos atuais investimentos do grupo, dizendo que sua ênfase em investir em negócios fortes e ações beneficia investidores com foco similar de longo prazo.

Veja também

"As pessoas que estão confortáveis ​​com seus investimentos, em média, alcançarão melhores resultados do que aquelas motivadas por manchetes, conversas e promessas em constante mudança", escreveu Buffett.

Em resumo, o tom do discurso foi o de observar os riscos de mudanças na política mundial, terrorismo e ataques cibernéticos, mantendo a Berkshire numa posição cautelosa.

Em 2020 e 2021, a Berkshire Hathaway aumento seu valor de mercado ao recomprar US$ 51,7 bilhões de suas próprias ações. "Hoje, as oportunidades internas oferecem retornos muito melhores do que as aquisições", escreveu ele.

Investidores leem a carta de Buffett todo início de ano para entender a sua estratégia para dirigir o conglomerado — e para se deleitar com a sabedoria popular do bilionário sobre a vida e os investimentos.

Essa tarefa se complicou nos últimos anos. Ativos com múltiplos caros atrapalham uma das vias favoritas de Buffett para usar o capital: aquisições. E a Berkshire não tem conseguido empregar seu capital com tanta rapidez.

A situação levou a algumas mudanças. Buffet e seu parceiro de longa data, o vice-presidente do conselho, Charlie Munger, chegaram às ações de tecnologia “como um recém-nascido que é arrastado para isso”, disse Munger em entrevista ao Yahoo! Finance.

Mas hoje em dia a Apple configura como maior aposta da Berkshire no mercado acionário. Essa participação na Apple valia US$ 157,5 bilhões no final de 2021, aproximadamente 3,5 vezes o valor de seu segundo maior investimento, no Bank of America.

O lucro operacional aumentou 25% para um recorde de US$ 27,46 bilhões, com mais de um terço da ferrovia BNSF e da Berkshire Hathaway Energy, apesar das interrupções na cadeia de suprimentos do COVID-19. No quarto trimestre, o lucro operacional cresceu 45%.

O lucro líquido do ano mais que dobrou para um recorde de US$ 89,8 bilhões, impulsionado pelos ganhos da Apple Inc (AAPL.O) , Bank of America Corp (BAC.N) , American Express Co (AXP.N) e outras ações na vasta carteira de investimentos.

Acompanhe tudo sobre:bancos-de-investimentoFundos de investimentowarren-buffett

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Negócios

Mais na Exame