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BTG quer vender carteira de R$ 5 bi para bancos

Venda: o BTG já acertou a venda de um lote entre R$ 500 milhões e R$ 1 bilhão com o BB e a Caixa quer uma fatia de até R$1 bi

Negociações: o BTG já acertou a venda de um lote entre R$ 500 mi e R$ 1 bi com o BB e a Caixa quer uma fatia de até R$1 bi (Gustavo Kahil/EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 5 de dezembro de 2015 às 07h48.

São Paulo e Brasília - O BTG Pactual negocia a venda de mais de R$ 5 bilhões de carteiras de créditos aos grandes bancos.

O 'Estado' apurou que a participação das instituições públicas - Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal - pode chegar a até R$ 3,5 bilhões desse valor. O BTG também negocia com os maiores bancos privados do país, Bradesco e Itaú.

Ao comprar as carteiras de empréstimos, os bancos ficam com os créditos que o BTG tem a receber dos clientes.

A negociação faz parte da estratégia do BTG de levantar dinheiro em meio à turbulência provocada pela prisão do sócio e ex-presidente do banco André Esteves, acusado de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato.

Desde o dia da prisão, 25 de novembro, o banco vem enfrentando aumento nos saques, em meio à preocupação sobre a capacidade de reter clientes.

Como as negociações ainda estão em andamento, os valores ainda não estão definidos. No entanto, o Banco do Brasil negocia até R$ 2,5 bilhões em crédito e já está acertada a compra de um lote entre R$ 500 milhões e R$ 1 bilhão.

A Caixa estaria disposta a ficar com uma fatia de até R$ 1 bilhão. Entre os bancos privados, o Bradesco teria adquirido R$ 1,2 bilhão. O Itaú Unibanco também demonstrou interesse por uma parte em torno de R$ 1 bilhão.

De acordo com executivos de bancos ouvidos pela reportagem, são três os motivos do interesse dos bancos pelas carteiras do BTG. A operação ajudaria o banco de investimento a não entrar em colapso por falta de liquidez, o que evitaria um estresse maior no mercado bancário.

Os concorrentes podem negociar a compra desses ativos, que têm baixo risco de calote, com desconto considerável.

Ao adquirir a carteira de empréstimos a grandes empresas do BTG, os concorrentes abrem possibilidade de relacionamento com novos clientes.

Na semana passada, durante conversa com jornalistas durante reunião com analistas e investidores, o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, disse que a compra de carteiras de crédito "sempre é um processo que o mercado pratica, mesmo fora de momentos mais críticos".

O BTG Pactual encerrou setembro com cerca de R$ 43 bilhões em empréstimos corporativos (corporate lending). Nos últimos meses, o banco fez um esforço de "desalavancar" seu balanço (reduzir a razão entre dívida e patrimônio).

Venda de ativos

A venda da carteira de crédito é uma das alternativas do BTG para aumentar sua liquidez. Outras incluem venda de ativos como Estapar, e a empresa que gere créditos vencidos, a Recovery.

O BTG tenta ainda vender o banco suíço BSI, a sua operação de commodities e o braço de gestão de recursos.

Do lado de private equity, também colocou à disposição do mercado a participação que detém no Uol, na rede de academias Body Tech, na montadora Mitsubishi, além de ativos menos atraentes, como BR Properties, BR Pharma, a varejista Leader e a Bravante, que atua no apoio marítimo, construção e reparo naval e proteção ambiental.

O primeiro movimento de desinvestimento foi a venda total da fatia da Rede D'Or para o fundo soberano de Cingapura (CIG), por R$ 2,38 bilhões.

Procurado, o BTG Pactual não comentou. A Caixa, o BB, o Bradesco e o Itaú também preferiram não se manifestar.

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São Paulo e Brasília - O BTG Pactual negocia a venda de mais de R$ 5 bilhões de carteiras de créditos aos grandes bancos.

O 'Estado' apurou que a participação das instituições públicas - Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal - pode chegar a até R$ 3,5 bilhões desse valor. O BTG também negocia com os maiores bancos privados do país, Bradesco e Itaú.

Ao comprar as carteiras de empréstimos, os bancos ficam com os créditos que o BTG tem a receber dos clientes.

A negociação faz parte da estratégia do BTG de levantar dinheiro em meio à turbulência provocada pela prisão do sócio e ex-presidente do banco André Esteves, acusado de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato.

Desde o dia da prisão, 25 de novembro, o banco vem enfrentando aumento nos saques, em meio à preocupação sobre a capacidade de reter clientes.

Como as negociações ainda estão em andamento, os valores ainda não estão definidos. No entanto, o Banco do Brasil negocia até R$ 2,5 bilhões em crédito e já está acertada a compra de um lote entre R$ 500 milhões e R$ 1 bilhão.

A Caixa estaria disposta a ficar com uma fatia de até R$ 1 bilhão. Entre os bancos privados, o Bradesco teria adquirido R$ 1,2 bilhão. O Itaú Unibanco também demonstrou interesse por uma parte em torno de R$ 1 bilhão.

De acordo com executivos de bancos ouvidos pela reportagem, são três os motivos do interesse dos bancos pelas carteiras do BTG. A operação ajudaria o banco de investimento a não entrar em colapso por falta de liquidez, o que evitaria um estresse maior no mercado bancário.

Os concorrentes podem negociar a compra desses ativos, que têm baixo risco de calote, com desconto considerável.

Ao adquirir a carteira de empréstimos a grandes empresas do BTG, os concorrentes abrem possibilidade de relacionamento com novos clientes.

Na semana passada, durante conversa com jornalistas durante reunião com analistas e investidores, o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, disse que a compra de carteiras de crédito "sempre é um processo que o mercado pratica, mesmo fora de momentos mais críticos".

O BTG Pactual encerrou setembro com cerca de R$ 43 bilhões em empréstimos corporativos (corporate lending). Nos últimos meses, o banco fez um esforço de "desalavancar" seu balanço (reduzir a razão entre dívida e patrimônio).

Venda de ativos

A venda da carteira de crédito é uma das alternativas do BTG para aumentar sua liquidez. Outras incluem venda de ativos como Estapar, e a empresa que gere créditos vencidos, a Recovery.

O BTG tenta ainda vender o banco suíço BSI, a sua operação de commodities e o braço de gestão de recursos.

Do lado de private equity, também colocou à disposição do mercado a participação que detém no Uol, na rede de academias Body Tech, na montadora Mitsubishi, além de ativos menos atraentes, como BR Properties, BR Pharma, a varejista Leader e a Bravante, que atua no apoio marítimo, construção e reparo naval e proteção ambiental.

O primeiro movimento de desinvestimento foi a venda total da fatia da Rede D'Or para o fundo soberano de Cingapura (CIG), por R$ 2,38 bilhões.

Procurado, o BTG Pactual não comentou. A Caixa, o BB, o Bradesco e o Itaú também preferiram não se manifestar.

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