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BTG garante retorno mesmo que a Sete Brasil "vire pó"

O banco fez aporte de R$ 1 bilhão na empresa que é uma das denunciadas na Lava Jato

Plataforma da Petrobras: o BTG ainda acredita que o projeto Sete Brasil poderá evoluir (Acordo salgado)
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Da Redação

Publicado em 27 de fevereiro de 2015 às 08h56.

Sorocaba - Com aporte de R$ 1 bilhão na Sete Brasil, empresa que constrói sondas para a Petrobras e é uma das denunciadas na Operação Lava Jato , o BTG Pactual minimizou nesta quinta-feira, 27, um possível impacto negativo desse investimento em seus negócios.

"Para radicalizar, se a Sete virar pó estamos preparados para entregar o mesmo retorno de 20%", disse o banqueiro André Esteves, em teleconferência com investidores.

A Sete Brasil está com dificuldades financeiras desde novembro e inadimplente com pelo menos cinco estaleiros. Além do BTG, são acionistas os fundos de pensão Previ, Petros, Funcef e Valia, e os bancos Bradesco e Santander, que aportaram R$ 8,3 bilhões em forma de participação na companhia.

Em setembro, a dívida da Sete Brasil já somava R$ 10 bilhões e havia expectativa de que um empréstimo seria concedido à companhia pelo BNDES.

O empréstimo, porém, foi interrompido depois de a Sete Brasil ter sido citada em depoimento que confirmou o pagamento de propinas pelos estaleiros à empresa.

Embora a companhia esteja em situação crítica, o BTG ainda não incluiu a Sete em suas provisões para devedores duvidosos e pretende aguardar até o fim do primeiro trimestre para, eventualmente, fazer uma baixa contábil pelo investimento na empresa.

Segundo o diretor de finanças e de relações com investidores do banco, João Dantas, o BTG ainda acredita que o projeto Sete Brasil poderá evoluir.

"De fato (a companhia) está com atraso (em seus compromissos financeiros), mas isso não significa que não haja possibilidade de os problemas se resolverem. Estamos otimistas", afirmou.

De todo modo, disse Esteves, "a Sete requer atenção". "Estamos vendo dificuldades e os investidores estão muito chateados, nós inclusive, mas esperamos ver esse tema resolvido."

No ano passado, o BTG elevou em mais de 200% suas provisões para devedores duvidosos, passando de R$ 400 milhões para R$ 1,3 bilhão. Com isso, o índice de provisionamento subiu de 1%, em 2013, para 2,5%, em 2014, da carteira de crédito do banco.

O BTG acredita que esse nível de cobertura deve se manter em 2015 e, eventualmente, poderá cair, caso haja recuperação no crédito concedido à empresa de energia Eneva (ex-MPX), que está em recuperação judicial.

No quarto trimestre, o banco aumentou para R$ 300 milhões a provisão por sua exposição na Eneva.

Retorno

Sobre o compromisso de entregar um retorno de 20% aos investidores, Esteves disse que "existem uma série de outras oportunidades no portfólio de private equity, como Rede D’or e Estapar, e temos entregado resultado com investimentos que estão mais maduros".

Nesse sentido, ele citou a venda dos túneis da Espanha, em 2014, com a qual o banco obteve um lucro líquido de R$ 300 milhões.

Esteves também aposta no negócio de seguros, sob comando de André Gregori (ex-Fator), para garantir um resultado positivo em 2015. A partir do primeiro trimestre, o banco deve começar a reportar esse segmento em suas demonstrações financeiras.

"Com a aquisição da Pan Seguros (seguradora do ex-Panamericano) e o seguro de crédito já há densidade dos resultados de seguros diversificada regionalmente, em termos de produto e risco como também relevância na receita", afirmou.

Os prêmios de seguros do BTG Pactual totalizaram R$ 450 milhões em 2014, montante 59,2% maior que o registrado no ano anterior, segundo a Superintendência de Seguros Privados (Susep).

No acumulado de 2014, o lucro líquido do BTG foi de R$ 3,411 bilhões, aumento de 23% na comparação com 2013.

Ao fim de dezembro, a carteira de crédito do banco atingiu R$ 52,193 bilhões, montante 16% maior do que em setembro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

São Paulo - Nove empreiteiras foram alvo da Polícia Federal nesta sexta-feira. A sétima fase da Operação Lava Jato , que investigadesvio de 10 bilhões de reais da Petrobras , fez busca e apreensão nas empresas. Alguns executivos foram presos, para prestar depoimento sobre possível ligação com o esquema de corrupção . Veja nas fotos quais empresas estão sendo investigadas e o que dizem sobre a operação.
  • 2. Odebrecht

    2 /10(Paulo Fridman/Bloomberg)

  • Veja também

    A empresa divulgou nota em que afirma que a Polícia Federal esteve em seu escritório no Rio de Janeiro nesta sexta-feira, para cumprir mandado de busca e apreensão de documentos, expedido no âmbito das investigações sobre supostos crimes cometidos por ex-diretor da Petrobras.“A equipe foi recebida na empresa e obteve todo o auxílio para acessar qualquer documento ou informação buscada”, diz a nota da empresa.A Odebrecht afirma ainda que “está inteiramente à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos sempre que necessário”.
  • 3. UTC Engenharia

    3 /10(Divulgação)

  • A empresa afirmou que “colabora desde o início das investigações e continuará à disposição das autoridades para prestar as informações necessárias”.
  • 4. OAS

    4 /10(Divulgação/PAC)

    A OAS afirmou que “foram prestados todos os esclarecimentos solicitados e dado acesso às informações e documentos requeridos pela Polícia Federal, em visita à sua sede em São Paulo”. A empresa diz ainda que “está à inteira disposição das autoridades e vai continuar colaborando no que for necessário para as investigações”.
  • 5. Engevix

    5 /10(Divulgação/ Engevix)

    Contatada por EXAME.com, a empresa afirmou apenas que “por meio dos seus advogados e executivos, prestará todos os esclarecimentos que forem solicitados”.
  • 6. Galvão Engenharia

    6 /10(Divulgação/ Galvão Engenharia)

    Em nota, a Galvão Engenharia afirmou que "tem colaborado com todas as investigações referentes à Operação Lava Jato e está permanentemente à disposição das autoridades para prestar quaisquer esclarecimentos necessários".
  • 7. Queiroz Galvão

    7 /10(Divulgação)

    A empresa se manifestou através de nota:"A Queiroz Galvão reitera que todas as suas atividades e contratos seguem rigorosamente a legislação em vigor e está à disposição das autoridades para prestar quaisquer esclarecimentos necessários."
  • 8. Camargo Corrêa

    8 /10(Divulgação)

    Em nota, a Camargo Corrêa disse que sempre esteve à disposição das autoridades. Veja a nota:“A Construtora Camargo Corrêa repudia as ações coercitivas, pois a empresa e seus executivos desde o início se colocaram à disposição das autoridades e vêm colaborando com os esclarecimentos dos fatos.”
  • 9. Mendes Junior

    9 /10(Divulgação)

    "O vice-presidente da Mendes Júnior, Sérgio Cunha Mendes, estava em viagem com a família na manhã desta sexta-feira (14/11). Assim que soube do mandado de prisão, tomou providências para se apresentar ainda hoje à Polícia Federal em Curitiba (PR). A Mendes Júnior está colaborando com as investigações, contribuindo para o acesso às informações solicitadas."
  • 10. Iesa

    10 /10(Divulgação IESA)

    EXAME.com não conseguiu contato com nenhum porta-voz da empresa até a publicação da reportagem.
  • Acompanhe tudo sobre:Bancosbancos-de-investimentoBTG PactualEmpresasEmpresas abertasFinançasHoldingsOperação Lava Jato

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