Brookfield desiste de fazer oferta maior por Renova Energia
A Brookfield agora caminha para apresentar uma oferta avaliando os 67% de participação de controle das companhias na Renova em 9 reais por Unit
Reuters
Publicado em 5 de outubro de 2017 às 18h24.
Última atualização em 5 de outubro de 2017 às 20h32.
São Paulo - A Brookfield Asset Management desistiu de melhorar uma oferta inicial pela Renova Energia, empresa de energia renovável controlada por Cemig e Light, após uma due diligence mostrar problemas não contabilizados, afirmou uma pessoa com conhecimento direto da situação nesta quinta-feira.
A Brookfield agora caminha para apresentar uma oferta para Cemig e sua controlada Light avaliando os 67 por cento de participação de controle das companhias na Renova em 9 reais por Unit da empresa, disse a fonte, que pediu anonimato porque a negociação permanece privada.
Uma rodada final de due diligence na Renova mostrou que um projeto apresentou um déficit que não havia sido contabilizado anteriormente, afirmou a fonte, sem dar detalhes e sem abrir o nome do empreendimento.
A Brookfield pode pagar à Cemig e Light 7 reais por Unit logo no fechamento do negócio, com o restante sendo desembolsado após a conclusão do projeto eólico Alto Sertão III, cujas obras estão em fase final, disse a fonte.
Um porta-voz da unidade brasileira da Brookfield recusou-se a comentar o assunto.
A Reuters informou na sexta-feira passada que a Brookfield estava considerando oferecer até 11,75 reais por Unit da Renova para facilitar um acordo. Cada Unit da Renova representa uma ação ordinária e duas preferenciais.
Além do problema verificado na análise de dados da Renova, a situação financeira precária da Cemig também desempenha um papel na decisão de Brookfield, disse a fonte.
A Cemig, a empresa elétrica mais endividada do Brasil, tem lutado para vender ativos este ano e enfrenta 9 bilhões de reais em vencimentos de dívidas até o final de 2018.
As Units da Renova caíram mais de 1 por cento para 9,25 reais nesta quinta-feira, após cinco sessões consecutivas de ganhos. A especulação de um acordo iminente com Brookfield levou as Units a subirem 29 por cento ao longo do último mês.
A oferta ainda não foi enviada formalmente à Cemig, Light e Renova, disse a fonte, observando que ela poderia ser submetida "dentro de alguns dias".
A obtenção do assentimento da Cemig e da Light permitiria que a Brookfield, com sede em Canadá, assumisse o controle da Renova de forma mais assertiva e se expandisse de forma mais rápida no setor de energia renovável do Brasil.