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BNDES teve papel preponderante na operação entre Fibria e Suzano

Na noite desta quinta-feira, o banco de fomento aprovou a aquisição das duas maiores empresas de celulose do país

BNDES: as conversas entre o banco e as duas companhias foram intensas nos últimos dias (Nacho Doce/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 16 de março de 2018 às 14h36.

São Paulo - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social ( BNDES ) teve um papel preponderante para que as negociações entre Fibria e Suzano resultassem, enfim, na criação de uma gigante da celulose.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, Eliane Lustosa, diretora de Mercado de Capitais do banco de fomento, disse que as conversas entre o BNDES e as duas companhias foram intensas nos últimos dias. Os últimos detalhes ainda estavam em discussão até a noite de quinta-feira.

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Nesta operação, o banco vai receber cerca de R$ 8,5 bilhões e ficar com aproximadamente 11% da empresa combinada entre Suzano e Fibria. "É a maior operação da qual o BNDESPar já participou", disse a executiva.

O braço de participações do BNDES, o BNDESPar, tem 29% de fatia na Fibria, empresa da qual participa do bloco de controle, e tem 6,9% da Suzano, como sócio minoritário.

A Votorantim, que pertence à família Ermirio de Moraes, também vai receber cerca de R$ 8,5 bilhões e ficará com cerca de 5% da nova empresa combinada. "Houve uma evolução desde o início, quando recebemos demonstração do interesse até agora, por conta do valor do ativo e das condições do contrato", disse Eliane.

A Votorantim ficará com cerca de 5% do total da nova companhia, enquanto o BNDESPar outros 11%. A Suzano, como maior acionista, ficará com quase 45%, disse Lustosa.

"Todos os minoritários vão ter as mesmas condições oferecidas aos controladores", disse Eliane. Segundo ela, a Suzano está totalmente em linha com as melhores práticas de governança corporativa. "A Suzano migrou para o Novo Mercado recentemente. Agora, a aprovação da operação depende dos órgãos antitrustes."

O banco vai embolsar os R$ 8,5 bilhões desta operação, recursos que vão para o caixa do BNDES. "O banco entrou na companhia em 2009, na operação da VCP e Aracruz,e agora está saindo porque foi criada uma boa janela de oportunidade", disse Eliane Lustosa.

"Estamos vendo uma boa oportunidade para sair, agora que o BNDES já cumpriu o seu papel de investidor relevante, que ajudou a viabilizar o projeto desde o início", afirmou.

Desinvestimentos

No ano passado, o BNDESPar levantou, segundo Eliane Lustosa, cerca de R$ 7 bilhões com a venda de fatia deempresas nas quais o banco estava investido. "Sempre nos momentos oportunos, compreçosadequados", disse.

Para a executiva, a combinação dos ativos entre Fibria e Suzano éinteressante para o Brasil, considerando que as duas empresas, juntas, têm valor de mercado de quase R$ 80 bilhões e a nova empresavai fortalecer o País no mercado global de celulose.

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