Oi: diretora afirmou que como acionista, o BNDES buscou zelar pela governança corporativa (REUTERS/ Nacho Doce)
Estadão Conteúdo
Publicado em 25 de outubro de 2016 às 19h12.
São Paulo - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está preocupado com a preservação da Oi e deve se posicionar dentro de suas diversas esferas nesse sentido, como acionista zelando pela governança e como credor vai se manifestar quando houver uma assembleia de credores, disse Eliane Lustosa, diretora de Mercado de Capitais do banco de fomento, após participar do Congresso TMA Brasil de reestruturação e recuperação de empresas.
"É uma empresa muito importante e temos interesse de que seja preservada, nesse sentido temos interesse em garantir os princípios de governança, os quais, se observados, beneficiarão os credores das diversas classes, afinal o acionista é a última etapa, uma vez que não tem garantias", afirmou. Ela afirmou que como acionista, o BNDES buscou zelar pela governança corporativa.
"O que fizemos foi incentivar que houvesse membros independentes no conselho para defender os interesses da companhia e acompanhamos para que o processo avançasse e se viabilizasse", acrescentou. Segundo ela, o interesse do BNDES é o de que o processo avance dentro da governança que é representada no conselho.
Paralelamente, acrescentou, quando houver a discussão como credor, o banco vai se manifestar. Perguntada se o BNDES vai votar ou se abster, Eliana respondeu: "O banco vota dentro de suas diversas esferas".
Ela acrescentou em seguida que o primeiro passo, no entanto, é olhar a questão do ponto de vista do desenvolvimento do mercado de capitais. Existe no mercado dúvida sobre como o BNDES, que é acionista e credor, irá se posicionar no caso da Oi.
Eliana destacou ainda que as discussões envolvendo a recuperação da Oi têm também de ocorrer dentro do que for razoável para a empresa, e que isso pode contemplar um investidor interessado em realizar aporte.
A diretora de mercado de capitais do banco disse que o BNDES tem sido bastante procurado por interessados e que não tem preferência por nenhum deles.
Ela acredita que esse potencial investidor poderia recorrer inclusive ao Programa de Incentivo à Revitalização de Ativos Produtivos, linha de financiamento de R$ 5 bilhões para empresas em dificuldades financeiras.
Os empréstimos são concedidos a investidores à TJLP, ou seja, 7,5% ao ano, para a aquisição de ativos com valor mínimo de R$ 20 milhões.