BMF&Bovespa prevê aumento de capital de US$ 620 milhões
Recursos serão obtidos no exterior para ampliar participação da bolsa no CME Group
Tatiana Vaz
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.
São Paulo - A BMF&Bovespa confirmou que vai captar o valor integral de seus investimentos, de 620 milhões de dólares, por meio de emissões de dívidas no mercado externo ainda este ano. O anúncio foi feito hoje (11/05) pela manhã, durante a teleconferência de resultados do primeiro trimestre da companhia ( clique aqui para ler a cobertura do evento ).
Os recursos captados serão usados para elevar de 1,8% para 5% a participação da bolsa brasileira no CME Group, controlador da bolsa americana de Chicago, e o prazo para pagamento será de dez anos. O presidente da BMF&Bovespa, Edemir Pinto, afirmou que a captação é resultado do caixa bem fortalecido da companhia, que hoje soma 3 bilhões de reais. "Somos a bolsa hoje com maior caixa do mundo e, dentro dessa estrutura de capital, é importante termos uma dívida", explicou o diretor.
Do valor total do caixa, 500 milhões de reais estão alocados de salvaguarda dos modelos das clearings e funcionam como um colchão de segurança para a finalização das negociações de contratos feitas dentro da bolsa. "Estamos reavaliando esse valor de garantia para definir se teria de ser maior ou menor", explica o executivo.
Com base nessa revisão orçamentária, sem anualizar as despesas feitas no primeiro trimestre, a companhia reduzirá as despesas em 5% e Capex em 10%. Novos produtos e investimentos em melhorias do sistema tecnológico de operações também estão previstas para o segundo semestre deste ano. O intuito é atrair ainda mais investidores institucionais brasileiros para depender cada vez menos de investidores estrangeiros.
De acordo com dados divulgados pela companhia, hoje a BMF conta com mais de 500.000 investidores nacionais, número ainda pequeno comparado ao do mercado americano, de 90 milhões. "A regulação e o modelo de negócios da nossa bolsa tende a atrai cada vez mais investidores, tanto estrangeiros quanto nacionais", comentou Edemir.
Resultados
No primeiro deste ano, a companhia teve lucro líquido ajustado de 403,2 milhões de reais, 64,1% superior ao mesmo período do ano anterior. A receita líquida da companhia foi de 459,1 milhões de reais, valor 45% maior, e as despesas operacionais atingiram 136,6 milhões de reais, 8,2% inferiores. A margem de ebitda da companhia (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) foi de 334,6 milhões de reais no primeiro trimestre, 89,3% superior ao do primeiro trimestre de 2009.
As despesas operacionais somaram 136,6 milhões de reais no período, valor 8,2% inferior ao do ano anterior, de 148,8 milhões de reais. Essa redução foi atribuída pela empresa à queda da conta de pessoal, que foi de 25,4%, reflexo da redução do impacto do plano de opções de compra de ações e das despesas com desligamento de funcionários no primeiro trimestre de 2009, de 18 milhões de reais. Ajustadas, as despesas operacionais do período subiram de 103,1 milhões de reais para 115,5 milhões de reais, variação de 12,1% em relação ao primeiro trimestre de 2009.