Negócios

Bayer terá ano recorde no Brasil, diz presidente para América Latina

Brasil é um dos dez maiores mercados da Bayer no mundo, e há espaço para mais, diz Ulrich Ostertag, que comanda a divisão de materiais

Bayer: resultado positivo da operação brasileira será puxado pela construção civil, pelo setor automotivo e de eletrônicos (Divulgação)

Bayer: resultado positivo da operação brasileira será puxado pela construção civil, pelo setor automotivo e de eletrônicos (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de setembro de 2011 às 10h43.

São Paulo – Este será um ano de números históricos para a Bayer no país. Nesta semana, a empresa aumentou a aposta no Brasil, ao divulgar, um investimento de 20 milhões de reais para modernizar a fábrica de Belford Roxo, no Rio.

Apesar da ameaça de desaceleração em segmentos importantes para a empresa, como a construção civil e o automotivo, Ulrich Ostertag, que comanda a Bayer MaterialScience no Brasil, mantém o otimismo.

Trata-se da unidade que fornece os materiais sintéticos do grupo, usados em produtos tão distintos quanto cadeiras para estádios e DVDs. No ano passado, essa divisão faturou 565 milhões de reais no país, cerca de 14% do total do grupo. Veja, a seguir, os principais trechos da entrevista a EXAME.com:

EXAME.com - Com o atual cenário global de crise econômica, o Brasil ganhou mais importância dentro do grupo?
Ulrich Ostertag - Estamos num momento muito bom. Teremos um recorde em faturamento e em volume neste ano. Ainda não posso dar números porque não encerramos o ano. Nós nos beneficiamos da economia brasileira, que continua indo bem, melhor que outros países. O Brasil está entre as 10 maiores subsidiárias da Bayer no mundo.

Ulrich Ostertag, presidente da Bayer MaterialScience para América Latina (Divulgação)

EXAME.com - Então os planos de investimentos de 170 milhões de reais no país continuam?
Ostertag -
Sim. A gente vai acompanhando a necessidade do mercado. A fábrica de poliuretano (MDI), que é de 1983, já foi ampliada três vezes. Não temos planos para outra planta, porque ela atende a demanda. O Brasil consome dois terços da produção da unidade, em seguida os mercados mais importantes são Colômbia e Venezuela.

EXAME.com - E quais são os setores mais importantes para a Bayer neste momento?
Ostertag -
Temos três principais: construção, automobilístico e eletrônico. Cada um representa em torno de 20% a 25%. E há três pilares de atuação. Um deles é a espuma de poliuretano, usado em cadeiras, sapatos. Há também o policarbonato, um plástico rígido estrutural utilizado em DVDs, blue-ray, chapa para construções, lanternas de carros. E, por fim, a parte de revestimentos para camadas finais em pinturas, móveis, carros, tintas anticorrosivas. Somos líderes de mercado. Com o aumento do consumo geral da população, o benefício é direto para nós. Todos cresceram significativamente.

EXAME.com - O setor de energia também é importante, não? Principalmente eólica.
Ostertag -
É um mercado que vem se tornando cada vez mais importante e merece mais nossa atenção. É claro que não se compara aos outros, porque ainda é de nicho. Mas temos vários produtos que entram nas usinas como revestimento. Temos também a tecnologia vinda de fora.

EXAME.com - O setor de construção civil segue bem. O recente aumento do IPI sobre carros importados já fez com que as montadoras nacionais avaliassem um possível aumento de preços. Isso preocupa a Bayer?
Ostertag -
Acho que a demanda segue muito forte, apesar dos aumentos de preço. Isso não muda nada para nós. Seguimos com uma visão muito otimista. A demanda não atendida ainda é muito grande.

EXAME.com - Como a Bayer se preparou para os megaeventos como Copa do Mundo e Olímpiadas?
Ostertag -
Estamos focando nesses megaeventos. Temos oportunidades com os estádios para fornecer chapas de policarbonatos para fazer a cobertura. É um produto que dura décadas. Além disso, nossa tecnologia entra nas pinturas também. Sem contar na parte de infraestrutura, como na construção de hotéis que podemos trabalhar juntos também.

Acompanhe tudo sobre:BayerEmpresasEmpresas alemãsEntrevistasInvestimentos de empresasNegociações

Mais de Negócios

10 franquias baratas de limpeza para empreender a partir de R$ 27 mil

A malharia gaúcha que está produzindo 1.000 cobertores por semana — todos para doar

Com novas taxas nos EUA e na mira da União Europeia, montadoras chinesas apostam no Brasil

De funcionária fabril, ela construiu um império de US$ 7,1 bilhões com telas de celular para a Apple

Mais na Exame