KLM: meta de reduzir em 50% as emissões de CO₂ por passageiro até 2030 (KLM/Divulgação)
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Publicado em 20 de dezembro de 2021 às 15h25.
Última atualização em 23 de dezembro de 2021 às 21h47.
Dados do estudo “Airline/Airport: Environmental Management Cooperation”, publicado em 2014, mostram que cada passageiro de classe econômica deixa cerca de 1,4 quilo de resíduos dentro da aeronave. Com isso, a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) estima que, por ano, mais de 6 milhões de toneladas de resíduos sejam produzidas em voos comerciais. Isso sem contar o desperdício de comida a bordo e a poluição causada pelos combustíveis e as emissões de gases do avião.
Ciente do seu papel para a sustentabilidade do setor, a companhia aérea holandesa KLM busca, desde os anos 2000, saídas que contribuam para um mundo mais sustentável. Em 2009, por exemplo, a KLM fez seu primeiro voo usando combustível sustentável de aviação.
De lá para cá, a companhia tem avançado no debate e na implementação de ações de sustentabilidade – em 2019, lançou o Fly Responsibly, um compromisso da empresa de assumir um papel de liderança na criação de um futuro mais sustentável para a aviação.
Em seu manifesto, a KLM também convida outras companhias aéreas a se engajarem à causa, e, inclusive, pede aos clientes que considerem outras formas de viagem e que reavaliem a necessidade de voar. O tema vem sendo reforçado com o lançamento de uma nova campanha, que pede uma reflexão mais profunda sobre as viagens.
Com metas alinhadas ao Acordo de Paris, tratado mundial que tem como objetivo reduzir o aquecimento global, a ideia é zerar as emissões até 2050.
Sabendo que a mudança precisa ser contínua, a KLM está investindo em uma série de iniciativas, entre elas novas aeronaves mais eficientes em combustível, além de metas já para 2030, como a de reduzir em 50% as emissões de CO₂ por passageiro.
A empresa também espera, até lá, emitir 15% menos CO₂ em suas operações de voo e 50% menos lixo em operações de solo.
Confira, a seguir, as principais iniciativas da empresa – e os aprendizados que ela vem deixando para o setor:
Recentemente, a companhia anunciou que irá alinhar suas metas de redução de emissões de CO2 com o Acordo Climático da ONU de Paris. “A Terra tem limites claros sobre como usamos nossos recursos e o volume de emissões que geramos. Nos últimos anos, temos trabalhado arduamente a nível europeu e global para cooperar, inovar e definir acordos,” disse Pieter Elbers, CEO da KLM.
Ao assinar esse compromisso, a empresa está confiante em sua capacidade de fazer a transição de forma coletiva, ao lado de suas equipes, clientes e parceiros. As metas de emissões de CO2 serão, agora, validadas pela organização independente de referência Science-Based Targets (SBTi), fundada pelo Carbon Disclosure Project (CDP), o United Nations Global Compact e o World Wildlife Fund (WWF).
Aviões precisam de combustíveis líquidos e não podem simplesmente substituí-los por fontes alternativas de energia. Neste contexto, o combustível de aviação sustentável (SAF, na sigla em inglês) aparece como alternativa para reduzir drasticamente as emissões de CO₂ na aviação no curto e médio prazo.
Embora não esteja amplamente disponível, o SAF tem potencial para reduzir até 85% das emissões de carbono em sua forma pura, dependendo da combinação de tecnologia e matéria-prima, e com o cumprimento de rigorosos critérios de sustentabilidade.
Para apoiar o avanço das pesquisas do desenvolvimento da produção do SAF, a KLM participa de um consórcio que visa unir forças para aumentar a disponibilidade do combustível na Suécia e no norte da Europa.
O programa global da companhia busca incentivar a redução da pegada de CO₂ dos passageiros que viajam com a KLM.
Funciona assim: o passageiro paga uma pequena contribuição para reduzir o impacto do seu voo no meio ambiente. Ao usar este serviço, estará investindo ainda em um projeto de reflorestamento no Panamá. O preço do serviço CO2ZERO é calculado com base no tipo de aeronave, na distância voada e na taxa de ocupação histórica do voo. Para mais informações, clique aqui.
A indústria da aviação é responsável por 2% a 3% das emissões de CO₂ causadas pelo homem no mundo. Devido ao crescimento da população, do comércio e da riqueza, essa porcentagem pode aumentar no futuro.
Em sua busca por manter seu pioneirismo, a KLM tomou medidas no campo da renovação da frota, e, mais recentemente, expressou seu compromisso com o desenvolvimento da primeira planta de combustível de aviação sustentável na Holanda, em parceria com a SkyNRG e a SHV Energy.
Soma-se a isso um conceito de aeronave inovadora chamada de Flying-V, um avião com consumo de combustível mais eficiente. Especialistas acreditam, inclusive, que o formato aerodinâmico do avião reduzirá o uso de combustível em 20% em comparação com aeronaves atuais.
A KLM também aposta em iniciativas de menor porte, como o incentivo aos viajantes para que carreguem menos bagagem e considerem outros modais de transporte, sobretudo em trajetos curtos. A lista de ações também contempla abordagens como o taxiamento sustentável, que ocorre com os motores desligados, e até mesmo refeições sustentáveis em alguns voos, com itens orgânicos provenientes de espaços responsáveis.
Por conta de suas iniciativas em relação ao tema, a KLM tem estado no topo do Índice Dow Jones de Sustentabilidade há 17 anos.