Antiga aposta de "campeã nacional", Oi luta para sobreviver
Com dívida bruta de R$ 54,9 bilhões e prejuízo de R$ 5,3 bilhões ao fim de 2015, empresa enfrenta processo de reestruturação financeira
Da Redação
Publicado em 18 de abril de 2016 às 09h09.
Uma das grandes apostas do governo federal de "campeã nacional", a operadora de telefonia Oi vive uma crise financeira aguda - a mais grave desde a sua origem, com a privatização da Telebrás, em 1998.
Com dívida bruta de R$ 54,9 bilhões e prejuízo de R$ 5,3 bilhões ao fim de 2015, a maior concessionária de telefonia fixa do País está em um tenso processo de reestruturação financeira. Os seus principais credores não se entendem, o que pode comprometer o futuro da empresa, apurou a reportagem.
Na tentativa de fechar, o quanto antes, uma proposta para equalizar a dívida, a Oi acaba de contratar o banco americano Moelis para negociar com os seus credores, dizem fontes próximas à operação.
Esta pode ser uma das últimas cartadas da empresa para evitar uma recuperação judicial, considerada cada vez mais factível. Procuradas, a Oi e Moelis não comentaram.
A expectativa da operadora seria fechar um acordo com os credores até o fim de julho, quando vence uma dívida de R$ 1 bilhão em títulos externos.
Os credores internacionais respondem por 70% das dívidas da empresa - e, para conseguir começar a resolver seu imbróglio financeiro, a Oi precisa fazer esse grupo heterogêneo concordar com uma proposta de renegociação.
Caso as tratativas fracassem, pessoas do mercado financeiro avaliam que a Oi corre o risco de enfrentar um "apagão", podendo ficar sem recursos para manter as atividades - a empresa tem um gasto operacional de R$ 6 bilhões por ano.
Fontes ligadas à tele negam essa possibilidade, embora admitam que a empresa possa recorrer a uma eventual recuperação judicial.
A Oi já havia contratado, no fim de 2015, a consultoria americana PJT Partners para fazer uma reestruturação financeira da companhia, ao perceber que a esperada consolidação com a TIM Brasil, controlada pela Telecom Itália, poderia naufragar.
A tele tem ainda a ajuda da também americana D.F. King, responsável por identificar todos os credores internacionais.
Não há, neste momento, conversas para a entrada de novos investidores - sejam fundos tradicionais ou especializados em ativos em dificuldades. "A prioridade é reestruturar a dívida", disseram ao Estado duas fontes ligadas à Oi.
Até pouco tempo atrás, a operadora tinha esperança de que o fundo russo LetterOne, do bilionário Mikhail Fridman, injetasse até US$ 4 bilhões no negócio. Mas a operação estava condicionada à fusão de Oi e TIM, descartada em fevereiro, quando a Telecom Itália vetou a transação.
Dona de trajetória turbulenta, iniciada por um escândalo durante a privatização da Telebrás, trocas frequentes de comando e, mais recentemente, por uma fusão malsucedida com a Portugal Telecom, a Oi tenta, agora, sobreviver.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Uma das grandes apostas do governo federal de "campeã nacional", a operadora de telefonia Oi vive uma crise financeira aguda - a mais grave desde a sua origem, com a privatização da Telebrás, em 1998.
Com dívida bruta de R$ 54,9 bilhões e prejuízo de R$ 5,3 bilhões ao fim de 2015, a maior concessionária de telefonia fixa do País está em um tenso processo de reestruturação financeira. Os seus principais credores não se entendem, o que pode comprometer o futuro da empresa, apurou a reportagem.
Na tentativa de fechar, o quanto antes, uma proposta para equalizar a dívida, a Oi acaba de contratar o banco americano Moelis para negociar com os seus credores, dizem fontes próximas à operação.
Esta pode ser uma das últimas cartadas da empresa para evitar uma recuperação judicial, considerada cada vez mais factível. Procuradas, a Oi e Moelis não comentaram.
A expectativa da operadora seria fechar um acordo com os credores até o fim de julho, quando vence uma dívida de R$ 1 bilhão em títulos externos.
Os credores internacionais respondem por 70% das dívidas da empresa - e, para conseguir começar a resolver seu imbróglio financeiro, a Oi precisa fazer esse grupo heterogêneo concordar com uma proposta de renegociação.
Caso as tratativas fracassem, pessoas do mercado financeiro avaliam que a Oi corre o risco de enfrentar um "apagão", podendo ficar sem recursos para manter as atividades - a empresa tem um gasto operacional de R$ 6 bilhões por ano.
Fontes ligadas à tele negam essa possibilidade, embora admitam que a empresa possa recorrer a uma eventual recuperação judicial.
A Oi já havia contratado, no fim de 2015, a consultoria americana PJT Partners para fazer uma reestruturação financeira da companhia, ao perceber que a esperada consolidação com a TIM Brasil, controlada pela Telecom Itália, poderia naufragar.
A tele tem ainda a ajuda da também americana D.F. King, responsável por identificar todos os credores internacionais.
Não há, neste momento, conversas para a entrada de novos investidores - sejam fundos tradicionais ou especializados em ativos em dificuldades. "A prioridade é reestruturar a dívida", disseram ao Estado duas fontes ligadas à Oi.
Até pouco tempo atrás, a operadora tinha esperança de que o fundo russo LetterOne, do bilionário Mikhail Fridman, injetasse até US$ 4 bilhões no negócio. Mas a operação estava condicionada à fusão de Oi e TIM, descartada em fevereiro, quando a Telecom Itália vetou a transação.
Dona de trajetória turbulenta, iniciada por um escândalo durante a privatização da Telebrás, trocas frequentes de comando e, mais recentemente, por uma fusão malsucedida com a Portugal Telecom, a Oi tenta, agora, sobreviver.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.