Andina despreza rebaixamento da Fitch na compra da Ipiranga
A Embotelladora Andina acertou a compra da Cia. de Bebidas Ipiranga por R$ 1,22 bilhão, operação que foi considerada pela Fitch motivo para cortar o rating da empresa para A-
Da Redação
Publicado em 29 de julho de 2013 às 14h50.
A Embotelladora Andina S.A, a maior engarrafadora da Coca-Cola no Chile, está tão atraída pela possibilidade de expansão no Brasil que se mostra disposta a sacrificar seu rating creditício e realizar sua primeira venda de títulos em 16 anos.
A companhia acertou, este mês, a compra da Cia. de Bebidas Ipiranga por R$ 1,22 bilhão (US$ 540 milhões), operação que foi considerada pela Fitch como um “enfoque agressivo para um crescimento inorgânico” e motivo para cortar o rating da empresa para A-.
O negócio ajudaria a Andina a evitar ficar atrás do seu maior concorrente na América Latina, a mexicana Coca-Cola Femsa SAB, que fechou um acordo para adquirir outra engarrafadora brasileira, por US$ 448 milhões, em junho, segundo o Deutsche Bank AG.
“Estamos dispostos a assumir o rebaixamento”, disse o diretor financeiro, Andrés Wainer, em uma entrevista no dia 25 de julho.
A compra da Ipiranga ocorre depois da aquisição da companhia chilena Embotelladoras Coca-Cola Polar S.A por US$ 931 milhões e de uma participação de 40 por cento na brasileira Sorocaba Refrescos S.A, por US$ 71 milhões, ambas realizadas pela Andina, no ano passado. A companhia também distribui bebidas na Argentina e no Paraguai.
Em um comunicado, em 10 de julho, a Andina afirmou que “busca a liderança em todos os mercados em que opera e atuar como agente de consolidação das engarrafadoras da Coca-Cola na América Latina”.
No final do primeiro trimestre, as dívidas da companhia, com sede em Santiago, eram de 289 bilhões de pesos chilenos (US$ 570 milhões), o triplo em relação ao ano anterior, segundo dados compilados pela Bloomberg.
A razão entre sua dívida total e a EBITDA a 12 meses chegou a 1,4 vezes, no final do primeiro trimestre, frente a 0,7 registrado um ano atrás. No caso da Coca-Cola Femsa, a razão foi de 1,1 vezes no mesmo período, segundo dados compilados pela Bloomberg.
Participante ativo
Mesmo depois do corte de rating para A-, o da Andina continuaria sendo o maior entre as companhias privadas no Chile fora do setor financeiro.
A consolidação no mercado brasileiro de bebidas poderia acelerar-se já que a perspectiva de uma economia “gélida” deixa as engarrafadoras da Coca-Cola mais dispostas a venderem, segundo escreveram os analistas do Deutsche Bank AG em Nova York Jose Yordan e Katina Metzidakis em 11 de julho.
A Andina passou “de ser uma velha espectadora a uma participante ativa no processo de consolidação”, escreveram os analistas.
Segundo documentos regulatórios, a receita da Ipiranga em 2012 foi de R$ 695 milhões (US$339 milhões), o que representaria um acréscimo de aproximadamente 13 por cento na receita da Andina no mesmo ano, segundo as taxas de intercâmbio atuais e dados compilados pela Bloomberg.
De acordo com os sites das companhias, a Andina produziu 162 milhões de caixas de 24 garrafas no segundo trimestre, aproximadamente um quinto dos 797 milhões produzidos pela Coca-Cola Femsa. Outra companhia mexicana, a Arca Continental SAB, que também opera na Argentina e no Equador, fabricou 361 milhões de caixas.
Falta de oportunidades
Essa brecha é menor no Brasil: a Andina produziu 51 milhões de caixas de garrafas no país no último trimestre, enquanto a Coca-Cola Femsa fabricou 105 milhões. Em 2012, a Ipiranga fabricou 89 milhões de caixas de refrigerantes, uma média de 22 milhões por trimestre.
“Talvez restem oito ou nove engarrafadoras independentes na região, isto é, que não pertencem à Femsa, à Arca ou a nós”, disse o diretor financeiro da Andina. “Quando uma oportunidade aparece, é preciso aproveitá-la”.
A aquisição da Ipiranga terá, no curto prazo, efeitos limitados para a Andina devido às condições políticas e econômicas “desfavoráveis” no Brasil, disse a empresa de corretagem BICE Inversiones, de Santiago, em um e-mail. O país viveu uma onda de protestos nas ruas no começo de junho por melhores serviços públicos e contra a corrupção e a alta da inflação.
A Embotelladora Andina S.A, a maior engarrafadora da Coca-Cola no Chile, está tão atraída pela possibilidade de expansão no Brasil que se mostra disposta a sacrificar seu rating creditício e realizar sua primeira venda de títulos em 16 anos.
A companhia acertou, este mês, a compra da Cia. de Bebidas Ipiranga por R$ 1,22 bilhão (US$ 540 milhões), operação que foi considerada pela Fitch como um “enfoque agressivo para um crescimento inorgânico” e motivo para cortar o rating da empresa para A-.
O negócio ajudaria a Andina a evitar ficar atrás do seu maior concorrente na América Latina, a mexicana Coca-Cola Femsa SAB, que fechou um acordo para adquirir outra engarrafadora brasileira, por US$ 448 milhões, em junho, segundo o Deutsche Bank AG.
“Estamos dispostos a assumir o rebaixamento”, disse o diretor financeiro, Andrés Wainer, em uma entrevista no dia 25 de julho.
A compra da Ipiranga ocorre depois da aquisição da companhia chilena Embotelladoras Coca-Cola Polar S.A por US$ 931 milhões e de uma participação de 40 por cento na brasileira Sorocaba Refrescos S.A, por US$ 71 milhões, ambas realizadas pela Andina, no ano passado. A companhia também distribui bebidas na Argentina e no Paraguai.
Em um comunicado, em 10 de julho, a Andina afirmou que “busca a liderança em todos os mercados em que opera e atuar como agente de consolidação das engarrafadoras da Coca-Cola na América Latina”.
No final do primeiro trimestre, as dívidas da companhia, com sede em Santiago, eram de 289 bilhões de pesos chilenos (US$ 570 milhões), o triplo em relação ao ano anterior, segundo dados compilados pela Bloomberg.
A razão entre sua dívida total e a EBITDA a 12 meses chegou a 1,4 vezes, no final do primeiro trimestre, frente a 0,7 registrado um ano atrás. No caso da Coca-Cola Femsa, a razão foi de 1,1 vezes no mesmo período, segundo dados compilados pela Bloomberg.
Participante ativo
Mesmo depois do corte de rating para A-, o da Andina continuaria sendo o maior entre as companhias privadas no Chile fora do setor financeiro.
A consolidação no mercado brasileiro de bebidas poderia acelerar-se já que a perspectiva de uma economia “gélida” deixa as engarrafadoras da Coca-Cola mais dispostas a venderem, segundo escreveram os analistas do Deutsche Bank AG em Nova York Jose Yordan e Katina Metzidakis em 11 de julho.
A Andina passou “de ser uma velha espectadora a uma participante ativa no processo de consolidação”, escreveram os analistas.
Segundo documentos regulatórios, a receita da Ipiranga em 2012 foi de R$ 695 milhões (US$339 milhões), o que representaria um acréscimo de aproximadamente 13 por cento na receita da Andina no mesmo ano, segundo as taxas de intercâmbio atuais e dados compilados pela Bloomberg.
De acordo com os sites das companhias, a Andina produziu 162 milhões de caixas de 24 garrafas no segundo trimestre, aproximadamente um quinto dos 797 milhões produzidos pela Coca-Cola Femsa. Outra companhia mexicana, a Arca Continental SAB, que também opera na Argentina e no Equador, fabricou 361 milhões de caixas.
Falta de oportunidades
Essa brecha é menor no Brasil: a Andina produziu 51 milhões de caixas de garrafas no país no último trimestre, enquanto a Coca-Cola Femsa fabricou 105 milhões. Em 2012, a Ipiranga fabricou 89 milhões de caixas de refrigerantes, uma média de 22 milhões por trimestre.
“Talvez restem oito ou nove engarrafadoras independentes na região, isto é, que não pertencem à Femsa, à Arca ou a nós”, disse o diretor financeiro da Andina. “Quando uma oportunidade aparece, é preciso aproveitá-la”.
A aquisição da Ipiranga terá, no curto prazo, efeitos limitados para a Andina devido às condições políticas e econômicas “desfavoráveis” no Brasil, disse a empresa de corretagem BICE Inversiones, de Santiago, em um e-mail. O país viveu uma onda de protestos nas ruas no começo de junho por melhores serviços públicos e contra a corrupção e a alta da inflação.