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Analistas pressionam CEOs de farmacêuticas a fazer aquisições

Os CEOs das gigantes farmacêuticas Pfizer e Merck & Co. foram criticados nas teleconferências por não darem indicações de que empresas pretendiam comprar

Pfizer: “Não vejo alguma possibilidade com valores adequados agora”, disse o líder da farmacêutica, Ian Read (François Lenoir/Reuters/Reuters)

Karin Salomão

Publicado em 7 de maio de 2018 às 16h26.

Última atualização em 7 de maio de 2018 às 18h01.

Os investidores das farmacêuticas estão frustrados.

Depois de finalmente terem conseguido a redução de impostos que defendiam há muito tempo, as maiores farmacêuticas do mundo estão sendo pressionadas a fazer alguma coisa com os recursos economizados. Isso deixou os CEOs na defensiva, argumentando que as empresas que eles desejam comprar estão caras demais.

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Os CEOs das gigantes farmacêuticas Pfizer e Merck & Co. foram criticados nas teleconferências de resultados trimestrais realizadas na semana passada. Além de quererem saber que tipo de transações eles estão interessados em fazer, os analistas também questionaram qual o tamanho desses acordos. Nenhum CEO mordeu a isca e, em vez disso, eles falaram sobre os remédios que já estão desenvolvendo.

“Não acho que precisemos de um acordo transformador nem vejo alguma possibilidade com valores adequados agora”, disse o líder da Pfizer, Ian Read, que já fez ofertas de mais de US$ 100 bilhões por duas rivais, a AstraZeneca e a Allergan.

O CEO da Merck, Ken Frazier, refletiu esse sentimento ao dizer que “um acordo transformador não é da nossa preferência”.

Isso não ajudou a acalmar a agitação de Wall Street.

“Há certa impaciência no mercado”, disse Ashtyn Evans, analista da Edward Jones que tem recomendações de compra para as ações da Pfizer e da Merck. As farmacêuticas “têm balanços muito fortes e muita flexibilidade financeira, e isso não foi usado de forma significativa”.

Casos opostos

De certo modo, a Merck pode ser vista como uma vítima do próprio sucesso. Seu remédio mais vendido, o inovador tratamento contra câncer Keytruda, está gerando tanto crescimento que agora está envolvido em mais de 750 testes clínicos para determinar se ele pode ser usado para tratar outras formas da doença. Os analistas não querem que a empresa passe a depender demais de um único produto, independentemente de seu sucesso.

O caso da Pfizer, com sede em Nova York, é o oposto. O risco é que a farmacêutica não tenha seu próprio Keytruda no qual se apoiar, portanto os investidores têm pressionado a empresa a procurar transações porque sua carteira de produtos está envelhecendo. No ano passado, Read disse que a incerteza fiscal precisaria diminuir para que existisse um mercado para grandes transações. Agora, o CEO diz que investir na carteira de produtos da Pfizer produzirá os melhores retornos.

Atividade em janeiro

A atual falta de fusões e aquisições contrasta acentuadamente com um dia de janeiro que alguns investidores esperavam que fosse um indicador do restante de 2018. A gigante farmacêutica francesa Sanofi gastou US$ 11,6 bilhões na Bioverativ e em seus tratamentos contra hemofilia, e a Celgene pagou US$ 9 bilhões pela Juno Therapeutics para ficar com seu tratamento oncológico.

Estimulado por essas transações e pela euforia dos investidores com a reforma impositiva, o Nasdaq Biotechnology Index disparou 7 por cento em janeiro. Desde então, o índice caiu 10 por cento até o encerramento da sexta-feira.

“Os investidores estão um pouco surpreendidos por não termos visto mais” atividade de transações, disse Vamil Divan, analista do Credit Suisse que tem uma nota de desempenho superior para a Merck e uma neutra para a Pfizer. “Muita gente acha que está na hora de que as farmacêuticas usem esse dinheiro, agora que elas têm, e comprem novos ativos.”

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