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Amazon e Walmart dão razão de ser à energia do hidrogênio

Em abril, a Amazon.com fechou um acordo para testar essa tecnologia nas frotas de empilhadeiras; em julho a Walmart fez um acordo similar

Amazon: o hidrogênio encontrou um lugar dentro das crescentes frotas de empilhadeiras (Matt Cardy/Getty Images)

Amazon: o hidrogênio encontrou um lugar dentro das crescentes frotas de empilhadeiras (Matt Cardy/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 31 de julho de 2017 às 22h12.

Nova York - Andy Marsh está vendo seu futuro -- e são as empilhadeiras.

Sua pequena empresa, a Plug Power, produz células de combustível de hidrogênio e durante anos ele lutou para conseguir clientes. Agora isso mudou.

Em abril, a Amazon.com fechou um acordo para testar essa tecnologia nas frotas de empilhadeiras de 10 de seus armazéns. E em julho a Wal-Mart Stores fez um acordo similar ao de US$ 600 milhões da Amazon, comprometendo-se a duplicar para 58 o número de seus armazéns que usam empilhadeiras que funcionam com células da Power Plug.

“Obviamente o Wal-Mart vê isso. Obviamente a Amazon vê isso”, diz Marsh, CEO da Plug Power. “Quando as duas maiores empresas varejistas dizem que ’isso faz com que nossos negócios funcionem melhor’, elas corroboram que a tecnologia está aqui para longo prazo.”

Desde que um inventor suíço chamado François Isaac de Rivaz construiu o primeiro automóvel movido a hidrogênio, em 1808, inventores e futuristas depositaram seus sonhos e fortunas na tecnologia limpa que converte água em energia. Mas o hidrogênio nunca foi aproveitado como combustível, principalmente devido aos seus custos relativamente altos.

Agora, graças às prósperas redes de armazéns de empresas de varejo on-line e de grande porte, o hidrogênio encontrou um lugar dentro das crescentes frotas de empilhadeiras.

Os números fecham: apesar de uma empilhadeira equipada com um conjunto de células de combustível de hidrogênio custar até US$ 58.000 -- cerca de duas vezes mais do que outra com uma bateria padrão de chumbo-ácido --, os modelos de hidrogênio são 10 por cento mais baratos ao longo dos 10 anos de vida útil de uma empilhadeira média, segundo um estudo do Laboratório Nacional de Energia Renovável dos EUA (NREL, na sigla em inglês). (A Plug diz que a vantagem de custo melhorou ainda mais desde a realização do estudo).

Carregadas em minutos

O motivo é que elas podem ser carregadas em minutos em vez de horas, eliminando o custo de mão de obra do carregamento de baterias, liberando espaço de armazenagem e mantendo os produtos em circulação 24 horas por dia.

As células de combustível de hidrogênio produzem energia, e um pouco de água, quando o hidrogênio líquido é empurrado através de uma membrana que retira os elétrons por meio de um processo eletroquímico. Menos de 3 por cento das mais de 600.000 empilhadeiras usadas em armazéns dos EUA funcionam com hidrogênio, mas esse número está crescendo.

A Toyota Motor, maior fabricante de empilhadeiras do mundo, está desenvolvendo modelos movidos a hidrogênio e começou a usar protótipos em uma de suas plantas do Japão neste ano. A Hyster-Yale Materials Handling, outra grande fabricante de empilhadeiras, comprou a Nuvera Fuel Cells em 2014 e começou a incorporar a tecnologia aos seus produtos. “As baterias de chumbo-ácido têm ineficiências”, diz Jon Taylor, CEO da Nuvera. “As células de combustível resolvem a maior parte dessas lacunas.”

Marsh diz que a Plug Power está a caminho de ampliar sua receita neste ano e que espera registrar lucro já no ano que vem. “Fala-se há anos sobre a possibilidade de as células de combustível de hidrogênio serem a próxima tecnologia disruptiva”, diz Jeffrey Osborne, analista do banco de investimento Cowen & Co. “As empilhadeiras finalmente estão confirmando isso.”

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