Acionistas da BRF pedem assembleia para votar mudança de Conselho
Pedido ocorre após a BRF, maior exportador global de carne de frango, ter reportado prejuízo de 1,1 bilhão de reais em 2017
Reuters
Publicado em 25 de fevereiro de 2018 às 16h37.
Última atualização em 25 de fevereiro de 2018 às 16h38.
São Paulo -- A Petros, em conjunto com outros acionistas da companhia de alimentos BRF, afirmou neste domingo que pediu ao Conselho de Administração da empresa que convoque uma Assembleia Geral Extraordinária para deliberar sobre a destituição de todos os seus membros, de acordo com nota do fundo de pensão dos funcionários da Petrobras.
O pedido ocorre após a BRF, maior exportador global de carne de frango, ter reportado prejuízo de 1,1 bilhão de reais em 2017, na semana passada.
"A Fundação entende, corroborando o diagnóstico do mercado refletido pelo preço das ações, que a estratégia da Companhia precisa ser reformulada para que o investimento atinja seus objetivos", afirmou a Petros em comunicado.
A Petros é o maior acionista da BRF, com 11,41 por cento das ações, segundo o site da própria empresa, seguida pela Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, com 10,66 por cento.
A instituição disse ainda que o grupo de acionistas quer a assembleia para aprovar dez membros para compor o conselho, além da eleição de novos membros para ocuparem os cargos, incluindo os de presidente e de vice-presidente do colegiado.
Atualmente, a presidência do conselho é ocupada pelo empresário Abilio Diniz.
Procurada para comentar o assunto, a BRF não respondeu imediatamente pedidos de comentários.
"No cumprimento do nosso dever fiduciário, somos movidos a agir em defesa dos interesses de nossos participantes. Somos investidores financeiros e estamos alinhados com os interesses dos demais acionistas", disse o diretor de Investimentos da Petros, Daniel Lima, em nota.
"Precisamos buscar a reformulação da estratégia de gestão da BRF para, assim, superar os grandes desafios que a Companhia precisa enfrentar. Infelizmente, a estratégia implementada até o momento não surtiu os resultados desejados", acrescentou Lima.
Segundo ele, é importante que o conselho seja formado por "profissionais, independentes e experientes", que sejam capazes de "imprimir novos rumos e viabilizar a recuperação da companhia, respeitando as melhores práticas de governança".
Caso o pedido de convocação de assembleia não seja atendido, os acionistas tomarão as providências cabíveis com base na Lei das S.A., disse a Petros.