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Abílio Diniz e Casino trocam farpas após oferta por Carrefour

O Carrefour recebeu nesta terça uma oferta de união com o Pão de Açúcar no Brasil, numa operação que se aprovada reforçará a liderança do grupo brasileiro no varejo nacional

No documento, o Casino também "lamenta profundamente" o fato de Diniz ter iniciado negociações com o Carrefour (Edu Lopes/Veja)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de junho de 2011 às 16h42.

São Paulo - O atrito entre o empresário Abílio Diniz e o grupo francês Casino, principais sócios do Pão de Açúcar, ganhou mais força após o chairman da varejista brasileira apresentar proposta para aliança com o Carrefour nesta terça-feira.

Em carta, o Casino exige que Diniz convoque imediatamente uma reunião do Conselho de Administração do Pão de Açúcar para discutir os termos da oferta feita ao Carrefour.

"Solicitamos que, visando a resguardar os interesses da companhia (Pão de Açúcar), nenhuma negociação com terceiros seja iniciada, nenhuma informação sobre os negócios do grupo seja disponibilizada a terceiros e nenhum acordo seja celebrado com terceiros, antes de ser obtida a necessária aprovação da acionista controladora", afirmou o Casino.

No documento, o Casino também "lamenta profundamente" o fato de Diniz ter iniciado negociações com o Carrefour, seu principal rival na França, sem comunicar o parceiro com quem divide o controle do Pão de Açúcar através da holding Wilkes.

"Diante de uma agressão dessa grandeza, não hesitaremos em continuar adotando todas medidas cabíveis para a preservação dos interesses da companhia e de todos os seus acionistas", acrescentou o Casino na carta.

Em resposta, Diniz arquivou na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) uma carta em que se defende das acusações do Casino, alegando que as manifestações feitas pelo controlador e presidente do Casino, Jean Charles Naouri, são "extremamente agressivas e distorcem completamente a realidade dos fatos".

"Estou em Paris há 24 horas, tentando sem sucesso um encontro com Jean Charles Naouri, a fim de discutirmos a proposta que recebemos e que precisa ser analisada. Naouri se nega a dialogar, prefere me atacar pela imprensa. Não consigo entender o propósito disso", afirmou o empresário brasileiro, acrescentando que buscará uma solução amigável.


O Carrefour recebeu nesta terça uma oferta de união com o Pão de Açúcar no Brasil, numa operação que se aprovada reforçará a liderança do grupo brasileiro no varejo nacional. O negócio depende do aval de acionistas e autoridades antitruste.

A oferta pelas operações brasileiras do Carrefour, que pode criar um grupo com domínio sobre 27 por cento do varejo brasileiro, foi feita por meio da Gama, fundo do banco de investimentos BTG Pactual, que conta com apoio do BNDESPar, braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.

A proposta prevê investimento de 1,7 bilhão de euros do BNDESPar e de 300 milhões de euros pelo BTG Pactual, que também vai arcar com dívida de 500 milhões de euros do Carrefour no Brasil.

A tensão entre Diniz e Casino já vinha ocorrendo há mais de um mês, quando surgiram informações de que o empresário teria abordado o Carrefour sem permissão do sócio Casino para discutir uma possível fusão.

Por considerar que o grupo de Diniz descumpriu as obrigações previstas no acordo de acionistas de 2006, relacionado à holding Wilkes, o Casino entrou no mês passado com um pedido de arbitragem internacional contra o empresário brasileiro.

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São Paulo - O atrito entre o empresário Abílio Diniz e o grupo francês Casino, principais sócios do Pão de Açúcar, ganhou mais força após o chairman da varejista brasileira apresentar proposta para aliança com o Carrefour nesta terça-feira.

Em carta, o Casino exige que Diniz convoque imediatamente uma reunião do Conselho de Administração do Pão de Açúcar para discutir os termos da oferta feita ao Carrefour.

"Solicitamos que, visando a resguardar os interesses da companhia (Pão de Açúcar), nenhuma negociação com terceiros seja iniciada, nenhuma informação sobre os negócios do grupo seja disponibilizada a terceiros e nenhum acordo seja celebrado com terceiros, antes de ser obtida a necessária aprovação da acionista controladora", afirmou o Casino.

No documento, o Casino também "lamenta profundamente" o fato de Diniz ter iniciado negociações com o Carrefour, seu principal rival na França, sem comunicar o parceiro com quem divide o controle do Pão de Açúcar através da holding Wilkes.

"Diante de uma agressão dessa grandeza, não hesitaremos em continuar adotando todas medidas cabíveis para a preservação dos interesses da companhia e de todos os seus acionistas", acrescentou o Casino na carta.

Em resposta, Diniz arquivou na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) uma carta em que se defende das acusações do Casino, alegando que as manifestações feitas pelo controlador e presidente do Casino, Jean Charles Naouri, são "extremamente agressivas e distorcem completamente a realidade dos fatos".

"Estou em Paris há 24 horas, tentando sem sucesso um encontro com Jean Charles Naouri, a fim de discutirmos a proposta que recebemos e que precisa ser analisada. Naouri se nega a dialogar, prefere me atacar pela imprensa. Não consigo entender o propósito disso", afirmou o empresário brasileiro, acrescentando que buscará uma solução amigável.


O Carrefour recebeu nesta terça uma oferta de união com o Pão de Açúcar no Brasil, numa operação que se aprovada reforçará a liderança do grupo brasileiro no varejo nacional. O negócio depende do aval de acionistas e autoridades antitruste.

A oferta pelas operações brasileiras do Carrefour, que pode criar um grupo com domínio sobre 27 por cento do varejo brasileiro, foi feita por meio da Gama, fundo do banco de investimentos BTG Pactual, que conta com apoio do BNDESPar, braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.

A proposta prevê investimento de 1,7 bilhão de euros do BNDESPar e de 300 milhões de euros pelo BTG Pactual, que também vai arcar com dívida de 500 milhões de euros do Carrefour no Brasil.

A tensão entre Diniz e Casino já vinha ocorrendo há mais de um mês, quando surgiram informações de que o empresário teria abordado o Carrefour sem permissão do sócio Casino para discutir uma possível fusão.

Por considerar que o grupo de Diniz descumpriu as obrigações previstas no acordo de acionistas de 2006, relacionado à holding Wilkes, o Casino entrou no mês passado com um pedido de arbitragem internacional contra o empresário brasileiro.

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