A Uber está caminhando para o lucro, ou para o precipício?
Empresa de transportes por aplicativo deve anunciar mais um prejuízo astronômico no segundo trimestre
Da Redação
Publicado em 8 de agosto de 2019 às 06h09.
Última atualização em 8 de agosto de 2019 às 06h38.
Todos os olhos se voltam para a Uber nesta quinta-feira. A empresa de transporte por aplicativo divulga depois do fechamento do mercado seus resultados financeiros para o segundo trimestre de 2019. Analistas estão ansiosos para ver se os números do período indicam que a companhia caminha para o lucro, ainda que num futuro distante. Por ora, as expectativas são de faturamento de 3,05 bilhões de dólares com perdas de 5,27 bilhões, segundo a agência Bloomberg (num número astronômico que inclui os custos para a abertura de capital).
Em maio, quando divulgou os resultados do primeiro trimestre, a Uber divulgou prejuízos de mais de 1 bilhão de dólares sobre uma receita de 3,1 bilhões. O faturamento da companhia vem caindo. Depois de crescer 95% em 2017 em relação ao ano anterior, a receita caiu 33% em 2018, quando a empresa perdeu 3,4 bilhões na operação, com faturamento de 11,3 bilhões. No total, as perdas da operação nos últimos três anos somam mais de 10 bilhões de dólares.
Esses números atrapalham a confiança dos investidores, que questionam cada vez mais se a companhia será capaz de gerar lucro algum dia. A desconfiança se reflete nas ações da Uber, que operam em baixa desde a abertura de capital. Os papéis caíram do máximo de 45 dólares no dia do IPO para 39 dólares no fechamento da última quarta-feira, 7.
Por isso, o presidente Dara Khosrowshahi quer que os investidores foquem no crescimento da plataforma e na consolidação da empresa no setor de transporte. No primeiro trimestre, a companhia divulgou possuir 93 milhões de usuários mensalmente ativos e realizar, em média, 17 milhões de viagens por dia. Também quer conquistar investidores com um pacote agressivo de cortes de custos, como a recente demissão de 400 profissionais da equipe de marketing.
Mas fazer os analistas se distraírem com a promessa de veículos autônomos, carros voadores e negócio de entrega de comidas será complicado. Além do faturamento caindo e do prejuízo crescendo, a Uber enfrentou nos últimos meses problemas públicos, como a saída dos diretores de operações e marketing — estes, por conta própria.