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A hora da folia: conheça a empresa centenária dona dos relógios que controlam os desfiles na Sapucaí

Precisão é fundamental para evitar que escolas extrapolem o tempo e tenham pontos descontados

Francisco Pedrosa, diretor comercial da Madis: além de cronômetro, empresa também vende relógios-ponto e softwares de controle de acesso (Madis/Divulgação)
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 9 de fevereiro de 2024 às 14h24.

Última atualização em 9 de fevereiro de 2024 às 17h45.

Ele é o responsável por colocar ordem no Carnaval. As escolas de samba o respeitam como ninguém. E todo mundo tem medo de perdê-lo: o tempo.

Na Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro, cada escola de samba deve desfilar por no mínimo 65 minutos, com um limite máximo de 75 minutos. No Anhembi, em São Paulo, o tempo varia entre 55 e 65 minutos. Depois disso, há perda de pontos -- o que deve ser evitado ao máximo, principalmente porque o resultado pode ser decidido nos décimos.

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E por trás desse cuidado todo, administrando os relógios do Carnaval, está uma centenária empresa paulista: a Madis.

A empresa, criada em 1923 como uma pequena oficina de consertos e fabricação de aparelhos de alta precisão, hoje trabalha principalmente com produtos para controle de acessos (como catracas) e equipamentos-ponto. Com sede em São Paulo, tem fábrica em Extrema, Minas Gerais e um faturamento anual na casa dos 40 milhões de reais.

No controle do tempo das escolas de samba, está há 29 anos. Foi quando começou a trabalhar, também, com tecnologias de cronômetro.

“A partir do momento que abre o portão e a escola entra, temos um software que gerencia cada segundo do tempo da escola”, diz Francisco Pedrosa, diretor comercial da empresa. “Esse software é integrado com os nove relógios da Sapucaí e os cinco do Anhembi. Depois disso, também imprimimos um relatório que é dado para cada escola e para as ligas”.

Além de São Paulo e do Rio de Janeiro, os maiores carnavais de escolas de samba, a Madis também cuida do cronômetro de outras festas menores pelo Brasil.

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Qual a história da Madis

A Madis começou em 1923 em São Paulo como uma oficina de consertos e fabricação de aparelhos de alta precisão. À época, se chamava Rodbel, nome pelo qual ficou conhecida. Foi uma das pioneiras em trazer pontos para o Brasil, em 1926.

Nos anos 1980, começou a trabalhar também com sistemas para catracas. Aliás, gestão de controle de acesso hoje é o carro-chefe da empresa, que aposta, por exemplo, na gestão de acesso também nas nuvens.

Em 1997, foi comprada por Dimas de Melo Pimenta, passou a ter também o nome Madis (que mistura as sílabas do nome do novo dono).

Durante os anos 2000, apostou na tecnologia e lançou novos produtos, como softwares de acesso para estacionamentos e, recentemente, por reconhecimento facial.

“São poucas empresas privadas que têm essa honra de completar 100 anos, mas estamos inovando e crescendo”, diz Pedrosa, na Madis há cerca de 30 anos. “Hoje, atendemos o mercado inteiro, da pequena empresa a shoppings e estádios que precisam de controle de acesso”.

Como a Madis cuida dos relógios do Carnaval

Durante os desfiles em São Paulo e no Rio de Janeiro, além das escolas, milhares de artistas, técnicos e trabalhadores dependem da precisão temporal para garantir que cada apresentação seja perfeita.

Para esse serviço, que é contratado pelas Ligas com a Madis, a empresa centenária destaca uma equipe que ficará num centro de operações cuidando do tempo dos desfiles. Também é preciso ficar atento para que não haja nenhum problema nesse software que mude, nem que por milésimos, o tempo cronometrado.

“Há muita competição, então precisamos ser certeiros para que ninguém saia em desvantagem”, diz.

Para atuar com precisão, os softwares são conectados em circuitos internos da empresa que garantem o padrão exato de tempo. Na Madis, não há tempo a perder.

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